17/05/2015 às 14h44min - Atualizada em 17/05/2015 às 14h44min

Leitores querem que parte da renda do estacionamento rotativo vá para o hospital

Apoiada pelo Sebrae, empresa desenvolveu o rotativo digital, a primeira solução 100% digital para esse mercado.

Luiz Otavio Meneghite
Desobediência à sinalização é constante.

Em nossa enquete anterior foi apurado que 79.7% dos leitores aprovam o estacionamento rotativo nas ruas do centro. Na análise do resultado, assinalamos que além daquilo que todos nós conhecemos do dia a dia nas ruas centrais, a coisa está piorando com o passar do tempo sem que se tomem medidas para resolver o grave problema. Dissemos também que os abusos são tantos que assistimos diariamente a cenas que só podem ser atribuídas ao excesso de confiança na impunidade de alguns motoristas e motociclistas.

A repercussão à matéria foi positiva e vários e-mail’s foram enviados à Redação do Leopoldinense Online apoiando o resultado e incentivando a adoção do estacionamento rotativo nas ruas centrais de Leopoldina onde muitos carros ficam estacionados o dia inteiro, dando a impressão que pertencem a alguns comerciantes ou aos seus funcionários.  Alguns leitores enviaram fotografias ao jornal comprovando que carros e motos ficam estacionados irregularmente por todas as ruas centrais e as pistas de rolamento ficam  lotadas com carros gastando gasolina à procura de vagas para estacionar.

Outra observação também feita pelos leitores refere-se a outro abuso que vem se repetindo nas ruas centrais com o excesso de carros estacionados com o anúncio de ‘Vende-se’. Transformaram as ruas em vitrines de lojas de vendas de automóveis. Os vendedores chegam pela manhã bem cedo e estacionam os veículos anunciados só voltando para retirá-los no final do dia, se não houver contato de interessados. Na falta de vagas para estacionar alguns condutores, motoristas e motociclistas, estacionam seus veículos de forma irregular como registram as fotos que ilustram este texto.
Outras contribuições enviadas pelos leitores mostram como funciona o estacionamento rotativo em outras cidades. No final  de 2014, a Prefeitura de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul contratou, por meio de licitação, uma empresa especializada para explorar o estacionamento rotativo mediante a transferência do percentual de 15% do valor bruto arrecadado para a Prefeitura. De acordo com o leitor R. A. F., que enviou e-mail contendo a informação, lá em Santa Rosa a empresa foi responsável por contratar e treinar as pessoas que trabalham na Área Azul. O usuário, ao estacionar o veículo se dirige até um dos funcionários da empresa e escolhe o tempo necessário de estacionamento, efetua o pagamento correspondente e recebe um comprovante de tempo de estacionamento e valor pago pelo mesmo. Ainda de acordo com o leitor a internet banda larga tem sinal liberado em toda a Área Azul. Como a empresa utiliza de internet para o funcionamento dos equipamentos que emitem o comprovante de pagamento, esse sinal de internet é liberado para todos os usuários da área azul.


Sebrae ajudou empresa a desenvolver rotativo digital

A Agência Sebrae de Notícias distribuiu recentemente um release abordando o assunto e reconhecendo que  encontrar vaga para estacionar é um problema recorrente nas cidades de todo o país. Segundo o texto, com o aumento constante do número de veículos, não há vagas suficientes para atender os motoristas que circulam pelas ruas, e, somado a isso, a maioria das cidades não possui estacionamento rotativo. Foi pensando nisso que os sócios Júlio Figueiredo e Tarcizo José, da TI.MOB Tecnologia e Mobilidade, desenvolveram o rotativo digital, a primeira solução 100% digital para esse mercado.

Além de inovadora, a solução proporciona total comodidade e praticidade aos usuários. “O ponto de partida foi criar algo tão simples quanto vender uma recarga de celular. A diferença é que, em vez de comprar créditos para o celular, o usuário compra créditos para o seu veículo”, exemplifica o sócio Júlio Figueiredo. A oportunidade de negócio surgiu em 2012, ao visitar uma cidade que há dois anos não comercializava o rotativo. “A maioria das cidades não faz uso do rotativo, pois além de ser muito manual, tem enorme possibilidade de fraude e difícil gestão”, explica o sócio.

A funcionalidade é simples.  Primeiro, o usuário deve adquirir um adesivo nos pontos de venda espalhados pela cidade, como bancas, bares, farmácias e padarias; credenciar a placa do seu veículo e ativar o adesivo para uso. Em seguida, basta afixar o adesivo no vidro dianteiro do veículo e, a partir daí, comprar créditos e ativá-los sempre que estacionar nas vagas de rotativo.

Segundo o sócio, a empresa possui convênio com mais de 500 mil estabelecimentos comerciais. Além disso, os usuários podem comprar e ativar créditos de diversas maneiras. “Pelos pontos de venda, pela internet, pela central de atendimento e pelo aplicativo desenvolvido para android e iOS, como for mais fácil”, explica Júlio.

A fiscalização é feita por agentes de trânsito por meio de aplicativo para smartphone, que realiza a leitura do código de barras no adesivo e verifica se o veículo tem crédito ativo e situação regularizada para permanecer estacionado. A solução já pode ser comercializada e está em funcionamento na cidade mineira de Visconde do Rio Branco.

A TI.MOB participa do grupo de Mobilidade Urbana do Sebraetec, programa que visa incentivar as micro e pequenas empresas a investirem em inovação. Ao todo, foram R$150 mil em recursos destinados pelo programa, além de rodadas e encontros de negócios, missões empresariais, palestras e treinamentos. “O apoio do Sebrae foi fundamental para o desenvolvimento do nosso projeto. A presença em workshops nos aproximou de empresários e municípios mineiros e com o incentivo do Sebraetec pudemos melhorar e aperfeiçoar nossa solução”, relata Julio Figueiredo.

Câmara de Leopoldina tem projeto sobre estacionamento rotativo arquivado

E uma preciosidade chegou às nossas mãos: há bem pouco tempo tentaram reintroduzir o estacionamento rotativo em Leopoldina através de um projeto de lei enviado à Câmara Municipal de Leopoldina, no apagar das luzes do governo municipal encerrado em 2012. Ele chegou a ser distribuído à Comissão de Constituição, Legislação e Redação e morreu ali porque não haveria tempo hábil para concluir o ciclo de sua tramitação naquela legislatura e segundo a regra, projetos inconclusos numa legislatura são arquivados, o que não impede que ele seja reapresentado na atual legislatura e se alguém se interessar o jornal Leopoldinense tem uma cópia à disposição de quem se dispuser a ressuscitar o assunto.

Só para manter viva a memória, reproduzimos abaixo o resultado da enquete colocada à disposição dos leitores no período de 2 a 9 de maio.A pergunta da enquete foi:

O estacionamento rotativo resolverá o problema de fluxo de veículos no centro? 138 leitores responderam. Vejam o resultado:

Maioria dos leitores acha que hospital deve ser beneficiário do estacionamento rotativo

Na seqüência daquela enquete fizemos outra que ficou disponível para votação na semana compreendida entre os dias 9 e 15 de maio, com a indagação sobre a forma de exploração do serviço. O estacionamento rotativo deve ser explorado pela Prefeitura ou pela iniciativa privada?

A maioria dos leitores, dos 139 que votaram na enquete, entende que o estacionamento rotativo deve ser explorado pela Prefeitura com parte da arrecadação destinada ao hospital de Leopoldina. Eis o resultado:

 

 

 


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