A única flor que tanto chamou minha atenção, nasceu só para avisar “Estou viva, cuidem de mim, quero viver e florir”. ( Foto: Maria José Baía Meneghite )Depois de alguns meses após ter sofrido mutilações em seu tronco, quando tentaram cortá-la, a valente árvore de ipê dá sinais de que não se intimidou. Em meio a temporada de seca, quando tudo parece árido, enfumaçado, a pequena árvore desprovida de folhas nos brinda com uma, apenas uma tímida e delicada flor.
É claro que fui correndo conferir, afinal, compramos uma briga no intuito de impedir que pessoas insensíveis a derrubasse como fizeram com o ipê ao lado dela. Fotografei para certificar-me ou para que eu mesma acreditasse no milagre da natureza.
Semanas atrás, quando lhe caíram todas as folhas, suspeitei que ela estivesse morrendo devido aos golpes do machado que feriu seu tronco. Qual nada, ela jogou suas folhas no chão como fazem os ipês nesta época do ano e está se preparando para florir abundantemente, está cheia de botões aguardando somente a primeira chuva da primavera para se engalanar, enfeitar a minha rua e provar aos seus algozes que venceu, está viva e que morto está quem não mais consegue ver a beleza das flores e das árvores. A única flor que tanto chamou minha atenção, nasceu só para avisar: “Estou viva, cuidem de mim, quero viver e florir”.
