22/02/2018 às 17h58min - Atualizada em 22/02/2018 às 17h58min

Jornal histórico mostra toda a trajetória dos imigrantes italianos em Leopoldina

Publicação foi feita em 2010, ocasião em que se comemorava o centenário da Colônia Agrícola da Constança

Por Maria José Baía Meneghite e Luiz Otávio Meneghite
Tanto tempo se passou desde que eles aqui chegaram trazendo na pequena bagagem grandes esperanças, doses homeopáticas de alegria, saudades da terra e uma força imperiosa que fez de cada imigrante um batalhador, um desbravador. A vida dura, o sofrimento, nada os desviou de seus propósitos.
 
Foram os pilares de sustentação desta região carente de braços fortes e mãos que além de semear os campos souberam plantar o amor que até hoje norteia seus descendentes. Inúmeras são as famílias imigrantes que para nossa felicidade escolheram esta região como seu segundo lar. O tempo inexorável passou depressa e muitos tiveram condições de voltar à pátria. Outros, porém, curvaram-se ao peso dos anos, criaram filhos, netos, rugas sulcaram suas faces, sentiram o olhar embaçar se pela saudade, e aqui permaneceram. Quando ela doía, enxugavam as lágrimas uns dos outros mas continuavam sua missão de tirar da terra o sustento e dar o melhor de si pelo chão que os acolheu. Abençoadas mãos! Benditas lágrimas!
 
Para homenageá-los nada melhor que um sincero agradecimento e nossa eterna gratidão por terem sido eles os responsáveis pela introdução de seus hábitos e costumes, de sua alegria e coragem. Nossa eterna homenagem a esse povo desbravador, povo lindo, com uma cultura diversificada e de grande valor histórico. 
 
Esses valores foram amplamente ressaltados nas publicações feitas por Luja Machado e Nilza Cantoni, a partir de 23 de outubro de 1999, ainda na Gazeta de Leopoldina e depois nas páginas do jornal Leopoldinense.
 
Uma gama de informações sobre os imigrantes que aportaram em Leopoldina, jamais vista em outros documentos da mesma natureza. O cuidado com a pesquisa e o carinho com os textos enviados em capítulos à redação pelos dois vem chamando ao longo dos anos, a atenção dos leitores, notadamente os descendentes de italianos. Luja e Nilza trataram do assunto como se garimpassem pedras preciosas num riacho: com extrema atenção, olhos atentos que enxergavam brilho em cada descoberta, valorizadas por cada palavra, por cada data, cada foto, cada registro, cada entrevista com os descendentes. Minuciosos em seus estudos sobre a imigração italiana para a região da Mata Mineira, particularmente para Leopoldina, eles entraram numa espécie de máquina do tempo e a cada relato publicado a história foi se compondo. 
 
As descrições de todo o processo desde a saída da Itália, a viagem em navios superlotados, a chegada ao Brasil, a quarentena nas hospedarias do Rio e Juiz de Fora e, finalmente, a chegada aos lotes de terras na Colônia Agrícola da Constança. Daí em diante, a formação de uma comunidade onde os entrelaçamentos familiares aconteceram e foram objetos de pesquisa e estudo pelos nossos dois historiadores. Tudo isso está relatado neste tablóide, que mais do que um jornal,é um documento histórico para ser lido e guardado para as futuras gerações de oriundis. 
 

 

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