O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra parou nesta manhã a BR 120, próximo ao km 669. A ação integra a jornada nacional de lutas em defesa da Reforma Agrária, com objetivo de denunciar a paralisia da Reforma Agrária.
Na Zona da Mata, o Movimento também denuncia a violência na rodovia, na qual morreram três assentados residentes do Assentamento Olga Benário, cortado pela BR 120. Eles exigem do DNIT a sinalização e implantação de redutores de velocidade, no Município de Visconde do Rio Branco e na Rodovia MG 353, no município de Goianá, onde se localizam os assentamentos da região.
Além disso, o movimento em Minas Gerais denuncia as más condições nos assentamentos (áreas já desapropriadas), que estão há quase seis anos sem assistência técnica; 87% das áreas ainda não possui água potável; 70% não têm habitações financiadas pelo governo e os créditos para produção de alimentos estão parados.
O MST destaca o acesso à terra no Brasil e uma política efetiva de implantação de assentamento, como a saída para geração de emprego e renda, produção de alimentos saudáveis para todos os trabalhadores, do campo e da cidade e para preservar a natureza.
A liberação e plantio de transgênicos, seja eucalipto, soja, milho, levada ao extremo pelo modelo do agronegócio, respaldado pela gigantesca bancada ruralista que domina o congresso nacional, só enriquece multinacionais e gera degradação ambiental. Enquanto as terras são envenenadas os alimentos estão cada dia mais caros.
O Brasil consome 20% de toda produção mundial de agrotóxicos, embora a agricultura brasileira represente apenas 3% da produção mundial. Segundo a Anvisa, em dez anos de implantação dos transgênicos o mercado de agrotóxicos cresceu 190%, já a produtividade não aumentou. A soja, por exemplo, nas safras de 1992/2003 cresceu 31%, enquanto a safra 2003/2013 (desde quando começaram os transgênicos) cresceu apenas 4%. São aplicados todo ano em torno de um bilhão de litros de veneno nas plantações brasileiras. Isso, de alguma forma, será consumido seja nos alimentos, na água ou no ar.
O MST exige um basta neste modelo da doença e da morte!
Para isso a saída é o desenvolvimento da agricultura familiar, com base no modelo agroecológico de produção, assentando imediatamente as famílias acampadas, com a liberação dos créditos para habitação, produção e implementação de agroindústrias, além de investimento em infraestrutura – água, energia elétrica, estradas, etc - e escolas com a política educacional voltada para a realidade do campo!
Enviado por Geanini Hackbardt - MST - Zona da Mata-Casa Fora do Eixo-JF