03/03/2022 às 18h31min - Atualizada em 03/03/2022 às 18h31min

“Momento de Oração pela Paz" é realizado em Leopoldina

A Igreja celebrou no dia 02 de março de 2022 a Quarta-feira de Cinzas, dando início a caminhada quaresmal. Nos próximos 40 dias, os fiéis se preparam para a Páscoa, vivenciando este momento favorável de conversão, intensificando as orações, jejum e caridade, além de refletirem sobre a Campanha da Fraternidade 2022, que neste ano tem como tema “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com Amor (Pr 31,26)”.

Dom Edson Oriolo, bispo de Leopoldina, presidiu celebrações eucarísticas com o rito da imposição das cinzas. Pela manhã, esteve em Argirita (MG), na Capela Nossa Senhora do Rosário; À noite, esteve na Catedral de São Sebastião de Leopoldina, tendo como concelebrante o padre Wallace Andrade Teixeira.

Após a celebração, o bispo e o cura da catedral se uniram aos fiéis diante do monumento de Nossa Senhora da Paz, para rezar e fazer um apelo para o fim da guerra, registrando solidariedade a todo aqueles que sofrem diante dessa situação trágica.

A motivação para o “Momento de Oração pela Paz” atende um convite do Papa Francisco, que incentivou a realização de um dia de jejum pela paz, invocando a Rainha da Paz para que preserve o mundo da loucura da guerra.

HOMILIA

Em homilia na Santa Missa realizada na Catedral, dom Edson Oriolo disse que a Quaresma é um tempo de prepararmos o nosso coração e inteligência para celebrarmos a maior festa da Igreja, a Páscoa da Ressurreição de Jesus Cristo. “É o fundamento de nossa fé, a razão de ser de nossa Igreja”, frisou.

O bispo refletiu sobre a Primeira Leitura (Jl 2,12-18), sobre a invasão de gafanhotos que devasta plantações de um povo trabalhador, destacando a narrativa do profeta Joel que, conclama aqueles que foram afetados para voltar o coração a Deus, num gesto de penitência e conversão.

Por fim, dom Edson motivou a todos para uma celebração penitencial, para que a ressurreição possa acontecer na vida das pessoas, convidando a realizarmos obras de misericórdia, intensificar as orações e praticar o jejum.
 

HISTÓRIA DO MONUMENTO DE NOSSA SENHORA DA PAZ

Por João Gabriel B. Meneghite

O monumento de Nossa Senhora da Paz fica localizado ao lado da catedral, onde existiu a antiga Igreja Matriz de São Sebastião. Foi inaugurado no dia 20 de janeiro de 1946, tendo sua construção motivada pelo fim da Segunda Guerra Mundial, que durou entre 1939 a 1945, com a participação da maioria das nações do mundo.

Milhares de brasileiros foram convocados para atuarem no front e protegerem a costa país, além de tantos outros que lutaram na Itália e perderam suas vidas. Vários cidadãos de Leopoldina e região foram convocados, integrando a FEB – Força Expedicionária Brasileira, participando da guerra ao lado dos Aliados na Campanha da Itália.

Nos registros históricos constam que foi um momento de muita tristeza e aflição, principalmente para as famílias dos combatentes brasileiros, que aguardavam notícias de seus entes queridos, numa época marcada pela demora na divulgação das informações, elevando ainda mais as tensões da população.

Nos momentos tristes e incertos, as mães, esposas e amigos daqueles que foram tirados do seio familiar, buscavam súplicas dos céus pedindo a paz. Sensibilizado com este momento difícil de nossa história e com o sofrimento do povo, o então bispo diocesano, Dom Delfim Ribeiro Guedes, elevou a Deus o seu pedido: cessada a guerra, mandaria erguer na Praça Dom Helvécio, em Leopoldina (MG), um monumento da Nossa Senhora da Paz.

Com o final oficial da Guerra, em maio de 1945, foi formada uma comissão que dedicou esforços para a concretização deste sonho. O monumento foi idealizado pelo engenheiro salesiano, padre Paulo Consolini, S.S, autor de diversos projetos e responsável por obras importantes, a exemplo da conclusão da Basílica Nossa Senhora Auxiliadora de Niterói (RJ), entre tantos outros trabalhos como a remodelação da Capela do Santíssimo Sacramento da Catedral São João Batista, também em Niterói.

O monumento de Nossa Senhora da Paz, em Leopoldina (MG), é constituído por alto pedestal de granito, emoldurado por medalhões do Brasil, do Papa Pio XII, do bispo dom Delfim Ribeiro Guedes e do prefeito municipal da época, o doutor Oswaldo Cristóvão Vieira. Acima do pedestal surge a Virgem da Paz – REGINA PACIS – ostentando a Imagem do Príncipe da Paz, Jesus Cristo.

A inauguração ocorreu no dia 20 de janeiro de 1946, no dia de São Sebastião, santo protetor contra a guerra e padroeiro do município de Leopoldina. Dentro da programação da cerimônia cívico-religiosa, aconteceu uma procissão do padroeiro, com a participação de associações religiosas, associações de classe, católicos e a população em geral.

A Solenidade da Bênção e inauguração do monumento contou ainda com a participação de autoridades; da comissão pró-monumento, formada pelo Monsenhor José Domingues Gomes, Pe. Raul de Faria Cunha, D. Vera Guimarães França, D. Alete G. Junqueira e D. Nair Vilela Junqueira; além das presenças das mães de alguns expedicionários, que descerraram a cortina que velava a imagem de Nossa Senhora da Paz.

Dom Delfim Ribeiro Guedes procedeu, na forma do Ritual Romano, a bênção do monumento. O padre Antônio Moraes Junior fez o uso da palavra enaltecendo a cerimônia. Também discursaram na ocasião as senhoras Vera Guimarães França, Alete G. Junqueira e Nair Vilela Junqueira, integrantes da Comissão Pró-monumento, além do acadêmico de medicina, Hélio Guimarães França, saudando os convocados.

Em seguida, as “Senhoras da Comissão” e as mães dos convocados colocaram aos pés de Nossa Senhora um arranjo de flores, demonstrando profunda gratidão. Muitas crianças, entoado cânticos à Nossa Senhora, também depositaram flores aos pés da imagem, simbolizando a alegria das famílias pelo dom precioso da Paz.

O pracinha Celso Botelho Capdeville, um dos combatentes brasileiros, também discursou, rendendo homenagens de fé e gratidão, aos companheiros de luta. Depois o padre Consolini, autor do monumento, fez uma breve explicação sobre o trabalho executado.

Encerrando a solenidade, fez o uso da palavra o doutor Carlos Coimbra da Luz, ex-prefeito de Leopoldina e que, mais tarde, viria se tornar o 19º presidente do Brasil.

Assessor de Imprensa da Diocese de Leopoldina


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