20/07/2015 às 08h58min - Atualizada em 20/07/2015 às 08h58min

ONG conveniada com o poder público deveria cuidar de animais abandonados

Pelo menos é o que pensa a maioria dos que votaram na enquete promovida pelo Jornal Leopoldinense Online.

Luiz Otávio Meneghite

‘O que deve ser feito com animais soltos nas ruas?’ Este foi o título da enquete que ficou disponível para votação pelos leitores do Jornal Leopoldinense Online, no período de 11 a 18 de julho. 

Como sempre fazemos, aproveitamos as sugestões dos leitores para elaborarmos nossas enquetes. Esta foi inspirada na reclamação enviada à Redação pelo leitor Reinaldo Dugoni que se manifestou “indignado com tantos cães bem tratados e soltos pela cidade com aparências que sugerem que eles têm donos”, disse, complementando: “Todos os dias vou com a minha esposa para o trabalho de moto e depois de terem calçado a rua do Bahamas sempre passamos por lá pois o fluxo flui melhor. Na sexta-feira, 10 de julho,  por volta das 06h40min fomos cercados por uns 7 a 10 cachorros e um deles mordeu a perna dela. Mas, não é só lá que tem esses cães não, você passa por exemplo no centro da cidade bem cedo, eles cercam até carro e nós que utilizamos as motos temos que equilibrar para não cair e para não ser mordido”, relatou Reinaldo em seu contato com o jornal.

Cães ferozes estão atacando pessoas nas ruas de Leopoldina. (Foto Ilustração)

Em seu desabafo, o leitor solicitou providências às autoridades competentes: “Vocês que são os responsáveis, vamos parar de fingir que não vêem essa situação e fazer alguma coisa. É lamentável que isso aconteça na nossa cidade. Porque não e feito um recolhimento desses cães e levados para um abrigo onde possa ser feita a adoção?”, indagou Reinaldo Dugoni, lembrando que “há algum tempo atrás tinha um carro da prefeitura que andava com uma carrocinha recolhendo esses cães. É uma boa hora agora para voltar a recolher esses animais e arrumar um pátio bem grande, pois a quantidade de cães que tem soltos por ai e enorme”, finalizou.

O que deve ser feito com animais soltos nas ruas?

A enquete submetida à votação dos nossos leitores sob o título acima, teve um resultado onde 45% dos participantes sugerem que os cães devam ser recolhidos das ruas por uma ONG conveniada com o Poder Público. Em segundo lugar, com 31%, a sugestão é que os cães devam ser castrados. Apenas 15% acham que os animais devam ser recolhidos a um abrigo público e 9% acham que os donos desses animais devem ser identificados e multados.  O infográfico abaixo mostra o retrato da  enquete.

 

Promotor de Justiça vem cobrando soluções desde 2009

Não é de hoje que a Promotoria de Justiça do Meio Ambiente através de seu titular, Dr. Sérgio Soares da Silveira, vem cobrando da prefeitura de Leopoldina a responsabilidade pelos animais abandonados do município e a adequação do Canil Municipal a condições básicas para funcionamento adequado.

Em 2009, após acordo com o Ministério Público, foi improvisado um canil na área do antigo ‘Tiro de Guerra’ no bairro Limoeiro. O número de animais apreendidos era pequeno, não passando de uma dezena. Vistoria realizada pela Polícia Militar do Meio Ambiente em novembro de 2010 constatou que várias exigências não vinham sendo cumpridas, tais como número de compartimentos adequados para separação dos animais por sexo e dos animais doentes, acompanhamento mais freqüente de veterinário, criação
de projeto de esterilização e programa municipal de adoção de animais apreendidos entre outras medidas.

Depois de muitas cobranças e protelações por parte da prefeitura, algumas obras foram feitas no canil, o que melhorou seu aspecto, mas ainda longe do ideal. Um veterinário foi designado para fazer visitas duas vezes na semana ao canil e elaborar programa de esterilização. Pelo programa, seriam esterilizados, a principio, cinco animais machos por mês, podendo de acordo com a disponibilidade esse número aumentar. Ainda não conseguimos a informação se esse programa vem sendo seguido. Em 28 de junho de 2011, em audiência na Promotoria com representantes do município foi estabelecido prazo de 30 dias para a vinda de informações quanto ao projeto de adoção. 

Voluntários lutam contra abandono de animais na cidade

Luciano Baía Meneghite

Animais atendidos  são colocados para adoção

Morgana é a cadelinha que aparece na foto recebendo atendimento veterinário. Tempos atrás, ela foi atropelada e levada para a sede da AVAC - Associação dos Valentes Amigos dos Cães de Leopoldina. Lá foi cuidada e adotada por uma pessoa que logo em seguida abandonou-a novamente na sede da AVAC, doente, com pneumonia e bicheira no olho. Essa é apenas uma das histórias recentes que nos conta Eliléia Santos Correa, principal idealizadora e presidente da ONG.

Fundada em agosto de 2014, a entidade já acolheu mais de uma centena de cães e gatos que foram tratados e medicados. Através de campanhas de adoção, mais de 50 destes ganharam novos lares.  Anteriormente a fundação da ONG, Eliléia, junto a outros voluntários realizava com dificuldades um trabalho no canil municipal, localizado na estrada velha de Cataguases, próximo ao bairro Limoeiro. Hoje ela abriga em um sítio alugado, próximo à Toca do Vovô, cerca de 30 cães para adoção.

Segundo Eliléia, A AVAC não recebe nenhum tipo de subvenção governamental. Vive de contribuições através de brechós, rifas e doações. Entre os voluntários ela cita: Isabela, Sinara Montes,Vera Ribeiro, Jamile, Sidney, Aline, Izabel, Maura, Simone, Zé do Arreio, Clinica Center Vet e Pastor Ricardo.  

Eliléia lamenta, porém, que falte gente para o trabalho mais direto de limpeza e alimentação. Falta também um veículo para resgates.  “Sabe o que é ser protetor de animais? DESANIMADOR, DESGASTANTE, DOLOROSO!! Todos os dias quando eu acordo, me pergunto se é isso que eu quero. Por que eu continuo nadando contra a maré, andando contra o fluxo? Nós protetores, nós da AVAC e de todas as ONG's espalhadas por ai, resgatamos, damos a nossa cara pra bater, colocamos a mão na massa e não damos as costas. Só não podemos ficar com todos (infelizmente), não temos espaço e nem situação financeira pra isso, vivemos de doações.” Diz ela em um desabafo.

Telefones para contato com a AVAC: (32) 8862 0462 ou (32) 9142 7547

 

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »