15/04/2022 às 19h11min - Atualizada em 15/04/2022 às 19h11min

Missa do Crisma: Bispo destaca o espírito de unidade, a caridade pastoral e a amizade sacerdotal

Fotos: João Gabriel Baía Meneghite

A Quinta-feira Santa recorda a última ceia de Jesus com seus apóstolos, quando foi instituída a eucaristia e o sacerdócio. Na tradição da Igreja Católica o clero se reúne na Catedral para celebrar a Missa do Crisma, quando o bispo abençoa os Óleos do Batismo, Enfermos, além de consagrar o Óleo do Santo Crisma.

Também conhecida como Missa da Unidade, é considerada uma das celebrações mais solenes e importantes do ano litúrgico, marcada pela renovação das promessas sacerdotais de todo o clero. Representantes de várias paróquias estiveram na catedral nesta quinta-feira, 14 de abril de 2022, se unindo aos padres, religiosos, religiosas, seminaristas e ao povo de Deus para celebrar a unidade.

Dom Edson Oriolo, bispo diocesano, comentou que a celebração ajuda a entender o sentido teológico e existencial da unidade, expressando a comunhão e a sinodalidade desta Igreja Particular.

Em homilia, citou o Evangelho de São Lucas (Lc 4,18-19), além de destacar o Espírito da Unidade, da Caridade Pastoral e a Amizade Sacerdotal. A íntegra da homilia pode ser acessar clicando aqui.

O bispo fez reflexões sobre o Evangelho proclamado, acrescentando que é apresentado o programa de Jesus na sinagoga e que, Ele, quer dos sacerdotes, seus primeiros servidores, a propagação da boa-nova aos pobres, anunciando a libertação e proclamando o ano da graça do Senhor nas comunidades paroquiais e eclesiais missionárias.

Sobre o ‘Espírito da Unidade’, fez destaques para a importância da diocesaneidade e união dos sacerdotes, repudiando maledicências que afetam a caminhada diocesana. Reconheceu que os sacerdotes tem sentimentos, se emocionam, brigam, choram, sonham, vibram e torcem. “A nossa vida não é fácil, é frágil, erramos, pecamos, nos contradizemos e muito aprendemos”, comentou.

Dom Edson também falou sobre a ‘Caridade Pastoral’, lembrando que o dia é de renovação da amizade com Jesus e com a comunidades missionárias que foram confiadas ao bispo e seus irmãos no presbitério. “A nossa amizade com Jesus deve ser cultivada na oração, na espiritualidade e na missão”, disse.

Evidenciou a amizade dos presbíteros com o povo de Deus em suas comunidades paroquiais e eclesiais missionárias, fato que emociona e motiva cada vez mais o amor pela Igreja particular de Leopoldina, mesmo com suas rugas históricas, seus desafios e, principalmente, com as riquezas das maravilhas do Bom Deus que enriquecem essa missão.

Destacou ainda que não existem melhores paróquias para os melhores padres e nem as “piores” paróquias para os piores padres. “Não podemos adjetivar paróquias e nem os sacerdotes em nossa diocese. Todos têm o direito e dever de vivenciar sua consagração com a missão e autoridade de Cristo para santificar, construir e reger a Igreja, em qualquer paróquia como colaborador do bispo diocesano”, opinou.

Sobre a ‘Amizade Sacerdotal’ explicou que ela leva a manifestar explicitamente o caráter colegial, isto é, a união entre os padres e com o bispo, para o bem da diocese.  “O presbitério deve ser uma escola onde se aprende o que significa a amizade sacerdotal”, disse o bispo, enfatizando que os presbíteros são convocados como irmãos a construir um presbitério melhor, pelo vínculo da amizade sacerdotal, devendo haver uma convivência, na dinâmica do crescimento e respeito mútuo.

Concluiu sua homilia citando um discurso do Papa Francisco aos reitores e alunos dos Pontifícios Colégios e Convívios de Roma, em maio de 2014, quando falou da amizade sacerdotal, afirmando ser um tesouro que deve ser bem cuidado.

Falou sobre outro momento do Santo Padre, ocasião em que realizada  uma visita pastoral a Loppiano (10-05-14), fazendo uma brincadeira:

– Um sacerdote que está aqui – mais ou menos escondido – fez-me este teste. Perguntou-me: ‘Diga-me, padre, qual é o contrário do eu, o oposto do eu? ’.

– Eu caí na cilada e respondi imediatamente: ‘Tu’.

– E ele retrucou: Não, o contrário de cada individualismo, quer do eu quer do tu, é nós. É esta a espiritualidade do ‘nós’ que deveis levar por diante, que nos salva de qual quer egoísmo e interesse egoísta. A espiritualidade do ‘nós”.

Por fim, dom Edson Oriolo refletiu que essa espiritualidade possa ser o foco do presbitério da Igreja Particular de Leopoldina. “Peço aos sacerdotes que renovem hoje, com unção e alegria, as promessas que plenificam o seu coração sacerdotal, para que sempre saibam levar o suave perfume de Cristo a todos os irmãos que lhes são confiados. Que Jesus dê a todos nós a graça da unidade entre nós e da fidelidade à nossa consagração, enquanto ungidos para servir”, finalizou.

Fonte: Diocese de Leopoldina


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