Leopoldina perdeu na manhã desta quinta-feira, 5 de março de 2020, uma de suas figuras marcantes. O ex-motorista de caminhão e ex-taxista Grimaldo Bocard dos Santos, aos 91 anos. Sempre muito ativo, Grimaldo participou de diversas atividades e trabalhou até bem depois dos 80 anos. Nos últimos anos, porém, vinha apresentando alguns problemas de saúde.
Na comemoração de seus 90 anos em 2018 com a esposa Maria (de preto) e irmãos. (Álbum de Família)
Em abril de 2018, o jornal Leopoldinense realizou uma matéria especial em comemoração ao aniversário de Leopoldina sob o título: “Leopoldina ainda existe?” em que foram focalizadas personagens que ainda representavam de alguma forma hábitos, costumes e memórias de nosso município. Entre essas estava Grimaldo, assíduo leitor do jornal.
Grimaldo nasceu em Recreio-MG em 03 de agosto de 1928. Morou no distrito de Campo Limpo (Atual Ribeiro Junqueira) e na vizinha Cataguases, cidade em que trabalhou em padaria e açougue. Morou um bom tempo também na Fazenda Estrela em Leopoldina. “Lembroda linha do trem passando aolado da fazenda. De vez emquando eu andava de locomotiva,outras vezes ia e voltava a pé emLeopoldina. Lembro das pilhas delenha ao lado da estação que eramfornecidas pela Serraria Peres,” contou Grimaldo.
“Trabalhei de servente de pedreiro na fábrica de tecidos, quando estavam construindo a chaminé. Não tinha máquinas, era tudo na mão,” lembrou ele. Após algum tempo como ajudante do caminhoneiro Vicente Lamóglia “Totó” que “puxava” leite, aprendeu com este a dirigir.
Em 23 de dezembro de 1953 casou-se com D. Maria, com quem teve os filhos João, Fernando e Aparecida(i.m.).
Esportista, gostava de futebol e torcia pelo Flamengo. Já morando próximo ao viaduto da BR116, organizou o "Esporte Clube Bela Vista" e torneios que eram realizados no antigo campo (Frindal).
Trabalhou 23 anos transportando leite para a Cooperativa LAC, como autônomo e foi taxista até há poucos anos.
Ao mudar-se para a Cohab Velha, tornou-se um dos diretores da Sociedade Recreativa Carnavalesca Unidos dos Pirineus. Grimaldo cuidava da tesouraria, viajava para comprar instrumentos e tecidos entre outras necessidades. “Lembro de um ano emque a escola ganhou dez em tudo.Era muito bonito nosso carnaval”. Relembrou.
Sempre foi elogiado pela correção com que agia e considerado um baluarte da escola.
Religioso, também participava de movimentos da Igreja Católica.
Grimaldo deixa a esposa Maria, os filhos, João e Fernando, seis netos e três bisnetos.
O corpo foi velado na Capela Mortuária Lions Clube e o sepultamento ocorreu nesta sexta,06/03 às 9h no Cemitério Municipal Nossa Senhora do Carmo.