19/06/2019 às 19h54min - Atualizada em 19/06/2019 às 19h54min

Especialistas da Escola de Arquitetura da UFMG realizam estudo de caso em Piacatuba

Igreja Nossa Senhora da Piedade ganhará projeto de prevenção de patrimônio e combate a incêndio

João Gabriel B. Meneghite

A Matriz de Nossa Senhora da Piedade é uma das igrejas mais antigas da região e uma relíquia remanescente da arquitetura colonial. Tem duas torres sineiras e parte de seu interior com revestimento de madeira, além possuir algumas características do barroco.  

Em 2017 foi uma das locações para o filme ‘Maria do Caritó’, sendo considerado um dos principais panos de fundos do Distrito de Piacatuba, pertencente ao município de Leopoldina, que está em plena ascensão no turismo brasileiro.

Feliz com a projeção do lugar onde tem raízes, mas também preocupado com a sua preservação, o arquiteto da Universidade Federal de Minas Gerais, Eduardo Fajardo Soares, conseguiu mobilizar uma equipe multidisciplinar de especialistas para fazer uma avaliação de riscos da igreja.

Quem coordenou os trabalhos foi o professor Paulo Gustavo Von Kruger, com vasta experiência em Patrimônio Cultural e prevenção de incêndios. Juntamente com os alunos de iniciação científica e pós-graduação da Escola de Arquitetura da UFMG Luana Oliveira Gonçalves, Anderson de Souza Quintela Chagas e o engenheiro Marcus Vinicius Mendes Pereira, além do doutorando Eduardo Fajardo Soares, foram realizados nos dias 15 e 16 de junho, levantamentos para um estudo de caso, que fará um diagnóstico e prognóstico da Igreja de Nossa Senhora da Piedade.

Fajardo tem mestrado em patrimônio e foi o coordenador local do Plano Diretor Participativo do Município de Leopoldina, formatado no ano de 2006, pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa, da Escola de Arquitetura da UFMG.

Ele comentou que o Plano Diretor já apontava para essa riqueza, de alto valor arquitetônico para Piacatuba. Quando se matriculou para o doutorado, já pensava em realizar trabalhos para o distrito. “Mostrei fotos para alguns colegas, que ficaram encantados com a qualidade da igreja. Propus a realização desse trabalho, que, geralmente, é realizado no entorno de Belo Horizonte e em municípios como Ouro Preto e Mariana. No interior de Minas Gerais é mais complicado, pelo deslocamento e custos. Mesmo assim, viemos pela paixão”, comentou Eduardo, que fez questão de agradecer a receptividade do Quintal da Malu, que não cobrou a hospedagem dos pesquisadores.

O professor Paulo Gustavo Von Kruger explicou que o levantamento arquitetônico será transformado em uma planta e em um projeto de prevenção e combate a incêndio, de acordo com as instruções do Corpo de Bombeiros e normas técnicas vigentes.

Portanto, a igreja terá à sua disposição um projeto e poderá buscar fontes de financiamento para conclusão do mesmo, dotando o patrimônio de equipamentos que podem combater o inicio de um incêndio. “É importante também trabalhar com o treinamento das pessoas para poderem utiliza-los de forma correta”, finalizou o professor.

Luana Oliveira Gonçalves, Anderson de Souza Quintela Chagas, Marcus Vinicius Mendes Pereira, Eduardo Fajardo Soares e o professor Paulo Gustavo Von Kruger

Matriz de Nossa Senhora da Piedade

Faz parte da Diocese de Leopoldina, tendo sido criada em 1º de dezembro de 1873 pela Lei nº 2027, mas existem assentos registrados desde 1851, quando a paróquia era subordinada a Arquidiocese do Rio de Janeiro; Em 1887 foi transferida para Diocese de Mariana e em 1942, com a criação da Diocese de Leopoldina, passou a pertencê-la.

A paróquia organiza a tradicional festa da ‘Torre da Cruz Queimada’, cuja lenda transformou-se em símbolo religioso e local de peregrinação, pois, muitos devotos saem de longe para cumprir promessas atendidas.


 

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