11/10/2019 às 11h36min - Atualizada em 11/10/2019 às 11h36min

Municípios de Minas Gerais se mobilizam em defesa dos Correios

Além da proposição de moções públicas, há diversas audiências acontecendo nas Câmaras Municipais.

Carteiros de Leopoldina, alguns aposentados recentemente.
Por todo o Brasil, a população do País tem mostrado interesse em que os Correios continuem públicos, por meio das Câmaras Municipais de inúmeras cidades. Vereadores estão propondo moções em defesa da estatal e contra a privatização dos Correios. A moção é a proposição por meio da qual manifesta-se apoio, pesar ou protesto em relação a um acontecimento que tem muita importância pública ou social.
 
A Associação dos Profissionais dos Correios (ADCAP) é uma das entidades apoiadoras da campanha Todos Pelos Correios, que reúne várias instituições que defendem a continuação da empresa como sendo pública e sustentável. Ao todo, com o apoio direto da ADCAP Minas, já foram realizadas em Minas Gerais 48 moções em defesa dos Correios (confira as localidades ao fim da matéria). No País, muitas outras também já foram promovidas em estados de todas as regiões brasileiras, com destaque para o Rio Grande do Sul (30) e São Paulo (20).
 
Além da proposição de moções públicas, há diversas audiências acontecendo nas Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas de todo o Brasil para discutir a questão da privatização dos Correios. A venda da estatal não é vista com bons olhos por quase 70% da população brasileira, como mostrado em pesquisas de opinião recentes.
 
Na capital mineira, foi realizada uma dessas audiências no final de agosto, na ALMG. O diretor nacional de Relações Funcionais da ADCAP, José Maria dos Santos Silva, apontou que a população precisa ficar atenta à importância dos Correios como prestadores de serviços públicos. Ele explicou que a Empresa existe para cumprir previsão contida na Constituição Federal, como mantenedora do serviço postal. José Maria lembrou também que os Correios não são dependentes do governo e, portanto, não dão prejuízo.
 
O Ministério da Economia, tem dito que há pelo menos oito grandes players, do mercado nacional e internacional, interessados em comprar os Correios. Quem conhece a estatal sabe que o setor privado só quer a parte boa da estatal: atuar apenas nos grandes centros urbanos com o segmento de encomendas, que é lucrativo. Eles não têm interesse em arcar com o atendimento à população como um todo, indo a localidades de acesso mais difícil. A população desses lugares terá que se deslocar mais para ser atendida pelos Correios. Agências certamente deixarão de existir. Mesmo nos grandes centros, pode haver a mudança no atendimento. Ao invés das entregas serem em domicílio, as pessoas terão de se dirigir a unidades da Empresa para retirar suas encomendas e outros objetos postais. Bairros periféricos e aglomerados também seriam atingidos com a falta de atendimento.
 
Nos municípios, os vereadores, que naturalmente têm contato mais próximo com as comunidades que representam, sabem o quanto os serviços públicos são importantes para os moradores. Em 60% das 5.570 cidades brasileiras, só existe a agência de Correios como infraestrutura do governo federal.
 
Em Ouro Preto, durante a moção em defesa dos Correios, o vereador Vander Leitoa deixou evidente o que está por trás da privatização. “É uma instituição que ao longo do tempo foi sucateada e o presidente agora está tentando fazer uma propaganda negativa para acabar com a estatal. O povo tem que entender que nós precisamos dos Correios e tem que abraçar essa luta porque vai ser bom para todo mundo”. Ele ainda afirmou que quem comprar os Correios vai cobrar mais caro pelos serviços, uma conta que será paga pela população.
 
Em Viçosa, na região Sul de Minas, na moção apresentada pelo presidente da Câmara, vereador Antônio Elias Cardoso, e aprovada pela maioria da Casa Legislativa, o documento evidencia a missão dos Correios na integração nacional. “Verdadeiro braço do Governo Federal em todo o território nacional, desenvolvendo sua missão pública notória. Regiões mais carentes do País irão se ver prejudicadas, pois, por não gerarem lucro suficiente, a iniciativa privada não se interessará pela manutenção das agências de encomendas até então em funcionamento nesses locais”. Essa opinião é compartilhada pelo presidente da Câmara Municipal de Pirapora, cidade do Norte de Minas. O vereador Anselmo Caires propôs naquela Casa Legislativa a moção repudiando a privatização dos Correios, assinada pela maioria dos integrantes do órgão. Para ele, Pirapora corre o risco de perder a agência dos Correios, assim como municípios menores da região, caso a estatal seja privatizada. Ele também acredita que o custo dos serviços postais irá aumentar.
 
Conheça as cidades de MG onde já aconteceram com o apoio da ADCAP Minas
 
Abaeté
Açucena
Alto Rio Doce
Araçaí
Barbacena
Botumirim
Buenópolis
Cachoeira do Prata
Caeté
Candeias
Carmo de Minas
Casa Grande
Conceição do Mato Dentro
Conselheiro Lafaiete
Contagem
Ferros
Formiga
Iguatama
Ilicínea
Imbé de Minas
Ipatinga
Itabirito
Ituiutaba
Itumirim
Manhuaçu
Mercês
Moeda
Montes Claros
Oliveira Fortes
Ouro Preto
Paiva
Pirapora
Piranguinho
Prados
Prata
Rio Preto
Rochedo de Minas
Santa Luzia
Santana do Jacaré
São Brás do Suaçuí
São Francisco do Glória
São Pedro dos Ferros
Sapucaí Mirim
Senhora de Oliveira
Ubaporanga
Várzea da Palma
Viçosa
Virgínia
 
As moções realizadas nas Câmaras Municipais dessas localidades representam apenas uma parcela das ações em defesa dos Correios. Outras foram promovidas por entidades parceiras e novas iniciativas ainda estão por acontecer.

Fonte> Associação dos Profissionais dos Correios Regional Minas Gerais-ADCAP Minas
 


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