13/06/2018 às 07h32min - Atualizada em 13/06/2018 às 07h32min

Pedro Leitão participa de sabatina em Leopoldina

Estiveram presentes lideranças de partidos políticos locais, vereadores, presidentes de sindicatos, entidades filantrópicas, culturais, empresários, entre outros.

João Gabriel B. Meneghite
Planejado para ser um café da manhã e uma reunião informal com o pré-candidato ao cargo de Deputado Federal Pedro Cláudio Coutinho Leitão e lideranças de Leopoldina, o encontro tornou-se uma verdadeira sabatina, sendo levantadas diversas questões encaradas como um desafio para os próximos anos da política.

O fato ocorreu na manhã desta terça-feira, 12 de junho, na Faculdade Doctum, campus de Leopoldina. Estiveram presentes lideranças de partidos políticos locais, vereadores, presidentes de sindicatos, entidades filantrópicas, culturais, empresários, entre outros.

Pedro é conhecido por aqui desde 2001, quando foi implantada a Faculdade de Direito de Leopoldina - Rede de Ensino de propriedade de sua família. A partir disso, fez muitas amizades na região e retornou à cidade para conhecer outras lideranças representativas dos diversos segmentos da sociedade.

Inicialmente, o superintendente administrativo da Rede Doctum de Ensino, José Lúcio Monteiro, que é amigo de Pedro Leitão, fez suas considerações sobre o colega de trabalho. “Ele tem atributos que considero fundamentais, como a seriedade, honestidade, responsabilidade e uma pessoa trabalhadora. É muito qualificado, com uma formação sólida em sua trajetória acadêmica, tendo muita capacidade e qualidade. Hoje não se trata se uma visita única em Leopoldina, ele tem uma história construída aqui”, comentou José Lúcio, que trabalha há quatorze anos com Leitão.
A diretora da Faculdade Doctum de Leopoldina Ludmila Maia, o vice-presidente da Rede Doctum de Ensino Pedro Leitão e o superintendente administrativo da Rede José Lúcio Monteiro.

Antes de discursar, Pedro Leitão pediu a cada pessoa que se apresentasse. Depois falou sobre o seu vínculo com a região, principalmente com Leopoldina, que foi o município que recebeu a primeira unidade da Rede Doctum fora de Caratinga, onde fica localizada a sede administrativa da Rede de Ensino. Recordou do período que acompanhou as comissões do MEC para implantação da faculdade em Leopoldina.  

O educador revelou que nunca pensou em ser candidato a qualquer cargo político, pois se sente realizado no setor educacional como vice-presidente da Rede Doctum de Ensino. Em cargos públicos, exerceu a função de Secretário Municipal de Educação de Caratinga, onde conseguiu dobrar os números do IDEB. Como Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, pode aprender muito com o produtor rural. “Senti o sofrimento do homem do campo, tive a alegria de ter a secretaria mais bem avaliada do Governo de Minas, executando alguns projetos”, comentou.

Sobre a vontade de pleitear uma vaga da Câmara dos Deputados em Brasília, Pedro Leitão avisou que não está atrás de cargos ou dinheiro, mas que tem muita vontade de preencher essa lacuna da falta de representatividade, dizendo ser possível realizar projetos com muito trabalho. “Estou com muita disposição para trabalhar e acredito que é preciso renovar, pois chegou o momento de termos novas pessoas e ideias com consistência, responsabilidade e muito trabalho. O trabalho de um parlamentar aqui na região é muito mais importante do que dar emendas parlamentares, mas trabalhar pelo desenvolvimento da Zona da Mata, conectando investimentos, pessoas, entes públicos e privados para que possamos melhorar a vida das pessoas”, comentou.

Ao finalizar o seu discurso, Pedro Leitão abriu o espaço para perguntas. As pessoas queriam saber sobre o seu posicionamento em diversas temáticas.
 
Reforma da Previdência

O Presidente da 109ª Subseção da OAB de Leopoldina, Rafael Vargas Ponte, falou sobre o impacto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para reformar a Previdência Social e queria saber o posicionamento de Pedro sobre o tema.

Para Leitão, trata-se de uma situação preocupante, pois população está envelhecendo cada vez mais, necessitando de uma reforma. Por outro lado, exemplificou como a proposta estava sendo feita de maneira irresponsável em relação a aposentadoria do homem do campo. “Não temos que fugir do que precisa ser feito, mas ao mesmo tempo, precisamos saber quais as consequências sociais dessa decisão. Eu não defendo por defender, temos que ter responsabilidade, pois precisamos do dinheiro para pagar e, sem ter a fonte de recursos, não conseguimos fazer isso. A reforma do jeito que está proposta é meio complicada, mas é preciso ser revista a questão da previdência com responsabilidade”, comentou.

Política assistencialista

O Empresário José Henrique Silva de Abreu ressaltou os aspectos que ele considera negativos da política assistencialista e queria ouvir do orador a sua opinião.  Pedro comentou que existem muitas pessoas precisando de assistência, que são vulneráveis e não conseguem se estruturar, necessitando de políticas públicas assistenciais. “Temos que dar apoio, mas eu sou da política que não é só dar o peixe, é preciso ensinar a pescar. Precisamos criar uma proposta de autonomia a essas pessoas, mesmo que a assistência seja por um período, não podemos dar as costas para elas. Vivemos num meio social que podemos perceber o aumento das periferias. Precisamos criar oportunidades, seja de estudo ou trabalho”, comentou.

