11/04/2015 às 10h14min - Atualizada em 11/04/2015 às 10h14min

Leopoldina promoveu seu I Seminário de Enfrentamento a Violência contra a Pessoa com Deficiência

Objetivo foi romper com o paradigma assistencialista e promover conceitos sobre os diversos tipos de violências que vem sendo praticadas contras a pessoa com deficiência

Alunos e professores da APAE participaram.

A Prefeitura de Leopoldina, através de sua Secretaria de Assistência Social, promoveu no dia 09 de abril, o primeiro Seminário de Enfrentamento a Violência contra a Pessoa com Deficiência planejado por estar sendo identificando no CREAS, com certa frequência, situações de violência manifestadas em relação a pessoas com deficiência com destaque na negligência e abuso psicológico.

O evento ocorrido no salão do Clube do Moinho ressaltou o desafio da construção de uma política intersetorial e transversal e aconteceu como uma oportunidade de se fazer um balanço da promoção dos direitos humanos em especial das pessoas com deficiência, favorecendo um planejamento mais eficaz das políticas públicas adotadas e efetivamente implementadas. 

A idéia do Seminário visou ainda romper com o paradigma assistencialista e promover conceitos sobre os diversos tipos de violências que vem sendo praticadas contras a pessoa com deficiência, sendo ainda trabalhadas as temáticas dos direitos, da inclusão, acessibilidade, como elementos garantidores da independência e empoderamento das pessoas com deficiência. 

Essas concepções convergem em um ponto central: a deficiência envolve uma multiplicidade de dimensões e fatores de origem socioeconômica, cultural, familiar, individual e institucional, conformando trajetórias distintas e demandando ações públicas com abrangência e objetivos diversos. Assim, a multidimensionalidade exige políticas diversificadas e, para abarcar todas elas é necessário o desenvolvimento de estratégias de intervenção capazes de interligar distintos setores das políticas públicas, além de uma ação conjunta de vários programas. 

 

Sabe-se que as pessoas com deficiência se encontram em situação de vulnerabilidade devido às limitações decorrentes dos diversos tipos de deficiências e quando a violência acontece com pessoas com deficiência crianças, idosos e com deficiências intelectuais  ainda mais fragilizadas, a situação se agrava ainda mais, visto que o agressor se apega na dificuldade de manifestação destas pessoas.

No Brasil, não temos indicadores específicos sobre a violência contra a pessoa com deficiência, mas sabemos que em 72% das ocorrências, o agressor é membro da família do deficiente. Conhecemos também que dentre os casos levantados, 29% são atribuídos a abuso psicológico.

Com o entendimento da intersetorialidade, o Seminário abordou sobre as ações implementadas pela assistência social visando garantir que os cuidados prestados no domicílio sejam acompanhados de forma a proteger as pessoas com deficiência da negligência, dos maus tratos físicos, psicológicos e sexuais, do abandono, abusos financeiros, e sobre as situação de isolamento que normalmente são combatidas com encaminhamentos para a  participação de grupos de convivência do SCFV.

Além disso,  foram dadas informações  sobre o BPC na Escola, projeto da assistência social que vem desenvolvendo junto às famílias e nas escolas visando conhecer as barreiras que impedem o acesso e a permanência de beneficiários do BPC na Escola com idade de até 18 anos, do BPC no Trabalho que vem sendo desenvolvido no territórios dos CRAS divulgando a possibilidade de inserção no mercado de trabalho do beneficiários do BPC sem prejuízos da perda do benefício por até 02 anos de experiência profissional, sendo ainda dado realce às ações realizadas pelo CREAS que visam promover o apoio às vítimas e o acompanhamento das famílias de pessoas com deficiência que vivenciaram a situação de violação de direitos e/ou de violência nas suas diversas modalidades.

Quanto à Acessibilidade foram apresentadas as normas existentes visando assegurar condições de vivência comunitária a essas pessoas com deficiência sendo apresentadas as demandas existentes considerando que essas normativas são recentes e diversos prédios públicos são antigos e alugados o que dificulta o cumprimento destas medidas em curto prazo. Além disso, foram apresentados os vários esforços que vem sendo feitos para adequar banheiros, alargamento de portas, instalação de pisos tácteis, iluminação especial, colocação de rampas e elevadores em prédios públicos, sendo dado realce aos processos de licitação que se encontram em andamento visando promover as adequações de acessibilidade aos trevos do CEFET, da Avenida dos Expedicionários e da rua principal da cidade, rua Cotegipe.

Foram ainda apresentadas informações quanto aos encaminhamentos dados pela Secretaria de Educação visando construir o processo da educação inclusiva, reestruturando o sistema educacional de modo que este sistema possa atender a todos os alunos, dando-lhes condições de pleno acesso, participação e permanência nas escolas, assumindo a perspectiva das diferenças por meio de capacitações de seus servidores. No âmbito da educação, foi ainda  informado sobre as providências dadas para promover solução para atender às barreiras físicas  (rampas de acesso e banheiros acessíveis) e implantação imediata em quatro escolas municipais de salas de recursos multifuncionais – AEE – Atendimento Educacional Especializado, contendo equipamentos. mobiliários e materiais pedagógicos para o atendimento educacional especializado que é destinado á toda a população de Leopoldina, além de aquisições de veículos adaptados para promover o transporte escolar.

A saúde também apresentou as ofertas que beneficiam essa população, dando ênfase ao programa remédio em casa que vem facilitando a vida destas famílias, bem como o programa de atendimento especializado no domicílio, onde será possível promover a presença de profissionais especializados em reabilitação, nas casas das pessoas com deficiência que não possuem condições de se ausentarem para obterem o tratamento devido.

Com a realização deste evento foi possível reunir diversos segmentos envolvidos neste processo, que certamente pelo grande número de pessoas presentes conseguiu atingir a seu objetivo que seria conscientizar toda a sociedade sobre a responsabilidade de todos em proteger essas pessoas, para que elas não fechem os olhos para as situações que forem constatadas, não sendo omissas diante das situações de violências, fazendo as denúncias como atitudes de comprometimento com a prevenção e proteção contra a violência praticada contra as pessoas com deficiência.

O seminário foi realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social, organizado pela equipe do CREAS em parceria com o Conselho da Pessoa com Deficiência e/ou Mobilidade Reduzida contando ainda com a parceria do Clube do Moinho que fez a cessão do espaço físico recebendo aos participantes deste evento, dentre representantes de órgãos governamentais estaduais e municipais e membros da sociedade  civil.

O Evento contou ainda com apresentação de alunos e ex-alunos da APAE o que enriqueceu a temática do empoderamento e da inclusão, sendo possível vivenciar o potencial das pessoas com deficiência e a possibilidade de serem sujeitos ativos na sociedade em que vivem.

Enviado pela Secretaria de Assistência Social com fotos de  Kalon Moraes, da Prefeitura de Leopoldina


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »