01/07/2018 às 18h15min - Atualizada em 01/07/2018 às 18h15min

Inaugurada em Leopoldina a Casa de Atenção e Proteção à Mulher

No local serão ofertados serviços de assessoria jurídica, psicológico, além de cursos profissionalizantes para inserção da mulher no mercado de trabalho.

João Gabriel B. Meneghite
As estatísticas sobre a violência contra a mulher brasileira são assustadoras – três em cada cinco mulheres jovens já sofreram violência em relacionamentos. Apesar de 98% da população brasileira saber da existência da Lei Maria da Penha, os dados continuam elevados.

A Central de Atendimento à Mulher, conhecido como ‘Ligue 180’ registra casos como violência física, psicológica, moral, cárcere privado, violência sexual, patrimonial e até mesmo tráfico de pessoas.

A Secretária Municipal de Assistência Social de Leopoldina, Maria do Carmo Vargas Barbosa Vilas, revelou que em Leopoldina há muitas ocorrências de crimes bárbaros praticados contra a mulher, informando que só são computados casos de violência física e óbitos, não sendo registradas as violências que antecederam a esses momentos, muitas das vezes pelo medo da vítima.
A Secretária Municipal de Assistência Social de Leopoldina, Maria do Carmo Vargas Barbosa Vilas discursando no momento da inauguração.
Por isso, o município de Leopoldina inaugurou no dia 30 de junho uma casa com serviços especializados para o enfrentamento à violência contra a mulher. A Casa de Atenção e Proteção à Mulher fica localizada no Alto do Cemitério, no entroncamento da Ladeira Riachuelo com a Praça São José. Além de salas para atendimento individualizado, foram criados ambientes amplos para reuniões, espaço multimídia e escritório informatizado. Serão ofertados serviços de assessoria jurídica, psicológico e de acompanhamento, além de cursos profissionalizantes para inserção da mulher no mercado de trabalho.

“Vamos ajuda-las a conhecer melhor quais são as situações que já oferecem perigo na vida delas e como podem se fortalecer para superar tudo isso e ter coragem de falar que não desejam mais isso na vida delas. Se sentirão fortalecidas, buscando a independência econômica e se desligando de pessoas violentas”, explicou Maria do Carmo.

O prefeito José Roberto de Oliveira comentou que no Brasil morrem a cada dois minutos uma mulher vítima de violência, sendo necessário um serviço que forneça informações, dando amparo e coragem para a mulher expor o seu medo. Ele recordou da luta de Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência que a deixou paraplégica, sendo aprovada uma Lei que levou o seu nome. O chefe o Poder Executivo de Leopoldina salientou ainda que o Município se preocupa com essas questões há tempos, enumerando os programas existentes voltados aos idosos, crianças e mulheres.

Em seu discurso, o Deputado Federal Marcos Pestana comentou que uma das grandes metas do milênio é a afirmação dos direitos da mulher, que corresponde a mais da metade da população. Ele disse que as mulheres não se sentem seguras em buscar os seus direitos, externando a importância de se ter profissionais treinados em saber abordar corretamente e dar toda a assistência.

A vereadora Kélvia Raquel é a única mulher na Câmara Municipal de Leopoldina e tem dado ênfase em seu mandato aos temas relacionados à proteção da mulher. Em 2014 apresentou uma indicação para que o município criasse um programa para atender as mulheres vítimas de violência. “Estou muito feliz, estamos celebrando o nascimento de um projeto que vai trazer esperança para as mulheres leopoldinenses”, comentou.

Também discursaram os vereadores Valdilúcio Malaquias e Hélio Batista Braga de Castro, moradores da região, além de Carminha, representante do Centro de Convivência da Terceira Idade, que agradeceram pelos investimentos realizados.  “É uma obra importante para o nosso bairro, agradeço a Prefeitura e toda equipe da Secretaria de Assistência Social”, comentou Malaquias.
Hélio Braga Neto comentou que havia feito um pedido ao prefeito para que desse uma destinação ao imóvel para a implantação desse programa. “Será muito útil para a nossa sociedade, pois as mulheres são violentadas no dia a dia, é preciso combater essa situação”.

No interior do imóvel, foi inaugurada uma foto ampliada da pequena Érika, vítima de um crime bárbaro que chocou todo o Brasil. A sua mãe Bárbara estava acompanhada de familiares e ao ver a foto da filha ficou muito emocionada.





 


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