11/01/2015 às 09h12min - Atualizada em 11/01/2015 às 20h19min

Os limites do humor e os terroristas de Leopoldina

Guardadas as devidas proporções, aqui também se pratica o terrorismo.

Guardadas as devidas proporções, aqui também se pratica o terrorismo.

Luciano Baía Meneghite

Sempre houve muitas discussões se o humor deve ou não ter limites. Depois desse atentado na França, o assunto voltou a ser destaque junto a um monte de baboseiras ditas pela grande mídia e seus papagaios.

Em minha opinião o humor deve sim ter limites. Pode até soar surpreendente para algumas pessoas que um chargista diga isso, mas não faço parte dos que alegando liberdade de expressão, incita o preconceito, a generalização, o ódio. Uma charge pode ser simples, mas não simplista. Algumas das charges publicadas no jornal Charlie Hebdo realmente passavam dos limites e reforçavam o xenofobismo e o preconceito religioso. Claro que nada justifica o ataque terrorista.

Mas tudo isso é muito complexo e não tenho conhecimento suficiente para analisar profundamente; prefiro agora voltar ao nosso quintal. Guardadas as devidas proporções, aqui também se pratica o terrorismo.

Minhas charges em sua maioria tratam de assuntos da cidade de Leopoldina e muitas vezes foram incompreendidas e atacadas verbalmente por pessoas nelas retratadas ou por seus puxa-sacos.

Tenho um humor considerado ácido por muitos. Bato duro mesmo em algumas questões, no entanto nunca me utilizei de recursos baixos, de aspectos da vida pessoal de qualquer pessoa ou coisas semelhantes.

Não generalizo nada, principalmente a política como "coisa suja", ao contrário, defendo a política. Ataco a politicagem. Em alguns casos houve até má interpretação e ameaça de processos, mas que não deram em nada nem vão dar.

Não gosto de indiretas, prefiro me calar a insinuar, mas nas charges muitas vezes temos que usar artimanhas para denunciar até sem palavras. Não deixo “pega” para os bandidos travestidos de “otoridades”.

O terror em lugares como Leopoldina atendem por outros nomes: Pressão, chantagem, boicote e maledicência. Nossos terroristas são muito covardes, mas a incompetência e o mau-caratismo deles têm um poder de destruição muito grande. Destroem pessoas, destroem sonhos, destroem a cidade.


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