29/12/2014 às 14h14min - Atualizada em 29/12/2014 às 14h14min

LAC - Por um projeto cada vez melhor

Diretor Presidente eleito da cooperativa LAC, Marcelo Resende Vieira, aponta em entrevista quais são os parâmetros para o processo de reestruturação da LAC, os resultados mais relevantes e as metas a serem atingidas. Marcelo é cirurgião dentista, associado da LAC desde 1996.

Karla Reis
Marcelo Resende Vieira, presidente da LAC

Qual sua proposta à frente da LAC?

MR - Nossa proposta inicial era não deixar a LAC fechar as portas e nem ser vendida, agora a proposta da nova diretoria é fazer com que a LAC cresça de maneira sustentável, respeitando nossos funcionários, cooperados e todos os nossos colaboradores.

Quais os resultados mais relevantes dessa diretoria desde a posse em 25 de fevereiro de 2014?

MR - São muitos os resultados alcançados, podemos citar: equacionamento de nossas dívidas com fornecedores e com instituições financeiras; reestruturação do armazém; renegociação com a Petrobras, reativando nosso posto de gasolina que será reaberto em breve; contratação de uma empresa responsável pelo controle de qualidade para que possamos padronizar nossos produtos; profissionalização de alguns setores da empresa; acerto de débitos em atraso com cooperados ativos; contratação de uma médica veterinária que irá trabalhar diretamente com o produtor rural orientando-o sobre a qualidade do leite; pagamentos de débitos com a receita federal de impostos atrasados; eliminação de apontamentos no Serasa e de títulos protestados. Mas o grande resultado foi trazer de volta o orgulho dos cooperados e funcionários, vendo a empresa crescer em seu faturamento, produção e o volume de leite captado.

Este é um momento estratégico da LAC? O que você projeta para os próximos anos?

MR - O importante nesse momento é definirmos um planejamento para a LAC, onde podemos incluir algumas prioridades: reduzir a nossa dependência do leite UHP (longa vida), mensurado com muito critério; procurar novas parcerias de terceirização; atacar com mais agressividade o mercado doméstico, ou seja, varejar; incentivar o produtor rural através de projetos de melhoramento genético; ter um contato direto com o produtor no campo, orientando-o sobre agricultura e pastejo rotacionado, bem como instruções sobre a qualidade do leite e a valorização dos funcionários, requalificando-os.

Como se apresentava a LAC após auditoria prestada pela empresa LMF Consultores Empresarias Associados?

MR - Quando assumimos a LAC nos deparamos com um quadro extremo de endividamento junto aos bancos, fornecedores e consequentemente restrições no SERASA e um corpo de funcionários totalmente desmotivados. Aliás, este cenário já era de conhecimento de parte da sociedade leopoldinense. Com muito esforço de toda a diretoria e do quadro de funcionários, já inseridos em nossa proposta de trabalho, conseguimos resolver todas as pendências encontradas.  Já pagamos 80% das dívidas com os fornecedores e renegociamos as dívidas com os bancos, cumprindo fielmente os pagamentos. Liquidamos o SERASA e conseguimos a Certidão Negativa de Debito junto à Receita Federal, documento que poucas cooperativas tem acesso.

Na Assembleia Extraordinária de retomada administrativa da LAC, você anunciou um aumento no preço do leite a ser pago pela cooperativa e ainda com perspectiva de melhora. Como você conseguiu essa retomada justo num momento tão delicado da cooperativa?

MR - Realmente naquele dia o cenário do mercado era favorável e acenava com uma perspectiva de melhora, mas o que nós vivemos hoje é completamente diferente pois o leite é uma commodities e por isso sofre alterações de mercado (lei da procura e da oferta). Mas estamos ajustando as contas, reduzindo os custos, renegociando com fornecedores, entre outras medidas para a valorização dos produtos LAC.

Como será conduzida a questão da continuidade administrativa?

MR - É intenção de nossa diretoria propor na próxima assembleia uma reformulação de nosso estatuto.

A cooperativa vai conseguir cumprir as metas estabelecidas?

MR - As metas já foram projetadas, mas é sabido que para todo investimento é preciso capital e infelizmente não dispomos. Iremos lutar para que possamos cumprir todas as nossas metas.

O tema responsabilidade socioambiental é um assunto muito importante no cenário atual, no Brasil e no mundo. Quais as ações da LAC nesta direção?

MR - Já temos algumas ações neste sentido como a construção do muro gabião para contenção da ETE, Estação de Tratamento de Efluentes, nossos resíduos sólidos e o óleo usado nos compressores são coletados e enviados para reciclagem. Mas, precisamos mais, conscientizar nossos funcionários, sócios, colaboradores, fornecedores, comunidade e governo da importância desse assunto para o meio ambiente em que vivemos.  Cada um precisa fazer a sua parte neste contexto, pois esse compromisso tem que ser contínuo, com ética e com desenvolvimento econômico, promovendo a melhoria da qualidade de vida. 

O capital humano é um dos principais operantes nestes tempos pós-modernos. A LAC traz novas aquisições e retém talentos (bons funcionários), fale um pouco sobre isso.

MR - Fizemos algumas mudanças em nosso quadro social, alguns funcionários quiseram deixar a empresa. Contratações ocorreram, era preciso montar uma equipe de trabalho. Nossos colaboradores são peças fundamentais nessa nova trajetória.  Faz parte de nossa pauta a valorização dos funcionários da cooperativa. Já iniciamos treinamento, planos de benefícios, revemos risco e muito mais. E com orgulho informamos que fizemos em outubro nossa primeira entrega de cestas básicas aos colaboradores.

Você tem estimativa para o crescimento da Lac nesta gestão?

MR - É muito difícil prever um crescimento para a cooperativa, mas com certeza estabelecemos metas e essas deverão ser cumpridas. Tenho convicção de que iremos arrumar a casa, estamos buscando novos parceiros e novos mercados e este crescimento irá acontecer naturalmente.

Fala um pouco da sua trajetória na Lac?  

MR - Iniciamos um trabalho bonito frente a LAC, conseguimos equacionar nossas dívidas, reduzimos nossos custos com lenha, energia, combustível e outros. Liquidamos nossa dívida com produtores ativos que tinham pendencia com a LAC, e o mais importante, temos uma harmonia muito grande em nossa diretoria, todos se encontram motivados e com vontade de fazer acontecer.

Deixa uma mensagem para o produtor rural.

MR - Quando assumimos a LAC, poucos acreditaram em sua reestruturação, ainda falta muito para liquidarmos todos os problemas, mas com trabalho, determinação, humildade e com a ajuda mútua iremos construir resultados rumo ao sucesso. Agradeço também a todos aqueles que de uma forma ou de outra, contribuíram para a retomada de crescimento da LAC. Como dizia o ilustríssimo Dr. Newton Monteiro de Barros, “cada um tem o seu destino e eu acredito nele”.

 

O perfil dos diretores

 

Carlos Eduardo Gomes Fajardo, Diretor Financeiro

  Carlos Eduardo Gomes Fajardo assumiu, em 25 de fevereiro de 2014, a diretoria financeira da cooperativa LAC. Seu objetivo é contribuir, junto com toda equipe de diretores da empresa, para solucionar os problemas e devolver a credibilidade que a LAC sempre teve no cenário nacional. Sua formação vem de experiências adquiridas em anos de trabalho no Banco do Brasil, como sócio diretor da Lafa Corretora de Seguros e FactoringLtda e também como sócio diretor do Auto Posto Novo Milênio. Cazé, como é conhecido por todos, também administra o sítio Santa Maria em Piacatuba, distrito de Leopoldina, no setor da pecuária leiteira, conhecendo muito bem as dificuldades encontradas pelo homem do campo.

Cooperado da Lac há 10 anos, logo percebeu o grande desafio que teria pela frente nessa empreitada, mas optou pelo enfrentamento. Segundo Cazé, junto com todos os diretores e a boa equipe de funcionários que a LAC tem, e a profissionalização que vem sendo implantada, vai-se resgatar a tradição e a viabilidade da cooperativa. “Com a força do cooperativismo, união, seriedade, transparência e trabalho de equipe, tudo é possível”, concluiu.

 

Sergio de Rezende Junqueira, Diretor Administrativo

 

Formado em Direito pela Universidade Doctum de Leopoldina, Sérgio de Rezende Junqueira, assumiu o cargo de Diretor Administrativo da LAC para a gestão 2014 a 2018. “Sou neto e filho de produtor rural, de uma tradicional família apaixonada pela atividade leiteira, desde pequeno acompanhava meu avô e meu pai na fazenda, nas exposições e em suas andanças em busca de um gado de qualidade. Sou um jovem apaixonado pelo que faço”.

Associado da cooperativa desde 2006, Sergio Junqueira tem uma historia de superação. “Nestes anos procurei investir e profissionalizar as nossas atividades visando uma maior eficiência, e graças a Deus temos tido resultados positivos. O início não foi fácil, trazer novas formas de trabalhar, implantar novas técnicas foi um desafio, e isso tudo provocou boas discussões com meu pai,

Nilson de Almeida Junqueira: de um lado eu um jovem cheio de sonhos, com muitas ideias, queria fazer acontecer, e de outro, meu pai, homem experiente, nascido e criado neste mundo. E na maioria das vezes ele tinha razão, como tenho saudades dessas brigas. A vida nos faz perceber que em alguns casos a vivência e sabedoria são fundamentais. Hoje um pouco mais experiente, sinto que nós na qualidade de “homem do campo” temos que saber dosar um pouco da motivação, a vontade de fazer diferente do jovem com a sabedoria e experiência dos mais velhos, fazendo disso tudo um produtor eficiente para que possamos realmente obter os resultados esperados de nosso árduo trabalho que é a pecuária leiteira”.

 

Marcos Almeida Junqueira Reis, Procurador Jurídico

 

 

Marcos de Almeida Junqueira, é advogado, consultor empresarial, produtor rural e cooperado da Lac há oito meses. Na avaliação de Marcos Junqueira, ao assumir a LAC em 25 de fevereiro de 2014, a meta é contribuir para a reestruturação da empresa, por meio de uma administração moderna, profissional e honesta, dando foco à maior rentabilidade possível ao produtor, o que só se alcança com uma empresa sadia, com funcionários motivados, treinados e com remuneração adequada. Produtor de leite desde 2004, neste período, participou da direção da Cooperativa Leste (ex-presidente), do Núcleo dos Criadores de Gado Holandês da Zona da Mata de MG e do RJ (ex-presidente) e da Associação dos Criadores de Gado Holandês de MG (ex-Conselheiro).

 

Publicado originalmente na edição nº 326 de dezembro de 2014 do jornal LACOMUNICAÇÃO - Órgão de Divulgação da Cooperativa dos Produtores de Leite de Leopoldina/MG

 

 


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