26/01/2018 às 11h19min - Atualizada em 26/01/2018 às 11h19min

Hospital de Leopoldina fará cirurgias para atender demandas do CISUM

Estão inclusos no contrato a avaliação pré-procedimento para avaliar as condições clínicas da paciente e procedimento e recuperação pós-procedimento.

Luiz Otávio Meneghite
Casa de Caridade Leopoldinense (Foto Luciano Baia Meneghite)
A Presidente do CISUM-Consórcio Intermunicipal de Saúde União da Mata Maria Jucélia Baesso Procaci assinou contrato com a Casa de Caridade Leopoldinense para a realização de Cirurgias de Alta Frequência por um período de 12 meses, pelo valor estimado de até R$54.000,00 para atender a demanda das Secretarias Municipais de Saúde dos Municípios consorciados: Argirita, Astolfo Dutra, Cataguases, Dona Eusébia, Estrela Dalva, Laranjal, Leopoldina, Itamarati de Minas, Recreio, Santana de Cataguases e Volta Grande.

De acordo com o extrato de contrato publicado na edição nº 2176, desta sexta-feira, 26 de janeiro de 2018, estão inclusos a avaliação pré-procedimento para avaliar as condições clínicas da paciente e procedimento e recuperação pós-procedimento. O valor total apresentado de R$54.000,00 é apenas estimativo pela dificuldade de estabelecer parâmetros devido à peculiaridade do objeto, estando sujeito à redução e/ou acréscimo. Portanto, somente os serviços efetivamente utilizados deverão ser faturados, em razão da demanda ser variável.

O que é Cirurgia de Alta Freqüência (CAF)?

A Cirurgia de Alta Freqüência (CAF) é um procedimento cirúrgico no qual uma área doente pode ser retirada com mínimo dano ao órgão. É um procedimento que vêm sendo empregado em todo o mundo pelas vantagens de baixo custo, possibilidade de realização à nível de consultório/ambulatório, nenhuma repercussão sobre gestações futuras e grande proporção de sucessos, igual à dos tratamentos tradicionais. 
 
É conhecida também como LLETZ ( Large Loop ExcisonoftheTransformation Zone ), quando empregada no colo uterino, ou LEEP ( Loop ElectrosurgicalExcision Procedure) ou, simplesmente, Exérese por Alça Diatérmica. 
 
Este procedimento substitui a maioria das conizações, quando as lesões do colo do útero apresentam determinadas características de localização e extensão, e podem tratar qualquer grau de doença pré maligna do colo uterino, vagina e vulva. 
 
Também vem substituindo com grandes vantagens os procedimentos à laser que, pelo seu altíssimo custo e alguns riscos, não chegou a disseminar-se em nosso meio, e as cauterizações de lesões pré´-malignas pela vantagem de, além de tratá-las, permitir o exame do segmento retirado, assegurando o diagnóstico (afastando a possibilidade de câncer oculto) e o tratamento total da lesão.
 
Como é realizada?
 
A CAF deve ser realizada durante uma colposcopia e por profissional experiente. Após verificar as características da lesão, o examinador faz a anestesia local da região e, em alguns minutos, retira a região doente com um dispositivo conhecido como "alça" (figura 1). Este dispositivo é um eletrodo que conduz energia elétrica de baixa voltagem e alta freqüência, que permite o corte do tecido com mínimo dano ao órgão doente. Após a retirada, é feita a eletrocoagulação dos vasos sangüíneos para prevenir hemorragias (figura 2) e a paciente é liberada para ir para casa, passear ou trabalhar, se quiser. O procedimento dura cerca de 30 minutos, incluindo a colposcopia que o antecede.
 
O que acontece depois?
 
Nos dias seguintes ao procedimento, a paciente poderá perceber a saída de uma secreção aquosa, às vezes misturada com uma pequena quantidade de sangue. Às vezes pode haver saída de sangue vivo, sem que isto represente problema. Na maioria das vezes, este sangramento pára sozinho. Caso isto não aconteça ou seja de grande volume, poderá ser necessário voltar ao colposcopista para que ele avalie e faça uma nova eletrocoagulação de algum vaso sangüíneo que tenha voltado a sangrar. É uma complicação infreqüente (em cerca de 10% dos casos) e de fácil controle. 

Para facilitar a cicatrização e prevenir sangramentos, a paciente deve evitar a relação sexual com penetração vaginal por cerca de 30 dias.
 
Existe possibilidade destas doenças reaparecerem?
 
Sim, como as doenças pré malignas do colo uterino, vagina e vulva são relacionadas ao Papilomavirus humano e como não há até o momento um medicamento que acabe com ele, apesar de tratarmos as lesões por ele causadas com altas taxas de sucesso, ele poderá permanecer na região e causar uma nova lesão. Também é possível que alguma lesão persista após o tratamento. Isto pode ser decorrente do fato de que algumas destas lesões apresentam mais de um foco e, algumas vezes, não temos como saber disto antes ou durante o tratamento. Outra possibilidade é que a margem de corte da CAF pode passar em área doente, podendo deixar alguma parte da lesão na paciente. Isto acontece em poucos casos, mesmo em mãos experientes e, normalmente, não significa que exista ainda lesão de fato. Por este motivo, recomenda-se manter apenas o acompanhamento pós tratamento e, caso surja alguma evidência de doença persistente ou recorrente, podemos tratar novamente.
 
Como é feito o acompanhamento pós tratamento?
 
Não existe uma regra. O objetivo é detectar uma possível, embora improvável, persistência ou recorrência de doença. Para isto é necessário a repetição do preventivo com o médico assistente, no mínimo anualmente. Se o objetivo for dar maior segurança, ao preventivo deve-se associar-se a colposcopia. Esta deve ser realizada sempre após um preventivo e já com o resultado deste exame conhecido. Alguns resultados de preventivo mudam a conduta durante ou após a colposcopia. Como existe um período de cicatrização, este acompanhamento nunca deve iniciar-se antes de 3 meses após a CAF.
 
Fontes> Diário Oficial dos Municípios Mineiros e Dr. Fábio Russomano, 2000. O que é a Cirurgia de Alta Frequência?
 
 



 


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