21/09/2014 às 15h40min - Atualizada em 23/09/2014 às 20h46min

Mentira tem perna curta e promessas de candidatos não enganam mais o eleitor

Luiz Otávio Meneghite

Durante o período de propaganda eleitoral é muito comum ouvirmos candidatos fazerem discursos recheados de promessas. Aliás, prometer é o verbo mais usado entre os candidatos, tanto os que concorrem a cargos do Poder Executivo ou do Poder Legislativo, mais para este último porque é infinitamente maior o número de concorrentes. O que mais nos chama a atenção é que, muitas vezes, os autores das promessas, mesmo que quisessem, não teriam como colocar seus discursos em prática, porque a solução de problemas, que enchem de esperanças muitos eleitores, na verdade, não é da competência dos cargos pleiteados.

Algumas propagandas eleitorais, na televisão, no rádio, jornais, revistas e no interior os  carros de som,  alardeiam que o candidato fulano de tal, candidato a deputado (federal ou estadual), se eleito, vai fazer isso e aquilo. A avaliação que temos que fazer desse tipo de candidato é se ele está falando sério ou é apenas uma forma de engabelar a população. Se um candidato a cargo no Legislativo divulga que vai fazer chover, desconfie porque não é atribuição do cargo que pleiteia.

Já ouvimos discursos e entrevistas de candidatos a deputado estadual onde eles prometem resolver problemas que são da esfera federal, por exemplo. Em sã consciência, quem escuta tem que desconfiar. Na verdade, a maioria desses candidatos só quer mesmo o voto do eleitor e não estarão nem ai para eles pelos próximos quatro anos. Após esse lapso de tempo eles voltam com a mesma ladainha para enganar trouxas, outra vez.

Em nossa sincera avaliação, a maioria das promessas nesse período eleitoral acaba sendo uma espécie de propaganda enganosa. Para o eleitor que não tem a informação e não conhece a lei, tais promessas podem parecer normais e resultar em expressivo número de votos, pelo carisma do candidato enganador. O eleitor pode se deixar levar por uma frase bem colocada que pega pela emoção, uma mentira bem dita, e esse tipo de coisa pode levar alguns eleitores a votar. Infelizmente, não existe punição para isso. É uma falha da lei eleitoral que não tem um artigo que proíba a propaganda enganosa, com punição para o infrator.

Algumas pessoas acham que deveria ser divulgada uma propaganda mais educativa sobre as competências de cada função dos cargos em disputa com informações divulgadas junto ao horário eleitoral na televisão, no rádio, nos jornais e revistas para que as pessoas pudessem ter esse tipo de conhecimento. Talvez fosse o caso das escolas terem em suas grades curriculares, matérias que ensinem tudo isso desde os primeiros anos. É possível até que muitas vezes a propaganda enganosa decorra da própria ignorância ou desconhecimento do candidato em relação às atribuições, competências e responsabilidades do cargo que disputa.

Falta aos nossos estudantes a formação cívica, para ensinar a eles o papel da Prefeitura, da Câmara de Vereadores, da Assembleia Legislativa, do Governo do Estado, da Câmara dos Deputados, do Senado e do Governo Federal. As escolas são o melhor caminho para que o cidadão comece ainda na infância,  a saber  como cada instituição  funciona, quais são as suas atribuições.

Talvez, assim, no futuro, tenhamos eleitores mais esclarecidos, o que serviria também para que os candidatos, também mais informados, fossem desencorajados a fazer promessas mentirosas.

A enquete que ficou disponível para votação de 12 a 19 de setembro, no Jornal Leopoldinense Online (www.leopoldinense.com.br) perguntou: Você acredita em promessas eleitorais? Felizmente, o resultado apontou que 94.8% dos leitores não acreditam e apenas 5,2% respondeu que sim. Duzentos e quarenta e cinco pessoas participaram da enquete.


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