26/04/2019 às 22h08min - Atualizada em 26/04/2019 às 22h08min

A Leopoldina que me acolheu. Por Nelson Vieira Filho

“A cordilheira de desfez, em mil pedaços a sorrir
... surgiu, no seio da terra, esta formosa Leopoldina”.

E, em consequência de tal surgimento, cantado inicialmente em magistrais versos escritos e musicados pelo Monsenhor Gerardo Naves e depois também pelo Sérgio “Serginho do Rock” Freire, minha vida tomou seu norte. Por que? Porque, em 1954, surgiu a abençoada oportunidade de eu vir aqui fazer meu Curso Clássico no então Colégio Leopoldinense.
 
Vim pelas solidárias mãos do padre Raimundo Nonato de Araújo Fernandes (ou será Fernandes de Araújo?), irmão de minha madrinha de batismo, a dindinha Eugênia, madrasta de papai.
 
Foram necessários apenas alguns minutos, num domingo, quando na Rua Cotegipe papai e eu nos encontramos com o Sr. Edmundo Dias da Costa, pai da Marisa, amiga de minha irmã mais velha, para conhecermos o que se chama hospitalidade leopoldinense. Papai se foi para Miraí e o Sr. Edmundo e dona Amanda amorosamente me acolheram até a manhã seguinte, quando se abririam os portões do Colégio.
 
Tão logo cheguei para estudar, adquiri no Colégio, no juvenil do RJ, nas brincadeiras dançantes, o acolhimento do ombro amigo de um caudal de jovens, muitos dos quais, amigos fraterníssimos até hoje, agora já não tão jovens, me dão continuadamente o insuperável prazer de uma convivência estreita, sadia, benéfica.
 
Ao término de um ano, quando o Colégio passou para o Estado de Minas Gerais, vi-me hóspede da santinha dona Rita de Assis Pereira, senhora acolhedora de estudantes em sua residência na Rua Ribeiro Junqueira, 142, e cuja bondade fazia com que seus pensionistas, como eu, a amássemos como se nossa mãe fosse.
 
E, quase que defronte, dando-me atenção perfeita como se adulto eu fosse, acolheu-me, para agradáveis conversas (inclusive sobre “nosso” partido político UDN), o Dr. Joaquim Custódio Guimarães, cuja lhaneza de trato me fez tê-lo como conselheiro-mor.
 
Enquanto universitário no Rio, eu aqui voltava em carnavais e Exposições Agropecuárias. Numa delas conheci a Scarlet, leopoldinense de Piacatuba, com quem tive a ventura de casar e que me deu três maravilhosos filhos, todos leopoldinenses.
 
Egresso de Ubá-MG, onde tomei posse, aqui fui funcionário do Banco do Brasil, onde, em épocas distintas, trabalhei sob o comando de gente da qualidade moral e humana de um Milton Pimentel Bittencourt, de um Aloisio Soares Fajardo e de um Fernando Furtado Barreto.
 
Formado em Direito e incentivado pelo honradíssimo Dr. José Gomes Domingues, me inscrevi na OAB-MG e tive, graças ao acolhimento do povo de Leopoldina, a oportunidade de aqui advogar durante décadas.
 
Leopoldina me acolheu também politicamente, elegendo-me vereador em três sucessivas eleições, sempre com crescente votação.
 
Faço votos que minha amada Leopoldina supere suas notórias deficiências e continue a ser para todos os “forasteiros” a mesma generosa Leopoldina que me acolheu e que continua a me acolher. 
 
Agora, já na “quarta-idade”, cantarolando “Daqui não saio, daqui ninguém me tira”, só me resta, com o coração abarrotado de amor, ficar repetindo incansavelmente: 
 
 “Obrigado, Leopoldina querida”.
 
Nelson Vieira Filho, Nelsinho.


Leia também... 
 
A Leopoldina que me acolheu.
Por Alexandre Carlos Moreira
Clique para ler... 
A Leopoldina que me acolheu.
Antônio Trajano Vieira Cortez
Clique para ler... 
A Leopoldina que me acolheu.
Luiz de Melo Sobrinho
Clique para ler... 

 
A Leopoldina que me acolheu.
Nelson Vieira Filho
Clique para ler... 
A Leopoldina que me acolheu.
Maria José Baía Meneghite
Clique para ler... 
A Leopoldina que me acolheu.
Max Alan Matheus
Clique para ler..
A Leopoldina que me acolheu.
Paulo Cruz Martins Junqueira
Clique para ler... 
A Leopoldina que me acolheu.
Ronald Alvim Barbosa
Clique para ler... 


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »