17/04/2014 às 09h32min - Atualizada em 17/04/2014 às 09h32min

Vitalino Duarte

Vitalino da arte, Vitalino Duarte

Luciano Baía Meneghite
Arquivo - Jornal Equipe

O quê faz de uma pessoa um grande artista? É a capacidade de interpretar perfeitamente como ator? É a beleza de uma voz potente e afinada ou a inspiração para compor grandes canções? A habilidade para se tocar um instrumento ou desenhar, pintar e esculpir? Tudo isso caracteriza um grande artista; mas pode uma pessoa sem qualquer dessas qualidades ser um grande artista? Não digo dessas celebridades descartáveis fabricadas pela mídia, mas artista mesmo. Vitalino Duarte era. Talvez alguém ache mais apropriado chamá-lo de animador cultural, mas certamente ele preferiria ser chamado de artista. O menino nascido na Fazenda Copacabana em 15 de agosto de 1932, filho de Vitalino Izá Duarte e Maria Amélia Duarte, que só estudou até a segunda série primária, se não tinha certos dotes artísticos, tinha espírito livre de artista. O serviço na roça não o prendeu como nada o prendia, a não ser o gosto pela arte popular e pelas tradições. Vindo para a cidade fez bicos diversos para sobreviver, sem nunca se afastar das festas folclóricas e religiosas. E assim nasceu o palhaço ou Papai Noel sempre com um megafone em punho a anunciar pelas ruas da cidade suas festas ou promoções do comércio. No carnaval se tornou mestre marcando presença por cinco décadas seja com sua boneca baiana ou com a simples, mas marcante “Escola de samba Acadêmicos de Leopoldina”. No rádio era presença constante, seja cantando, apresentando ou apenas como convidado. Se não falava, lia ou interpretava bem, tinha carisma e teimosia suficientes e isso o fez peça fundamental na preservação e propagação das tradições culturais de Leopoldina e região. Com defeitos e qualidades de qualquer ser humano e muitas limitações, principalmente financeiras, influenciou gerações. Se nunca se casou, nem teve filhos biológicos, deixou muitos filhos de sua arte. Vitalino da Arte, Vitalino Duarte. Trocadilho óbvio, mas inevitável.

Nos últimos tempos um problema em uma das pernas o fazia andar com dificuldade. Após algumas semanas internado,Vitalino Duarte faleceu 19 de abril de 2003.

Publicado no Jornal Memória Leopoldinense


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