14/02/2020 às 09h46min - Atualizada em 15/02/2020 às 10h57min

Pré-candidato a prefeito Dr. Marco Antonio concede entrevista exclusiva ao jornal Leopoldinense

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Luiz Otávio Meneghite
Dr. Marco Antônio de Oliveira Lacerda
Debater os problemas do município e apontar soluções para os mesmos foi o foco da entrevista com o pré-candidato a prefeito de Leopoldina, Dr. Marco Antonio de Oliveira Lacerda, médico e atual Presidente da Unimed de Leopoldina. Atualmente, ele encontra-se filiado ao PRB. A entrevista foi feita a partir de questionamentos sobre alguns problemas do município, enviados diariamente ao jornal Leopoldinense pelos leitores, via facebook principalmente. Assim, os diretores do jornal acreditam estar verdadeiramente, contribuindo para o debate democrático. “Temos a convicção de que não basta se candidatar e pedir votos; é preciso mostrar ideias, apontar soluções e sustentar suas opiniões perante o eleitorado. Eis uma boa chance para falar diretamente com o eleitor e, talvez, conseguir bons votos”.
 
JL -Fale um pouco sobre sua trajetória pessoal como político e sua experiência como gestor público.
 
Dr. Marco Antonio- Iniciei de fato na política há 12 anos quando aceitei o convite para ser candidato a vice-prefeito na chapa do José Newton, posteriormente retornei como vice junto de Marcinho Pimentel contra o atual prefeito. Na última eleição que participei aceitei o desafio de me candidatar como deputado estadual num projeto da Rede Sustentabilidade, apoiando Marina para presidente, que na ocasião era forte candidata a se eleger, por entender que ela seria a melhor opção para nosso país e numa pretensa eleição minha para prefeito seria importante ser do partido do presidente da república ou pelo menos alinhado com ele. Hoje, até esse momento, estou filiado ao PRB.
 
JL -Por que e para que o senhor pretende candidatar-se a prefeito de Leopoldina? Cite bons motivos para o eleitor votar no seu nome.  Qual é seu principal lema de campanha e por quê?
 
Dr. Marco Antonio – Pretendo me candidatar a prefeito para mudar a política que perpetua em nosso município há décadas. Política que não permite o desenvolvimento adequado de nossa cidade, negando oportunidade a nossos jovens de um futuro melhor, que negou durante anos educação de qualidade, assistência à saúde de qualidade e oportunidade de emprego, agravando a desigualdade social e levando a todos os malefícios que essa desigualdade provoca como violência, desesperança, drogas e perda da fé em tudo que possa ser bom. Quanto às razões para votar em mim, acredito de aos 56 anos já tenha mostrado capacidade como gestor e ao fato de como médico conhecer profundamente o sofrimento e as necessidades da população. O principal lema de campanha é educação de qualidade em sentido amplo, pois só acredito no combate a desigualdade social de maneira definitiva, real e permanente através dela e não por mecanismos artificiais. Educação de qualidade coloca os jovens em condições de competir por melhores empregos, cria oportunidades e produz melhores cidadãos.
 
 
JL –Quais os problemas que ainda temos no setor de Saúde e o que pretende fazer para melhorar a situação? O que o senhor tem planejado para a Casa de Caridade Leopoldinense?
 
Dr. Marco Antonio – A Casa de Caridade Leopoldinense é a base de sustentação da assistência à saúde do município. É por onde ricos e pobres são atendidos nas emergências, tem que ter total apoio público do município já que nem sempre pode contar com o apoio federal e estadual. Sou gestor de saúde há 18 anos, médico, já fui diretor clínico e técnico da CCL, auditor de saúde e, portanto, acredito conhecer como ninguém os problemas da saúde e os atalhos para melhoria da assistência. Já participei de três missões internacionais por vários países da Europa, a convite da OCEMG, especificamente para troca de experiências sobre os modelos de assistência desses países e, portanto, saber o que pode ser aplicado com sucesso ou não em nossa cidade.
 
JL –Quais políticas de emprego e renda pretende implantar no município para alavancar a economia local? O senhor tem alguma proposta para atrair novas empresas para a cidade?
 
