02/01/2015 às 09h40min - Atualizada em 04/01/2015 às 10h01min

Morre Antônio Pereira, o popular Xô

Xô sempre brilhava pelas ruas de Leopoldina. ( Fotos: Luciano Baía Meneghite)

Morreu nesta quinta-feira, 01 de janeiro de 2015, uma das figuras mais conhecidas e queridas da cidade de Leopoldina; Antônio Pereira, o “Xô”, vítima de câncer. Há cerca de um ano ele já não era mais visto pelas ruas da cidade. Em 2010 foi uma das figuras populares retratadas por Luciano Baía Meneghite, o Luc numa exposição de charges e caricaturas na Usina Cultural e no carnaval de 2014  através de um boneco gigante também construído por Luciano e sua mãe Maria José.



Por Luiz Otávio Meneghite e Luciano Baía Meneghite

O nome recebido na Pia Batismal foi Antônio Pereira, mas nas ruas da cidade durante os seus quase 90 anos de vida saudável, embora dura e difícil, ele ficou conhecido por vários apelidos: “Taioba”, “Pau Puro” e “Xô” são alguns deles.

Pai de quase duas dezenas de filhos e avô de dezenas de netos espalhados por esse “mundão de meu Deus”, ele era figurinha fácil nas ruas de Leopoldina até bem pouco tempo. 

Com seus cabelos aloirados, compridos, amarrados em “rabo de cavalo”, sempre vestindo roupas com cortes parecidos, calça e blusa com vários bolsos, confeccionadas em tecidos acetinados e em cores que vão desde o vermelho bem forte, passando pelo rosa-choque e chegando ao verde. Chegado a usar muitas pulseiras e cordões de bijuteria, na maioria das vezes está compenetrado, mas o semblante sério muda rapidamente quando encontra um conhecido, abre um largo sorriso e seu dedo de prosa vai de oito a oitenta, onde se destaca o som do “Xis”, talvez daí a origem do apelido “Xô”.

Duas histórias foram agregadas à biografia de Xô. Contam, que quando exercia a função de carroceiro na prefeitura, certa feita recusou ordem de um superior de fazer o burro puxar uma carga pesada. Com a insistência do chefe, teria retirado o animal da carroça dizendo: “Xi quijé carrega o Xinhô!” Foi dispensado do serviço, mas como o burro só obedecia ao seu comando, logo foi convidado a retornar à prefeitura.

A outra historinha dá conta de que em outra ocasião, teria ido fazer umas compras no armazém onde já tinha algumas listas penduradas, mas contava com a compreensão do dono ao qual teria feito a seguinte proposta: “Olha, xi oxê quijé, eu tenho uns porquinhos lá em casa...” e teria sido feito o acerto. Quando o dono do armazém foi buscar os animais, qual não foi a sua surpresa ao se deparar com alguns porquinhos... da índia. É o que contam.

Pessoa muito prestativa, que mesmo sem grandes recursos sempre ajudava o próximo, Xô vai deixar saudades.

Luiz Otávio e Xô no carnaval de 2009


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