05/12/2018 às 15h46min - Atualizada em 05/12/2018 às 15h46min

Como uma professora utilizou contos de fadas para desenvolver a empatia

Uma creche em Leopoldina mostra como Branca de Neve ajudou a professora a cultivar habilidades socioemocionais previstas na BNCC

- FONTE: REVISTA NOVA ESCOLA
Conto de fada ajudou a turma da professora Mônica a expressar os sentimentos. (Dayana Valle)
Por: Tory Oliveira - Revista Nova Escola

Na turma da professora Mônica de Bem, Branca de Neve e os Sete Anões é o conto de fadas favorito das crianças.“Saía até briga por causa do livro”, lembra a educadora. A creche Santa Luzia/ Mundo Encantado, em Leopoldina (MG), tinha poucos exemplares, compartilhados nas rodas de leitura. Mas ela resolveu ir além. Ao estudar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), teve a ideia de, com base no conto, desenvolver aspectos como empatia, cooperação e autonomia – as chamadas habilidades socioemocionais previstas no documento. “Eles aprenderam a resolver conflitos e a se valorizar”, explica a professora. A confecção de “espelhos mágicos” de papel ajudou as crianças a exercitarem o autoconhecimento. Para dar mais possibilidades de expressão, a professora trouxe fantasias para que os pequenos vivessem os personagens favoritos e, por meio deles, expressassem seus próprios sentimentos.

Qual é a técnica? 

Nem conteúdo nem disciplina

Habilidades socioemocionais são capacidades que alunos e professores precisam cultivar em qualquer lugar. Por isso, elas devem ser exercitadas sempre em situações reais de convivência e aprendizagem. Veja como as habilidades apareceram no trabalho de Mônica.

Empatia na roda de leitura

Ao ouvir e contar versões diferentes do conto Branca de Neve, as crianças puderam conversar, concordar e discordar,  desenvolvendo a capacidade de diálogo
 
2) Resolução de conflitos nas discussões 

Durante uma atividade de criação de histórias, uma menina sugeriu que o caçador poderia ser mulher, gerando discordância. A professora, então, ajudou a turma a  discutir a questão e a negociar.
 
3) Autonomia na montagem das peças 

Em muitos casos, a professora deixou que os pequenos resolvessem sozinhos  os desentendimentos, ainda que a solução não agradasse a todos.
 
PAINEL DE OPINIÕES 

 
"A Mônica foi inovadora ao fazer os personagens viraram uma válvula de escape para as crianças.” Izabel Prado, professora responsável pela Creche Santa Luzia/Mundo Encantado
"Meu filho era muito fechado, mas agora está mais solto e pede para ouvir histórias antes de dormir. Está se alimentando melhor e vive dizendo que quer ser um príncipe, como no conto de fadas.” Eluana Brito, mãe de Pyetro Gustavo
“O desenvolvimento do meu filho mais novo foi muito bom. Ele agora se expressa melhor e questiona mais. Fica menos na TV, preferindo desenhar ou recontar histórias clássicas do jeito dele.” Sheila Regis, mãe de Daniel

 
Literatura

O VERDADEIRO PODER DOS CONTOS DE FADAS

Ouvir e contar histórias é uma atividade fundamental para desenvolver a imaginação e a capacidade de expressar sentimentos. Para a especialista em literatura Elizabeth Cardoso, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), os contos da tradição oral cumprem muito bem esse papel.

Alimento para a imaginação> Para as crianças, os contos de fadas dão a oportunidade de vivenciar o faz de conta em um ambiente seguro para a experimentação.

Conhecer culturas> É possível diversificar o repertório das crianças, trazendo, além das narrativas europeias, histórias dos povos indígenas e africanos, por exemplo.

Explorar linguagens > Além de incentivar a aproximação com textos verbais e visuais, o conto de fadas pode ser ponto de partida para outras atividades artísticas, como o teatro e a dança.
 
Ampliar a autoestima> Os pequenos se motivam pelo exemplo de personagens frágeis ou em grandes dificuldades, fazendo com que se sintam mais corajosos e empoderados.

PARA SABER MAIS

No site de NOVA ESCOLA, você encontra o BNCC na Prática, um material completo sobre como usar o documento em sua aula: novaescola.org.br/bncc


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