19/03/2022 às 09h10min - Atualizada em 19/03/2022 às 09h10min

Visita relâmpago de Zema a Leopoldina deixa transparecer oportunismo eleitoral

No quarto ano de seu mandato ele surgiu de repente para comemorar o empreendedorismo da Energisa e de um gestor escolar em Piacatuba.

Luiz Otávio Meneghite
Vista parcial do CD-Zema em Leopoldina.
No último ano de seu mandato como governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema fez uma visita relâmpago a Leopoldina, deixando claro o oportunismo, já que estamos em ano eleitoral quando ele pretende renovar o seu mandato. No quarto ano de seu mandato ele surgiu de repente para comemorar o empreendedorismo da Energisa e do gestor escolar João Paulo Araújo, da Escola Dr. Pompílio Guimarães, em Piacatuba. Além de fazer uma visita rápida a UAI Compartilha, que já havia sito inaugurada pelo seu vice-governador.

Nos três primeiros anos como governador ele nunca veio a Leopoldina onde possui uma loja de eletrodomésticos, na qual funciona no segundo andar um escritório de empréstimos consignados. Como autoridade máxima de MG ele nunca fez um ato palpável em benefício do município. Pelo contrário, ele tem uma enorme dívida com a cidade, que é a reabertura do CD da Zema, desativado em outubro de 2015 causando desemprego a mais de uma centena de leopoldinenses.

Para refrescar a memória

Com 18.404 votos recebidos em Leopoldina, Romeu Zema tem uma dívida com o município

Agora, governador, chegou a hora dele consertar o que tanto criticou no Governo do Estado, que justificou a sua decisão de fechar o Centro de Distribuição de Leopoldina.

Edição> Luiz Otávio Meneghite

O Governador do Estado de Minas Gerais, eleito para o mandato 2019/2022, Romeu Zema que obteve 11.834 votos no primeiro turno em Leopoldina, o equivalente a 46,93% dos votos válidos, recebeu 18.404 votos no segundo turno, o equivalente a 75,39% dos votos válidos. Chegou a hora dos eleitores, através das autoridades municipais constituídas através do voto popular, cobrarem dele uma grande dívida contraída com o município de Leopoldina: a reativação do Centro de Distribuição fechado pouco tempo após sua inauguração deixando sem empregos diretos cerca de 96 leopoldinenses, além de 30 empregos indiretos.

No dia 02 de outubro de 2015, o Jornal Leopoldinense noticiou com grande tristeza que o Grupo Zema, decidiu desativar o Centro de Distribuição (CD) em Leopoldina, que recebeu investimentos de R$ 25 milhões em sua construção. A matéria publicada mostrou que além dos impactos negativos provocados pela crise econômica e pelo aumento dos custos, a aprovação do Projeto de Lei 2.817/15, que reajustou a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação Serviços (ICMS) incidente sobre diversos produtos comercializados pelo grupo e sobre a energia elétrica, tornou inviável a manutenção da unidade em funcionamento.

Veja o que disse Romeu Zema na ocasião do fechamento do CD de Leopoldina

Em entrevista concedida na ocasião à jornalista Michele Valverde, do Diário do Comércio, de Belo Horizonte, o empresário Romeu Zema justificou:“Estamos desativando o Centro de Distribuição de Leopoldina, que foi inaugurado recentemente. A empresa tem operado de forma sacrificada e com o aumento da carga tributária a situação ficou ainda mais difícil. No atual cenário, precisamos reduzir os custos de qualquer forma. E a notícia do aumento do ICMS não poderia ser pior, pois o impacto será nos custos com energia e nos produtos eletroeletrônicos, entre outros. Por isso, não descartamos novos ajustes. Nosso negócio foi profundamente impactado”, disse o presidente do grupo, Romeu Zema.

Segundo ele, a tendência é que, após a elevação do tributo, consumidores de muitos municípios onde a empresa atua migrem o consumo para cidades vizinhas. “Temos muitas lojas que estão perto da divisa com outros estados e o cliente terá mais facilidade para comprar em São Paulo, Espírito Santo e Bahia, por exemplo, onde existem cidades quase geminadas com Minas”, diz ele na ocasião.

Ainda conforme Romeu Zema, com o encerramento da atividade de distribuição em Leopoldina, o serviço seria concentrado na unidade de Araxá, onde também está instalada a sede da empresa. Ao todo, serão eliminados 90 empregos diretos e mais de 30 indiretos. O CD de Leopoldina era responsável pelo abastecimento de 106 lojas localizadas em Minas, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Romeu Zema, no entanto, naquela oportunidade não descartou a reabertura da unidade da Zona da Mata, o que seria avaliado nos anos seguintes caso ocorresse a recuperação da economia brasileira e as condições de manter a empresa em Minas Gerais se tornassem mais favoráveis.

“Mudando o cenário econômico, nossa ideia é, no futuro, reabrir o CD. Não sabemos quando isso ocorrerá, porque já estamos registrando recuo nas vendas, teremos em 2016 uma olimpíada indigesta e o aumento do ICMS acabou sendo o estopim para o fechamento da unidade”, explicou o empresário, que eleito governador não utilizou a caneta para modificar a legislação sobre o ICMS que ele tanto criticou e usou como justificativa para fechar o Centro de Distribuição em Leopoldina.
 


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