Dr. Marco Antonio – Primeiro precisamos identificar nossa vocação industrial como fizeram várias cidades ao nosso redor, incentivar o empreendedorismo local, bem como incentivar a instalação de empresas que possam basear aqui oportunidade de negócios. Todos sabemos da posição estratégica de Leopoldina em relação aos grandes centros e já conhecemos o potencial do CEFET para o empreendedorismo e formação de talentos. Mas, antes de tudo, temos que investir em educação básica de qualidade, formação de mão de obra qualificada como mola mestra para atrair essas empresas. Não vejo também como desenvolver a cidade e atrair empresas sem participação dos grandes empresários locais e grandes mentes nesse setor.
 
JL -Como ajudar o pequeno agricultor e que propostas o senhor tem para o homem do campo?
 
Dr. Marco Antonio-  Como produtor rural, conheço bastante da dificuldade do campo. Conheço diversos programas já existentes como o Balde Cheio, programas de melhoria genética do gado, pois a nossa principal vocação e paixão ainda é o leite. Cabe ao poder público o incentivo, divulgação e apoio para fazer chegar esses programas aos produtores. Garantir estradas rurais de qualidade para facilitar o escoamento da produção. Criar agrovilas para fixar os trabalhadores no campo, promover e apoiar não só a agricultura familiar como garantir a compra da produção para a merenda escolar conforme programas já existentes e pouco apoiados pela gestão atual.
 
JL –O que o senhor pretende fazer com os lixões a céu aberto em alguns pontos da cidade, os chamados ‘Bota Fora’? O senhor pretende melhorar a coleta de lixo na cidade?
 
Dr. Marco Antonio – A coleta de lixo com qualidade é fundamental bem como, na medida do possível, estabelecermos a coleta seletiva, a implantação do aterro sanitário que nunca saiu do papel, também  são fundamentais. O ideal era termos usina de reciclagem, porém, nem sempre o ideal é o possível. O tratamento adequado do lixo, bem como do esgoto é questão de saúde pública. Todos sabemos que cada real investido nessa área se economiza dezenas de reais de gastos em saúde.
 
JL -O que será feito para resolver o problema do esgoto que está poluindo nossos córregos?
 
Dr. Marco Antonio – A gestão atual iniciou parte do tratamento do esgoto e temos que ampliar para toda Leopoldina e pra isso entendo que temos buscar parceiros, já que o município sozinho não consegue fazer e os recursos federais estão cada dia mais escassos.
 
JL - Quais os planos para mudar a atual situação das estradas que ligam Leopoldina a Providência e da estrada que liga Leopoldina a Abaiba?
 
Dr. Marco Antonio - Na crise atual e sem falsas promessas, que não é da minha personalidade, como havia dito anteriormente, temos que garantir estradas rurais de qualidade para toda a área rural e distritos e forma permanente com patrol trabalhando diuturnamente. Infelizmente, a oportunidade perdida no passado, de asfaltamento de Volta Grande a Recreio não será possível devido à crise que o país e o estado se encontram. O município não possui recursos para essa demanda tão sonhada e necessária, mas tentar junto aos governos federal e estadual sempre estaremos lutando.
 
JL -Qual a opinião do senhor sobre a implantação do estacionamento rotativo no centro da cidade?
 
Dr. Marco Antonio – Acho imperiosa a implantação do estacionamento rotativo e no passado, ainda no governo Bené, fiz a sugestão para o então procurador do município que estava elaborando o projeto de lei que iria para a Câmara, que toda a renda fosse destinada para o nosso hospital. Ele parece com projeto semelhante que tramita na Câmara atual.
 
JL -Que providências serão tomadas para resolver o grande número de cães abandonados pela cidade?
 
Dr. Marco Antonio – É totalmente viável um canil municipal, com veterinário concursado pela prefeitura para cuidar e fazendo a castração desses animais e a busca de lares adotivos para os mesmos. O custo disso não é alto em relação aos benefícios para a cidade e esses animais.
 
JL - Por que importantes espaços de lazer e turismo estão abandonados, como por exemplo, o Horto Florestal?
 
Dr. Marco Antonio – Não sei como se encontra o Horto Florestal atualmente. Quando minhas filhas eram pequenas sempre as levava nos fins de semana para brincar no parquinho que lá existia e caminhar ao redor do lago. Acompanhei o abandono pelo poder público.  Acho que é um espaço maravilhoso de lazer que deve ser revitalizado, mantido e divulgado para a população e até mesmo liberado para a pesca esportiva naquele local, com melhoria e manutenção da estrada de acesso. Confesso, que pela falta de tempo, já faz tempo que não vou lá.
 
JL –Após anos de aprovada a Lei Municipal de Incentivo à Cultura Vitalino Duarte não foi regulamentada.  Está nos planos do senhor colocá-la em prática?
 
Dr. Marco Antonio – Honestamente, não sabia que a Lei Municipal ainda não havia sido regulamentada, pensei que já estivesse. Minha maneira de pensar, incentivo à cultura é totalmente positiva. Promover cultura é também forma de inclusão social e desenvolvimento do cidadão a ponto de ser obrigatório em todas universidades americanas e pra todos os cursos superiores e educação básica, matérias como canto, música, teatro, dança e atividades afins. Temos que inclusive que trabalhar, enquanto poder municipal, a buscar incentivos da Lei Rouanet para nosso município, que é mal trabalhada. Dinheiro que iria para ao governo federal pode ser retido no município gerando emprego e renda além de promover a arte e a cultura, melhorando e recuperando muito nossos jovens.
 
JL - Por que algumas praças em bairros estão abandonadas? Por que as calçadas e passeios das ruas da cidade não são cuidados? A prefeitura poderia fiscalizar essa parte?
 
Dr. Marco Antonio – As praças e calçadas não estão bem cuidadas por falta de vontade do poder público em primeiro lugar. Cabe a ele cuidar, manter, fiscalizar, bem como apoiar o cidadão que tenha dificuldade para fazer e cuidar de suas calçadas. Todavia, boa parte desse problema também depende da população, mas novamente cabe ao poder público orientar e educar.
 
JL - O senhor acha que a cidade de Leopoldina atualmente está carente de políticas públicas voltadas para a juventude e consequentemente para a inclusão social?
 
Dr. Marco Antonio – Sim, estamos carentes de políticas públicas para nossos jovens, a começar pela educação básica de qualidade, pouco apoio ao lazer, a cultura e principalmente aos esportes.
 
JL - Quais os problemas que ainda temos no setor de Educação e o que o senhor pretende fazer para melhorar a situação?
 
Dr. Marco Antonio – Leopoldina especificamente está entre as piores avaliações educacionais do estado, essa sempre foi minha mais forte crítica em todas as entrevistas que concedi até hoje, em vários programas de rádio dos quais participei e principal razão de minha oposição ferrenha ao gestor municipal. São vários os problemas presentes na educação pública, um deles são as crianças do ensino fundamental que não dominam a habilidade de ler e escrever. Isso se deve ao fato dos baixos salários da educação, professores frustrados que esbarram nas dificuldades diárias da realidade escolar, além dos pais que não participam da educação dos filhos e outros agravantes. Precisamos com urgência de mobilizar esses pais para a importância da educação, aumentar os recursos financeiros para as escolas e professores, valorizar o professor e implantar de maneira séria e consistente políticas educacionais de longo prazo. Precisamos ampliar a educação em tempo integral e combater a evasão escolar.
 
JL - O senhor já tem nomes em mente ou pelo menos uma ideia ou perfil de quem o senhor gostaria de ter em sua equipe de governo, caso eleito?
 
Dr. Marco Antonio – Ainda não tenho nomes, mas, como gestor de empresas sempre procurei me cercar de pessoas técnicas e da melhor competência. Acho que cada setor da sociedade também deve ser ouvido, pois facilita o diálogo posterior como a ACIL, Sindicato Rural, professores, etc...
 
JL – Qual seria a participação do vice-prefeito em seu governo?
 
Dr. Marco Antonio – A participação do vice-prefeito em meu governo seria ampla, de ouvir, aconselhar e mesmo de trabalhar de maneira integral. Da mesma maneira que aceitei ser candidato a vice por duas vezes de prefeitos em quem eu acreditava e confiava. Não abro mão de ter como vice um grande parceiro, que comungue das mesmas idéias e em quem eu  possa confiar plenamente de me ajudar de forma ativa.
 
JL - Qual a sua mensagem para nossos leitores, internautas e para o povo leopoldinense que acompanha esta entrevista como candidato a prefeito de Leopoldina através do Jornal Leopoldinense?
 
Dr. Marco Antonio – A mensagem que deixo para os leitores e internautas é a de que confiem em mim que não vou decepcioná-los. Nasci em Leopoldina e aqui pretendo terminar meus os dias. Sempre andei de cabeça erguida por ter sido um homem honrado e de bem e pretendo caminhar de cabeça erguida até o último dia da minha vida, não por orgulho pessoal, mas pela certeza de nunca envergonhar a todos vocês. Tenho fé e esperança num futuro melhor para todos nós, que tudo vai dar certo. Que Deus sempre esteja conosco.
 


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