Terreiro para secagem do café na fazenda Paraíso (Reprodução documentário “O Café – História e Penetração no Brasil” )
Assistindo ao documentário "Humberto Mauro", produzido e dirigido por seu sobrinho neto André di Mauro, reconheci em poucos segundos, imagens da Fazenda Paraíso daqui de Leopoldina. Como o cineasta Humberto Mauro produziu muitos curta- metragens para o INCE – Instituto Nacional de Cinema Educativo, fui até o site da Cinemateca Brasileira ver se encontrava algum registro. Lendo a sinopse de alguns filmes disponíveis, não encontrei citação à Fazenda, mas assistindo o curta metragem “O Café – História e Penetração no Brasil” de 1958, com duração de 30 minutos, vi que pelo menos cinco minutos de imagens da colheita e secagem do café foram filmadas na histórica fazenda do século XIX que foi uma das maiores e mais importantes da Zona da Mata Mineira. É um registro precioso, principalmente por saber do estado de deterioração em que se encontra grande parte das fazendas do ciclo do café em nossa região.
Em 2011 o jornal Leopoldinense divulgou o documentário “Educação e Desenvolvimento”, descoberto por Gisele Gutstein Guttschow de Joinville -SC, também de 1958 e produzido pelo INCE . O filme mostra o Plano Piloto desenvolvido em Leopoldina para erradicação do analfabetismo.
Na época o jornalista Marcelo Freitas alertou ao jornal para a existência de pelo menos mais uma dúzia de outros filmes sobre Leopoldina no acervo da Cinemateca. Entre os registros, um documentário sobre a exposição agropecuária de 1939 e um cine jornal sobre a de 1942. Cine jornal sobre a visita do presidente Getúlio Vargas para inauguração do trecho da rodovia Rio-Bahia, o documentário “Leopoldina, Centro Criador de Gado Leiteiro” de 1944, reportagens sobre fazendas e laticínios de Leopoldina e região, filme sobre Augusto dos Anjos entre outros.
A Cinemateca Brasileira, localizada na Vila Leopoldina em São Paulo e ligada à Secretaria Nacional de Cultura, possui o maior acervo de imagens em movimento da América Latina, formado por cerca de 200 mil rolos de filmes, que correspondem a 30 mil títulos.
São filmes em grande parte produzidos com dinheiro público e não deveriam simplesmente estarem armazenados, até de forma precária, mas sim recebendo todo tratamento adequado, digitalizados e disponibilizados a todos através da internet. Atualmente apenas uma parcela pequena do acervo pode ser acessada.
Hoje vendo a Cinemateca servindo de cabide de emprego para a tresloucada Regina Duarte não podemos esperar muita coisa.
Mas nem tudo está perdido e de repente descobrimos algumas raridades como essas imagens da Fazenda Paraíso. Vale a pena assistir.
As imagens da fazenda aparecem a partir dos 6min e 20seg: