02/10/2015 às 07h27min - Atualizada em 02/10/2015 às 07h27min

Grupo Zema vai desativar centro de distribuição em Leopoldina

Centro de distribuição de Leopoldina, inaugurado recentemente, recebeu aporte de R$ 25 milhões.

Michelle Valverde –Diário do Comércio
Inaugurado há poucos meses CD já vai fechar. (Foto: João Gabriel B. Meneghite)

O Grupo Zema, sediado em Araxá (Alto Paranaíba), decidiu desativar o Centro de Distribuição (CD) em Leopoldina, na Zona da Mata, que recebeu investimentos de R$ 25 milhões em sua construção. Além dos impactos negativos provocados pela crise econômica e pelo aumento dos custos, a aprovação do Projeto de Lei 2.817/15, que reajusta a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação Serviços (ICMS) incidente sobre diversos produtos comercializados pelo grupo e sobre a energia elétrica, tornou inviável a manutenção da unidade em funcionamento.

  “Estamos desativando o Centro de Distribuição de Leopoldina, que foi inaugurado recentemente. A empresa tem operado de forma sacrificada e com o aumento da carga tributária a situação ficou ainda mais difícil. No atual cenário, precisamos reduzir os custos de qualquer forma. E a notícia do aumento do ICMS não poderia ser pior, pois o impacto será nos custos com energia e nos produtos eletroeletrônicos, entre outros. Por isso, não descartamos novos ajustes. Nosso negócio foi profundamente impactado”, disse o presidente do grupo, Romeu Zema.

Segundo ele, a tendência é que, após a elevação do tributo, consumidores de muitos municípios onde a empresa atua migrem o consumo para cidades vizinhas. “Temos muitas lojas que estão perto da divisa com outros estados e o cliente terá mais faci lidade para comprar em São Paulo, