José Roberto de Oliveira, prefeito do município de Leopoldina.
A Secretária Municipal de Cultura Jussara Thomás agradeceu a presença do público e a parceria da ALLA, que tem dado um suporte fundamental para a promoção da cultura em Leopoldina. Jussara disse ainda que está há seis anos à frente dos trabalhos na Secretaria e que percebeu a evolução dos trabalhos realizados até o presente momento. Ela convidou a população a acompanhar os trabalhos e eventos divulgados pela sua pasta na página oficial da Secretaria de Cultura nas redes sociais.
O presidente da ALLA – Academia Leopoldinense de Letras e Artes, Luiz de Melo Sobrinho, comentou que foram 27 edições do evento, que hoje, atinge todo o território nacional. Disse que o nível das poesias vem melhorando a cada ano e espera que cresçam as participações dos poetas.
Em contato com o Jornal Leopoldinense, o poeta Marcus Vinicius Queiroga Pereira(foto), relatou a sua alegria com a conquista e fez agradecimentos:
“Gostaria de dar parabéns à Secretaria Municipal de Cultura de Leopoldina pela contínua realização do concurso, com a colaboração da Academia Leopoldinense de Letras e Artes, e de agradecer, especialmente, à Maria José Baía Meneghite, pela interpretação do texto. Para o poeta, solitário em seu ofício, um prêmio sempre representa a oportunidade de ser lido e reconhecido por outros escritores e críticos. Registro aqui, portanto, a minha satisfação de, além do troféu Augusto dos Anjos, receber a leitura e o incentivo de meus pares”. INVENTÁRIO Marcos Vinicius Queiroga Pereira (Tonho)
Penso no pai sempre com desculpas.
Usa palavras difíceis, fora do vocabulário das crianças.
Para um pouco de lado na porta,
como se houvesse a dúvida
de entrar ou de partir.
O terno parece envelhecido
e as mangas apresentam rugas que não tinham antes.
Penso no pai sempre com fantasias
No aniversário, teremos muitos brinquedos,
que ele só não trouxe ainda,
por causa do peso
Um vulto desaparece na memória
onde também desapareço.
É ele a figura que vejo
distante no espelho?
Penso no pai sempre com adiamentos.
A vida vai ficar para depois de amanhã.
Enquanto isto, anotamos em papéis
as tarefas não feitas
e o futuro rabiscado como um rascunho.
O trem na estação do subúrbio
apita a sua falta.
O tempo não me esperou.
Retorno ao quarto emprestado da infância,
para mais tarde devolvê-los:
o quarto e a infância.
Penso no pai sempre com uma pasta
de desatenções na mão.
Esqueceu os afetos trancados
em alguma gaveta do escritório.
Tinha pressa de chegar a algum lugar,
embora ele não soubesse nomeá-lo.
Será que sou sua continuidade
ou o seu contrário?
Penso no pai como se um retrato,
posto primeiramente na sala
e agora em uma caixa do sótão.
E em como aprendi sobre o tempo
com essa fisionomia amarelada,
perdida entre outros não pertences.
Em que se ocupa ele durante a janta,
com o cenho franzido
e o diálogo adiado?
Penso no pai como um silêncio,
um apito de trem que não se ouve mais
em uma estação enferrujada.
Vejo um vulto indo sobre os trilhos
e o nevoeiro na plataforma
Avisto o pai no vagão que parte,
jamais no que retorna.
Confira os títulos das 20 poesias finalistas e os pseudônimos dos autores escolhidos pela Comissão Julgadora:
A interrogação da vida (pseudônimo: Edujaem Sued)
Ao som da bela agonia (pseudônimo: Braguinha)
A paz (pseudônimo: Gato Malhado)
Aprendizado (pseudônimo: Esmeralda)
A Primavera em mãos (pseudônimo: Girassol)
Estações da vida (pseudônimo: Cavaleiro das Letras)
Celebração (pseudônimo: Melchior)
Inquieto (pseudônimo: Açucena Linhares)
Inquisição (pseudônimo: Igor de Miranda)
Inventário (pseudônimo: Tonho)
Livros (pseudônimo: Garota Lunar)
Monumentos íntimos (pseudônimo: Fera ingrata)
Noite de insônia (pseudônimo: Airton Senna)
O Mito do Dominguinhos ( pseudônimo: Luiz Lua Gonzaga)
O Tapete (pseudônimo: Tapeceiro)
Sem sentido (pseudônimo: Solidão)
Soneto do cotidiano (pseudônimo: Colibri)
Tesouro sem preço: (pseudônimo: O Sonhador)
Um poema para menina (pseudônimo: Joel Bento)
Vazio Interior (pseudônimo: Stella)
Com informações da Secretaria Municipal de Cultura de Leopoldina