10/04/2015 às 19h31min - Atualizada em 10/04/2015 às 19h31min

Parlamento Jovem reúne presidentes de câmaras municipais

Em 2015, projeto conta com estudantes de 40 cidades, que vão discutir segurança pública e direitos humanos.

O lançamento da edição de 2015 do Parlamento Jovem aconteceu no Salão nobre da ALMG.

Presidentes de 21 câmaras municipais participaram, na tarde da quarta-feira (8/4/15), do lançamento do Parlamento Jovem de Minas 2015. O projeto de educação para a cidadnia é realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em parceria com a PUC Minas e as câmaras municipais. Em sua 12ª versão, o Parlamento Jovem enfoca o tema “Segurança pública e direitos humanos” e conta com a participação de alunos de 40 cidades.

Ao saudar os vereadores, o presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes (PMDB), destacou que “o Parlamento Jovem é a 'menina dos olhos' da Assembleia”, por mobilizar a juventude em torno da participação política. Na sua avaliação, as grandes mudanças de que o País precisa só ocorrerão quando a educação for prioridade. “Só se muda uma geração por meio da educação”, concluiu.

Política nos currículos - Também nessa linha de raciocínio, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Cristiano Silveira (PT), enfatizou que o Parlamento Jovem contribui para a formação política dos estudantes. “Deveríamos ter nos currículos conteúdos de formação da consciência crítica cidadã. A imprensa também poderia ajudar nisso, mas prevalecem outros interesses. Por tudo isso, o Parlamento Jovem tem que servir de inspiração, pois é um dos mais importantes projetos de formação política”, avaliou.

Já o deputado Sargento Rodrigues (PDT), presidente da Comissão de Segurança Pública, destacou a importância da escolha do tema deste ano. “O povo brasileiro dá muita importância ao tema da segurança pública, obviamente que entrelaçado com os direitos humanos. Quando o Parlamento Jovem escolhe esse tema, é um sinal de que a Assembleia está atenta aos interesses sociais”, analisou.

O parlamentar lembrou que o projeto tem abordado temas de maior relevância para a sociedade brasileira. “Quanto mais o Parlamento provocar o debate entre a juventude, melhor”, disse. Nesse sentido, ele anunciou alguns temas que a Comissão de Segurança Pública vai discutir neste biênio, como legislação penal, impacto de crimes federais na segurança do Estado, prevenção social de crimes e segurança no trânsito.

'Crise pode ser oportunidade para a democracia', diz pró-reitor

O pró-reitor de extensão da PUC Minas, Wanderley Felippe, enfocou o atual momento de crise na política brasileira. Para ele, é preciso voltar à raiz grega do termo crisis, que tem a acepção de oportunidade. “Esta é uma grande oportunidade de mudança, de aperfeiçoamento, para que avancemos na nossa democracia”, afirmou ele, lembrando que o Parlamento Jovem pode ajudar na formação dos jovens, de modo que eles contribuam com essa mudança.

O pró-reitor também argumentou que no País, há formação para inúmeras áreas, menos para a vida política. “Nas manifestações que vêm sendo feitas Brasil afora, a população geralmente diz o que não quer. Dificilmente, ela traz ideias propositivas”, constatou. Ele também enalteceu a participação das câmaras municipais no projeto. “Assembleia e PUC nunca teriam 'pernas e braços' para levar o Parlamento Jovem a todo o Estado; são as câmaras que viabilizam o projeto”, elogiou.

Projeto amplia presença no interior do Estado

A gerente-geral da Escola do Legislativo da ALMG, Ruth Schmitz, fez um balanço dos cinco anos de Parlamento Jovem com participação das câmaras municipais. Antes disso, o projeto se restringia a estudantes de Belo Horizonte. De acordo com ela, o Parlamento Jovem avançou muito desde 2010. Naquele ano, 12 municípios participaram; em 2014, foram 28; e agora, mais um salto foi dado, passando para 40 cidades. Esse incremento se refletiu também nos números de escolas e de estudantes participantes. No primeiro ano, foram 50 escolas com 815 alunos. Em 2013, já foram 77 escolas com 943 estudantes. Já em 2014, ampliou-se para 112 escolas com 1.359 alunos.

Ruth Schmitz explicou que o projeto consiste em três grandes etapas: uma municipal, uma regional e a estadual, na ALMG. Na primeira, estudantes se reúnem nas suas cidades e discutem propostas em relação ao tema do ano. Na segunda fase, municípios agrupados em polos fazem uma plenária regional e fecham as sugestões daquela área. E por fim, a plenária final é realizada na Assembleia, com a conclusão das propostas e a entrega do documento final à Comissão de Participação Popular.

A professora de Ciências Sociais da PUC Minas, Karina Junqueira, que também atua no Parlamento Jovem, anunciou a criação de um projeto de formação continuada dos estudantes e de acompanhamento do trabalho do Poder Legislativo. Ela destacou que o projeto, ainda em estudo, pretende fazer com que os jovens que participam do Parlamento Jovem continuem atuando politicamente, exercendo sua cidadania.

Para vereadores, projeto contribui para o engajamento dos jovens

Vários presidentes de câmaras municipais deram seu depoimento sobre o Parlamento Jovem e sua contribuição para a formação política da juventude. O vereador José Camilo, de Ouro Fino (Sul de Minas), disse que ensinar política é função do Poder Legislativo. “Por isso, é muito bem vindo um projeto como o Parlamento Jovem, para restaurar a fé na política”, advogou.

Já o presidente da Câmara Municipal de Itamarandiba (Vale do Jequitinhonha), Eduardo Moreira, destacou que esta é a primeira vez que sua cidade participa do projeto. “Queremos mostrar o papel dos parlamentares municipais e do Estado”, ressaltou. Na sua opinião, o Parlamento Jovem pode ser uma boa forma de tentar quebrar a apatia e o desconhecimento demonstrados atualmente pela juventude.

Júlio Cesar Campos, presidente da Câmara Municipal de Conceição das Alagoas (Triângulo Mineiro), acredita que os políticos estão sem credibilidade. “Só com muita conversa, muita explicação, vamos conseguir levar a juventude para dentro das câmaras municipais”, disse. Também o vereador José Lucas Silva, de Unaí (Noroeste de Minas), destacou que a educação é a melhor forma de buscar o engajamento das pessoas para a política, e o Parlamento Jovem é o caminho.

Atitude do parlamentar - Outros deputados também se pronunciaram durante a reunião. O deputado Dilzon Melo (PTB) lembrou que o momento de crise na política pode ser bom para que os vereadores promovam mudanças importantes em seus municípios. “Não basta ficar pregando, filosoficamente; tem que ter atitude. Nada vai estimular mais a participação dos jovens do que o exemplo dos vereadores”, observou.

O deputado Ulysses Gomes (PT) reforçou a ideia de que a abertura dos parlamentos à participação sempre é bem recebida pela sociedade. “Quando colocamos o Poder Legislativo a serviço da transparência, isso contribui para o aumento da cidadania e para que a sociedade se torne mais consciente, democrática e participativa”, concluiu.

O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) avaliou como muito rico o momento atual. “Hoje, vejo os jovens interessados na política, indo às ruas. E nós, como parlamentares, temos que incentivar essa participação juvenil”, disse. A deputada Marília Campos (PT), por sua vez, elogiou a iniciativa da ALMG de realizar o Parlamento Jovem e agradeceu a participação das câmaras municipais.

Enviado pela Assessoria de Imprensa da ALMG


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »