26/04/2019 às 22h04min - Atualizada em 26/04/2019 às 22h04min

A Leopoldina que me acolheu. Antonio Trajano Vieira Cortez

Antonio Trajano Vieira Cortez, jornalista

Leopoldina entrou na minha vida no distante ano de 1987 (foi outro dia mesmo). Nesse ano, comecei a trabalhar na assessoria de comunicação da Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina, a atual Energisa. Não sabia, mas uma das minhas funções na empresa seria dar suporte ao jornal Gazeta de Leopoldina. Mais tarde acabei sendo o editor do semanário, que, prestes a completar 100 anos, era um dos mais tradicionais órgãos de comunicação do país. A Gazeta estava localizada no mesmo edifício onde até hoje funciona outro importante ícone da memória leopoldinense, a Rádio Jornal.

Mais do que uma mera encheção de linguiça, esse preâmbulo serve para situar as razões, afetivas e profissionais, que fizeram com que Leopoldina fosse morar no meu coração. Trabalhar em um jornal com o prestígio da Gazeta e ao lado de uma rádio que era a voz da cidade foi a melhor maneira de eu conhecer a cidade, descobrir seus encantos, suas mazelas, sua gente e, principalmente, ser bem acolhido por ela. Sim, por que essa é uma característica de Leopoldina, o jeito hospitaleiro e gentil de seus moradores.

Essa hospitalidade começou com a equipe de grandes profissionais que tinham a incumbência de fazer um jornal toda semana. Não vou citar nomes, mas essas pessoas me ajudaram a escrever a minha história em Leopoldina. A Gazeta de Leopoldina abriu suas páginas para todos segmentos da sociedade e através deles conheci uma cidade que tem várias facetas.

Certa ocasião uma amiga me disse que Leopoldina tinha um certo ar de cidade praiana. Em um primeiro momento achei a comparação meio absurda (provavelmente, muitos leitores também vão achar isto meio estapafúrdio), mas depois me rendi ao comentário. Tem um jeito de praia, justamente por passar um sentimento de alegria e gentileza.

Nessa praia mineira sem mar, mas cercada de morros, o moderno e o tradicional convivem em harmonia, ainda que muito de sua história esteja sendo jogada no chão. Ainda me encanto ao passar pela Cotegipe, principal artéria da cidade, mas não deixo de lamentar a perda do charme com a demolição de imóveis, substituídos por construções sem alma.

Ao completar mais um aniversário, Leopoldina precisa reencontrar a vocação empreendedora e visionária das gerações passadas. Só para citar dois exemplos, lembro que cidade é referência na educação e foi um leopoldinense que apostou na incipiente energia elétrica como forma de trazer melhorias para a vida de seus conterrâneos. Lições que devem ser aplicadas para Leopoldina avançar rumo a uma nova ordem, a novos tempos.

No dizer do poeta português Miguel Torga, um exemplo de forasteiro que foi acolhido com carinho, Leopoldina “é uma pequena cidade cheia de sol”. O sol continua a bater o ponto diariamente, mas cidade já não é tão pequena e quer crescer ainda mais. Sem nunca perder esse jeito acolhedor que tanto fascina.


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