23/04/2018 às 08h20min - Atualizada em 23/04/2018 às 08h20min

5ª Exposição do Gado Girolando em Leopoldina mostrou o que há de melhor da raça

Mais de 180 animais de extrema qualidade participaram dos julgamentos que aconteceram nos dias 20 e 21 de abril nas categorias machos e gados jovens e gados adultos.

Texto e fotos> João Gabriel Baia Meneghite
Rodolfo Junqueira Pereira, do Colégio de Jurados da Raça Girolando destacou que Leopoldina tem uma bacia leiteira de qualidade que é conhecida nacionalmente.
Foi inaugurada oficialmente no dia 19 de abril, a 5ª Exposição Girolando Sem Fronteiras, com participação de criadores de diversas regiões, além da presença de representantes de entidades como IMA, EMATER e presidentes de sindicatos, associações, cooperativas e poder público local e regional.

O evento realizado em Leopoldina faz parte da segunda etapa do Circuito Fest Milk, que também acontece nos municípios mineiros de Muriaé e Guarani. Os produtores acumulam pontos para o ranking nacional do Girolando, que se encerra na Megaleite, maior feira da pecuária leiteira do Brasil.

O Parque de Exposições José Ribeiro dos Reis em Leopoldina recebeu o que há de melhor da raça Girolando. Mais de 180 animais de extrema qualidade participaram dos julgamentos que aconteceram nos dias 20 e 21 de abril nas categorias machos e gados jovens e gados adultos.

Henrique Schueler de Aquino, da Fazenda Gameleira, localizada no município de Muriaé, faz parte do Grupo Confiança Genética, formado por criatórios compostos de fazendas referências em produção de leite. Aquino é presidente do Sindicato Rural de Muriaé e falou sobre a importância da união dos produtores na formação do Circuito Fest Milk, cujo objetivo é fomentar a raça Girolando e o agronegócio. "Participo todos os anos dos eventos realizados em Leopoldina. O nível dos animais é altíssimo, uma qualidade extrema, mostrando o desenvolvimento genético do trabalho que os produtores e criadores estão fazendo", comentou.

O vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Odilon de Rezende Barbosa Filho, também participou do evento como expositor. Ele é proprietário do Rancho do Odilonzinho, localizado no município de Chácara/MG e desde sua infância é criador - é o quarto na linha sucessória de produtores rurais de sua família, lidando com a produção de leite há mais de trinta anos. Ele comentou sobre a importância da 5ª Exposição Girolando Sem Fronteiras ajudar no crescimento da pecuária leiteira, fortalecendo e resgatando uma região tradicional de produtores. "Leopoldina tem muitos criadores de destaque no cenário nacional. Aqui as pessoas gostam e sabem criar vacas, sendo uma bacia muito importante. Essa exposição é uma grande oportunidade na Zona da Mata para os criadores mostrarem o seu trabalho", elogiou.

Animais de extrema qualidade participaram dos julgamentos nas categorias machos e gados jovens e gados adultos.

Criadores atentos aos julgamentos da 5ª Exposição Girolando Sem Fronteiras.

Os patrocinadores do evento montaram os seus estandes com exposição de seus produtos e serviços.

No estande da Emater houve exposição de itens confeccionados por produtores da agricultura familiar.

Na solenidade de abertura  houve uma palestra sobre ‘Sem exportação não há solução’, tema abordado por Evandro do Carmo Guimarães, das Fazendas do Basa, referência na seleção e reprodução da genética leiteira das raças Girolando e Gir Leiteiro. Ele destacou a importância da criação de um novo mercado para atender a produção interna, alertando sobre os riscos de desaparecimento de pequenos e médios produtores, caso não haja políticas públicas agressivas para exportação do leite e seus derivados, defendendo uma mobilização no sentido de que o assunto entre na pauta da política nacional. “Estou muito feliz com Leopoldina, minha terra natal, pois muitas pessoas já assinaram dezenas de planilhas pedindo que os governos e entidades acordem e coloquem uma equipe profissional, tenaz, criativa e dedicada à exportação de leite e derivados”, comentou.

Guimarães fez um paralelo explicando o cenário mercadológico ‘depois da porteira’, representando as propriedades rurais e o sofrimento do homem do campo; e ‘antes da porteira’ que são as poderosas indústrias fabricantes de produtos veterinários, insumos e de processamento, que dispõe de tecnologia e operam em dezenas de países. Salientou que é preciso que os produtores analisem a cadeia do leite, indicando que não haverá solução se não houver movimentação na defesa dos interesses da classe.

Evandro do Carmo Guimarães

O diretor cientifico da ABRALEITE, João Cruz Reis Filho, que foi Secretário de Estado da Agricultura de Minas Gerais, também esteve presente ao evento e disse que a produção de leite no Brasil está crescendo mais do que o consumo, demonstrando que o caminho para enfrentar este cenário é o da exportação. João citou que a atividade de produção de leite deveria ser tratada como tema de Estado, a exemplo de outros países que cultivam políticas públicas de geração de renda e capacidade de fixação do homem no campo.

O presidente da Coopleste, Pedro Augusto Junqueira Ferraz, assinalou que o discurso mais positivo vem do homem do campo, que sustenta o país, contribuindo com parte significativa do PIB nacional e que o seu trabalho deve ser valorizado. Ele salientou que é fundamental para a região manter a iniciativa de realizar a exposição do gado Girolando, demonstrando a força e união dos produtores.

O empresário e pecuarista Luiz Cláudio de Bastos Moura também faz parte do Núcleo Girolando Sem Fronteiras e destacou em seu discurso sobre as dificuldades que estão se tornando cada vez maiores para os produtores, frisando que eles devem buscar soluções mercadológicas através da união.

Paulo Cruz Martins Junqueira falou sobre a importância da reunião para discutir propostas de políticas públicas para o setor, buscando alternativas para o produtor continuar a trabalhar com dignidade. “O leite é o alimento mais nobre e gera empregos. Quem produz conhece as dificuldades e temos que cuidar disso, não podemos desistir”, afirmou.

Em primeiro plano o presidente do Núcleo Girolando Sem Fronteiras Paulo Junqueira, Salviano Ferraz (Sindicato Rural) Pedro Augusto Junqueira Ferraz (Coopleste), o pecuarista Cláudio Moura, João Cruz (Abraleite), Cimar Onofre (Emater) , Odilon (IMA) e Evandro Guimarães.


A Associação dos Criadores Girolando Sem Fronteiras

Fundado no ano de 2014 no município de Leopoldina, a Associação dos Criadores Girolando Sem Fronteiras despertou a atenção de especialistas e criadores de diversas regiões, pelo nome expressivo ‘Sem Fronteiras’, sendo uma iniciativa que serviu de modelo para a criação de outras entidades no país.

A entidade proporciona aos criadores inúmeras vantagens, como convênios e parcerias de fomento e repasse de recursos, além de atendimentos personalizados técnicos aos associados.

Agregar os criadores; promover a raça Girolando na região; apoiar e fomentar exposições, leilões, feiras e encontros técnicos; incrementar o número de registros; gerar um banco de dados para pesquisa: registro, controle leiteiro e rebanho colaborador; difundir tecnologia e conhecimentos; viabilizar parcerias em cursos de capacitação e dias de campo. A Associação dos Criadores Girolando Sem Fronteiras trabalha de forma intensa e densa sobre os objetivos, tentando agregar pequenos criadores ao pacote de conhecimento e tecnologia, visando uma melhoria em todo o rebanho da região, com menor custo e maior eficiência.

Apoio
Coopleste, Prefeitura Municipal de Leopoldina, Câmara Municipal de Leopoldina, Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Emater, IMA e Sindicato Rural de Leopoldina.

Patrocinadores
Mouragro, MSD Saúde Animal, CEVA, REAL H Nutrição e Saúde Animal, Alta Genetics, Rações Guabi, ABS, Cezar Lopes, ACIL, Agrale Surubim Comercial, OPU Assessoria Reprodutiva, Valtra Agro Imperial, Hágil  Terapêutica e Líder Chevrolet


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