15/01/2021 às 16h38min - Atualizada em 15/01/2021 às 16h38min

Numeração predial em Leopoldina é confusa e não têm sequência em algumas ruas

Carteiros, taxistas, entregadores, instaladores, motoboys, mototaxistas e cobradores sofrem na pele todos os dias a procura de en¬dereços.

Luiz Otávio Meneghite
Charge publicada em 2006 no Jornal Leopoldinense
O Jornal Leopoldinense tem recebido várias queixas de leitores relacionadas à recente troca do Código de Endereçamento Postal, que por muitos anos em Leopoldina foi simplesmente 36.700-000 e agora passou a ter um CEP para cada logradouro. O endereço do jornal, por exemplo, agora é Rua Rafael Ienaco nº 100 – Pirineus - CEP: 36704-140 - Leopoldina-MG. Mas, a maioria das pessoas desconhece o CEP da rua onde reside ou trabalha e alguns sequer sabem o nome correto do logradouro nem mesmo o número do imóvel. A forma mais segura para fazer consulta de CEP é através do site dos Correios. O Guia Postal Brasileiro foi criado para que a população tivesse acesso ao catálogo completo e atualizado de CEPs de todo o país. Se tiver dificuldades procure a agência dos Correios da cidade.

A numeração dos imóveis

Trabalhei por 33,5 anos no serviço público municipal a partir de 24 de julho de 1968 e a primeira tarefa que me deram foi a de auxiliar a fazer o Cadastramento Imobiliário Fiscal para subsidiar o lançamento do IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano, tendo a trena como uma ferramenta de trabalho, que nos informava a metragem frontal do imóvel.

Foi nessa função que aprendi que para numerar as casas, tínhamos que medir quantos metros separam o começo da rua e a casa. É essa distância que define o número do imóvel, sendo um lado da rua com a numeração par e o outro lado a numeração ímpar com os números podendo ser arredondados. Por exemplo, se a medida deu 20 metros, mas a casa fica no lado ímpar, o bom senso indica que o número ímpar seguinte mais próximo possa ser adotado, ou seja, 21.

Aqui em  Leopoldina uma das ruas que tem a numeração mais correta é sua principal via comercial, a Barão de Cotegipe que tem seu início oficial no prédio da Conjuntec terminando na rua Lucas Augusto, embora a mão de direção possa causar confusão nesse entendimento e é comum algumas pessoas se referirem ao início da Cotegipe como sendo a partir da Prefeitura.

Há poucos dias me foi passada a função de fazer uma entrega na rua Funchal Garcia, no bairro São Cristóvão, nº tal. Qual não foi a minha surpresa de encontrar numeração predial toda desorganizada, sem obedecer aos fundamentos legais que mencionei anteriormente. E bota desorganizada nisso! A numeração deixa a impressão que cada um escolheu o número de sua casa a seu bel prazer, quando cabe ao Poder Público Municipal fornecer ao proprietário a numeração correta, a partir de requerimento protocolado na Prefeitura e mediante o pagamento de uma taxa.

Há algum tempo reivindica­mos neste jornal uma nova si­nalização nas ruas, avenidas e praças da cidade, não só para orientar as pessoas à procura de determinado endereço, mas também para corrigir a deficiência na sinalização, no­menclatura e numeração de nossos logradouros públicos. Os carteiros, taxistas, entrega­dores, instaladores, motoboys, mototaxistas e cobradores sofrem na pele todos os dias a procura de en­dereços. A charge que ilustra esta página foi feita por Luciano Baia Meneghite, o Luc em 2006 quando o assunto foi abordado no Jornal Leopoldinense, ou seja, há 15 anos.
 

Placa de sinalização com a grafia errada


A iniciativa de dar nomes a logradouros

Cabe ao Poder Legislativo, através de lei aprovada pelos vereadores dar nomes aos logradouros públicos, na maioria das vezes homenageando pessoas ou datas simbólicas como 7 de Setembro e 27 de Abril. Mas, nossa opinião é que a aprovação deveria vir acompanhada da obrigatoriedade de se colocar imediatamente as placas denominativas no início, no meio e no final da via pública, função do Poder Executivo.
 
Qualquer pessoa que preci­se procurar determinada rua, número tal, vai ‘se lascar’. Em muitas ruas, as placas com o nome e numeração das ca­sas estão escondidos ou não existem. Em diversas ruas a sinalização que identi­ficava o logradouro foi arran­cada por vandalismo ou aci­dente de trânsito e não foi reposta.
 
Como já escrevemos em outras oportunidades aqui no Jornal Leopoldinense, existem ainda alguns ab­surdos em loteamentos onde o legislador quis fazer uma homenagem dando o nome de uma pessoa a uma rua e o dono do empreendimento simplesmente ignorou a lei, reservando a rua para ho­menagear um parente. Em outras situações, algumas ruas dobram em ângulo reto fazendo uma esquina com a mesma denominação: é o caso da rua Castro Alves, no Pirineus, que nasce na rua General Olimpio Mourão Fi­lho, segue em direção à rua Rafael Iennaco e, repentina­mente, dobra à direita, re­encontrando com a Mourão Filho perto do Polivalente junto à entrada para a UEMG.
 
Existe o caso da rua Tiradentes, que é dividida pela Praça Gama Cerqueira(Praça do Urubu), e acaba confundindo as pesso­as de fora que procuram um endereço ali. A mesma coisa ocorre com a rua Dr. Custódio Junqueira, que começa na Praça Felix Martins, é dividida pela praça Francisco Pinheiro Corrêa de Lacerda(também conhecida como Rodo do V-8) e segue até o Clube do Moinho. Ali ao lado existe uma situação se­melhante com a rua José Pe­res, que também começa na Praça Felix Martins, atravessa a praça Francisco Pinheiro Corrêa de Lacerda e segue até o trevo da BR116 onde está o pórtico de estrada de Leopoldina.Tudo isso serve para complicar a vida de pes­soas que procuram um en­dereço em Leopoldina e não conhecem bem a cidade.
 
As perguntas que o visitante faz
 
Quem nasceu e foi criado em Leopoldina tem dificul­dades em encontrar ruas pe­los nomes oficiais a não ser as mais famosas pelo seu co­mércio ou que tenham algo especial como referência como por exemplo, a “Praça do Ginásio”, cujo nome oficial é praça Professor Botelho Reis; a “Rua da Uni­pac” cujo nome verdadeiro é Carmita Monteiro; a “Rua do INSS”, batizada por lei como rua Antonio Guimarães ou a “Rua do Bradesco”, que oficialmente homenageia três  jovens mortos em acidente há muitos anos e no catálogo telefônico consta como rua Acácio Serpa. Isso, só para citar alguns exemplos.
 
Re­centemente, a Prefeitura de Leopoldina colocou algumas placas indi­cativas nas ruas mais centrais. Esse tipo de sinalização é boa, pena que só fizeram no centro. Nos bairros, a deficiência de placas indica­tivas é maior e muitas vezes até o morador não sabe seu próprio endereço.
 
Numeração dos prédios en­tão é uma bagunça genera­lizada que vem de longos anos.  Como dissemos anteriormente, sabe-se que a nume­ração de uma rua é definida com sua medida na ponta da trena do princípio para o fim, ficando o lado direito com a numeração par e o lado es­querdo com a numeração ímpar. Vamos dar um exem­plo: se a sua casa está a 20 metros do inicio da rua e o seu terreno tem 20 metros de frente,  e está no lado ímpar, a sua casa terá o nú­mero 20 e a casa fronteiriça do lado par terá o número 21 e assim sucessivamente.
 
Existem casos como o da avenida General Humberto de Alencar Castelo Branco, com a maioria dos prédios nume­rados obedecendo a sequ­ência antiga, quando o logra­douro tinha a denominação de avenida Getulio Vargas. O certo seria a numeração da Getulio Vargas terminar na esquina de Gustavo Barbosa de Miranda e a numeração da Castelo Branco iniciar na es­quina oposta. Em outras situ­ações existem números pares e impares de um mesmo lado da rua. A maioria das pessoas que está lendo agora este es­paço já se deparou com uma situação dessas. Ou não?
 
O problema de visitantes perdidos pelas ruas de Leo­poldina é muito comum. Dia­riamente tem alguém pergun­tando onde é que fica rua tal ou para que lado fica tal lugar? Acontece a todo momento com caminhões de entrega, que mesmo com nota fiscal em mãos têm dificuldades de localizar o destinatário de mercadorias, recorrendo na maioria das vezes a taxistas e frentistas que estão treinados a fazerem contorcionismo com as mãos: “você vai por ali, vira à esquerda, depois do­bra à direita e segue em frente que você vai dar de cara com o que procura”. É engraçado, mas é verdade. Também já escrevemos aqui que é muito comum se ouvir que é mais fácil um leopoldinense entrar no Rio de Janeiro do que um carioca entrar em Leopoldina. Infelizmente é a mais pura verdade.
 
Uma coisa é certa: uma cidade bem organizada tam­bém significa uma cidade com boa qualidade de vida e entre outros fatores a sua or­ganização é um dado muito levado em conta na hora de uma família ou uma empresa decidir vir para cá. As autori­dades prestariam um exce­lente serviço à comunidade se dessem um pouco mais de agilidade à instalação de sinalização na cidade. Estaremos aqui a postos para elogiar quando for feito.
 
O nosso colaborador, advogado Nelson Vieira Filho, Dr. Nelsinho, já havia escrito na edição nº 215 de outubro de 2012: “Se não foi revogada, está na Constituição Municipal a obrigação de serem identificadas praças, ruas, becos, vilas. Quanta dificuldade para se chegar ao endereço pretendido, principalmente para o forasteiro. Que tal apenas se cumprir a lei?” Por ora, fica a pergunta: Você sabe de cór o seu endereço?

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