Cultura

Maria José Salles é atriz de teatro há 30 anos em Leopoldina. Ela comentou sobre as dificuldades dos pequenos promotores culturais angariar fundos para os projetos. Citou exemplos em que os artistas utilizam dinheiro do próprio bolso para ajudar a fomentar a cultura, indagando ao pré-candidato sobre a sua visão dessa situação.

Leitão disse que o problema principal diz respeito aos poucos recursos existentes, que ficam centralizados em Brasília. Ele frisou que outras áreas também sofrem com isso, e que os gestores municipais não conseguem investir como deveriam. “Qualquer prefeitura prioriza a folha de pagamento e não há investimentos como deveria nessas áreas. Setenta por cento dos recursos ficam em Brasília e, para melhorar isso, é preciso de um novo pacto federativo, dividindo melhor esses recursos. O dinheiro tem que estar mais próximo das pessoas”, comentou.

Pedro frisou os municípios recebem programas prontos para serem executados e muitas das vezes não refletem a realidade do local. Ressaltou que a própria população poderia sugerir a aplicação adequada do dinheiro nas atividades inerentes a sua região, participando inclusive do seu processo de fiscalização e aplicação.

Onde buscar apoio?

A especialista em Recursos Humanos, Marília Aguilar, é natural de Caratinga, mesma cidade de Pedro Leitão. Ela o conhece desde a infância e, no reencontro com o amigo, alertou que a resolução das questões discutidas será um grande desafio, principalmente na busca do apoio necessário para viabilizá-las.

Em sua fala, Pedro Leitão recordou que sempre gostou de trabalhar em equipe, fator que julga como um diferencial para exercer um mandato. “Eu quero fazer a diferença. O mandato deve ser coletivo, com participação das pessoas.  Só acredito em mudança com participação. Nessa caminhada nos tornamos mais humildes, sabe porquê? Precisamos ouvir mais as pessoas, pois cada um tem um ponto de vista, sendo todos eles importantes para construir essa força”, disse.

Empregabilidade para os jovens

Outra questão levantada por Marília Aguilar foi sobre o desespero de muitos jovens para conseguir um emprego, no entanto, falta preparo para o mercado de trabalho e eles perdem muitas oportunidades por isso. 

Em sua resposta sobre qual a proposta para aumentar a empregabilidade, Pedro informou que o Brasil é o país que mais mata jovens no mundo e tem maior desemprego. Disse que o jovem precisa ter uma “estrada” para caminhar. “O jovem precisa estudar, mas também ter uma experiência profissional mais cedo, adquirindo valores que recebemos com o trabalho”, observou.

Guerra fiscal e o empobrecimento da Zona da Mata

O repórter do Jornal Leopoldinense, João Gabriel Baía Meneghite, falou sobre a existência de estudos da Universidade Federal de Juiz de fora e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais que apontam a chamada ‘guerra fiscal’ como um dos principais problemas de desenvolvimento da Zona da Mata Mineira, principalmente o município de Leopoldina, que é apontando como um território de grande potencial de desenvolvimento, mas que sofre com essa questão.

Pedro Leitão comentou que esse é um dos assuntos que mais lhe deixa revoltado, tendo em vista que as empresas nessa região estão atravessando a fronteira em busca de benefícios.
“Temos que fazer uma zona de amortecimento nessa região de fronteira, criando uma área de aproximadamente cem quilômetros da fronteira, criando um incentivo fiscal para esses municípios. Não podemos perder nossas empresas, indústrias e, consequentemente os empregos por causa de uma questão fiscal. Precisamos entender melhor essa realidade”, alertou.

Juventude negra

Amaury Santos é membro do Movimento Negro em Leopoldina e demonstrou-se preocupado com as estatísticas de jovens negros mortos no Brasil e, principalmente em Leopoldina. Também comentou sobre o índice de desemprego elevado na cidade e questionou ao pré-candidato sobre como ele pretende atuar na defesa desses jovens.

Pedro disse que carrega consigo um ensinamento de seu pai, que todos devem tratar o próximo como irmão. “Quando alguém sofre consequências por causa da cor, precisamos prestar atenção nisso”, alertou. Sobre a tema empregabilidade ele salientou que é preciso ter políticas para atrair investimentos, unindo os pontos e vocações que precisam ser desenvolvidas na região. 

“Acredito que projetos podem ser desenvolvidos, eu vi isso acontecer no Norte de Minas. Lá não chove, não dá nada. Eu vi um projeto de apicultura no qual um menino de 19 anos ganhava quinhentos reais por semana. Lá eles encontraram uma maneira de dar renda para os jovens. E aqui? Acho que através de muitas conversas podemos unir alguns pontos”, disse. 

Ao final dos questionamentos Pedro Leitão falou ao jornal Leopoldinense, dizendo-se muito honrado com a participação expressiva de diversos segmentos da sociedade leopoldinense, que depositaram confiança nele ao comparecer na reunião para ouvi-lo. Ele disse ainda que, ao mesmo tempo, tem enorme responsabilidade. “Isso me dá força e aumenta o meu vínculo com Leopoldina”, encerrou.


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