01/08/2015 às 12h09min - Atualizada em 01/08/2015 às 12h09min

Othon Valentim carregará a Tocha Olímpica dos Jogos 2016 no percurso de Leopoldina

Em entrevista para o jornal Leopoldinense, o ex-jogador do Botafogo e da Seleção Olímpica Brasileira fala de seu orgulho em ter sido escolhido.

Márcia Vaz Barbosa - Jornalista
Márcia e Othon durante entrevista

A tocha dos Jogos Olímpicos Rio 2016 vai passar por 500 cidades do Brasil, sendo que 40 delas em Minas Gerais. Leopoldina foi escolhida dentre uma das cidades mineiras.

Todo o percurso foi montado sob a premissa do maior número possível de pessoas impactadas, dentro do período pré-estabelecido para a duração total do revezamento. A estimativa do Comitê Rio 2016, somando a população de todos os pontos de passagem da tocha, é que 90% dos brasileiros acompanhem o revezamento.

A jornada começa em maio de 2016 e irá durar entre 90 e 100 dias. Serão 12 mil condutores, cada um percorrendo cerca de 200 metros com sua tocha – o que é passado de uma para outra é a chama Olímpica, a mesma acesa ainda na Grécia. Serão 20.000 quilômetros por estradas e ruas brasileiras e mais 10.000 milhas aéreas sem que o fogo se apague.

O prefeito José Roberto de Oliveira  convidou o atleta leopoldinense Othon Valentim Filho para cumprir o percurso. O ex-jogador de futebol do Botafogo e da Seleção Olímpica Brasileira, que jogou ao lado de Nilton Santos, Manga, Amarildo, Zagalo, Quarentinha, Garrincha e Jairzinho, aceitou o convite. Em uma entrevista exclusiva ao Leopoldinense, Valentim declarou:

“É uma grande emoção, um sentimento misto de prazer, honra e felicidade ter o privilégio de carregar a tocha olímpica pela nossa querida Leopoldina. Esses sentimentos são potencializados pelo fato de eu ser mais que regionalista, um ferrenho bairrista, que gosta muitíssimo da sua cidade natal.

Desde muito cedo fui um apaixonado pelo futebol e torcedor do Botafogo sonhava em jogar nesse clube e na Seleção Brasileira. Sem me descuidar dos estudos, jogava bola todo o tempo que pudesse, tanto nas peladas de rua como no  Rosário Central e logo depois no Ribeiro Junqueira. Atualmente, ao proferir palestras para jovens atletas, incentivo-os a alimentar seus sonhos, a mentalizar o que querem da vida e do futebol e a não se descuidarem dos estudos, dos valores da família, da sua formação como cidadãos. 

 

Em 1961 o sr. Nilo Bastos me levou para treinar no Botafogo onde fui aprovado. Ali convivi quase que diariamente com os meus ídolos: Nilton Santos, Manga, Amarildo, Zagalo, Quarentinha e Garrincha, e treinávamos juntos duas vezes por semana. Em 1963 fomos campeões pan-americanos na Seleção Brasileira e  em 1964 campeões pré-olímpicos e participamos dos jogos olímpicos no Japão.

Em 1965, no segundo jogo inaugural do estádio do Mineirão, ganhamos da seleção mineira por 3x2 com um gol meu, outro do Garrincha e outro do Jairzinho. Após uma operação no joelho fui emprestado ao Junior de Barranquilla, Colômbia, onde joguei por 2 anos ao lado do Dida, grande ídolo do Flamengo e do Paulo Cesar Cajú, então com 19 anos e que mais tarde veio a ser campeão mundial pelo Brasil.Joguei então no Uberlândia, Internacional de Porto Alegre, no S.C. Bahia, no Goiânia, no Olaria e encerrei a carreira aos  27 anos de idade.

Formei-me em Educação Física em 1977 já estando trabalhando nas equipes de base do Botafogo. Nos anos seguintes trabalhei como treinador de goleiro, preparador físico e de auxiliar técnico na equipe profissional a qual assumi como treinador em 1981. Ao final desse mesmo ano, indicado pelo treinador da seleção brasileira Parreira, fui trabalhar no Kwait, daí convidado pelo Coutinho, (ex treinador da Seleção Brasileira), fui para  Arábia Saudita onde permaneci por vários anos até ir para os  Emirados Árabes Unidos. Voltei ao Brasil onde treinei o Joinville,  America mineiro, Botafogo, Fluminense,  Entrerriense,  Goiás,  Goiânia e o Atlético GO.

 

A foto é de 1984 e registra a comemoração da conquista de um campeonato nacional pelo S.C. Al Hilal,  na Arábia Saudita com entrega de troféus.

Atualmente um dos meus projetos é finalizar e fazer publicar ainda nesse ano, meu livro “A tática individual para o jogo coletivo: futebol de excelência'', o qual será acompanhado de um vídeo com todas as situações de jogo nele citadas de forma a não deixar dúvidas e nem possibilidade de contestações quanto às minhas afirmações nele colocadas. O cerne do livro se fundamenta em ‘como um time pode não sofrer gol possível de ser evitado e consegui-los pelas movimentações e posicionamentos cirurgicamente precisos e corretos’. 

Um segundo projeto é criar em Leopoldina uma escola de futebol diferenciada, que sirva de referência para todo o Brasil.

Minha família é ''de Leopoldina, felizmente é unida,  nos respeitamos e nos queremos, indo desde o amor fraternal até o carinho e a atenção dos meus queridos sobrinhos e sobrinhas, primos e primas. Minha mulher, meu filho, minhas duas filhas, minhas duas netas e meu neto completam o meu esteio."

“Eu, como tenho no coração minha Leopoldina e meu Botafogo, foi uma honra entrevistar este campeão na vida e no esporte, com  exclusividade para o jornal Leopoldinense”. (Márcia Vaz Barbosa)


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