22/07/2015 às 16h33min - Atualizada em 22/07/2015 às 16h33min

Beth Montenári

Arquivo de Leo Santana

 

Por Zezé

Elizabeth de Oliveira Montenári, nasceu em Leopoldina no dia 16 de julho de 1945 filha de Oldemar Montenári e Alayde Carvalho Montenári, como ela dizia “Nasci, ou melhor, renasci do amor de uma mulher fiel e de um homem abençoado”. Era uma criança esperta e saudável, que gostava de dançar, até que a poliomielite veio aos dois anos de idade e tirou os movimentos das pernas.  Muito criança, com pouco mais de três anos perguntou ao pai, espírita convicto e trabalhador incansável da Doutrina Espírita: – “Papai, porque Deus tirou as minhas perninhas eu gostava tanto de dançar? E o Sr. Oldemar respondeu: -” Minha filha, já vivemos em outros corpos, em outras vidas, através da reencarnação e numa destas você usou mal as suas perninhas, é a sua oportunidade de acertar.” Neste instante surgia uma obstinada defensora dos princípios básicos do Espiritismo e uma trabalhadora que deixou a sua marca pela maneira apaixonada que exercia todas as atividades no campo doutrinário.

Poetisa, oradora, pioneira no trabalho com os jovens, dedicada tarefeira na divulgação doutrinária, tendo permanecido no cargo de Diretora de Divulgação do Centro Espírita Amor ao Próximo por mais de vinte anos consecutivos e uma das responsáveis pela concretização e fundação do Centro Espírita Tintino Pires idealizado pelo seu pai e outros colaboradores, que desencarnou antes da construção da sua atual sede.  Uma das idealizadoras da COJEL Confraternização dos Jovens Espíritas de Leopoldina que acontece nos dias de carnaval e que inspirou a realização de encontros em todo o Brasil.

Elizabeth, conhecida e chamada carinhosamente de Beth, trabalhou também em toda a região e até mesmo em outros Estados, tendo colaborado para a fundação de Casas Espíritas em outras cidades com a sua experiência e coragem, como em Argirita, Piacatuba, Santos Dumont, Palma e implantado Mocidades Espíritas em outras casas espíritas pela capacidade de envolver e dar ao jovem a condição de ser protagonista dentro do Movimento Espírita em que estivesse inserido. Embora tenha cursado apenas o ensino fundamental, o antigo primário, escrevia e falava com maestria, sendo premiada por duas vezes no Concurso de Poesias Augusto dos Anjos, com as poesias Compromisso e Remanso. Compôs várias músicas entre elas o Hino do Centro Espírita Amor ao Próximo e da Fraternidade Espírita Cristã Seguidores de Jesus, sem nunca ter estudado música.

Possuidora de uma sensibilidade mediúnica e uma capacidade de compreensão dos dramas humanos conseguiu arrebanhar as criaturas mais sofridas, atormentadas por vícios e problemáticas sociais e familiares dentro do contexto espírita e fez de muitas delas trabalhadores (as) da própria Doutrina ou homens e mulheres com maior conscientização. Antes de desencarnar ainda deixou uma semente o LEAL – Lar Espírita André Luiz fundado em 04 de Setembro de 2002, justamente quando fazia dois anos da sua desencarnação, casa humilde, com bancos de madeira, pequenina e acolhedora, seria sempre a manifestação viva e calorosa de como o Espiritismo pode ser o Consolador, estas são palavras da própria Bete.

Esta aí Leo, algumas palavras sobre a minha mãezinha a quem devo tudo o que tenho e sou, de quem não esqueço o colo, os puxões de orelha, mas principalmente o exemplo e as sábias palavras, quem incentivou o meu trabalho na arte e as minhas escolhas de renúncia que muitos não entendiam, mas ela sabia o porquê, penso eu que com seus olhos grandes ela via a nossa alma.

 Fonte: https://elizabethmontenari.files.wordpress.com


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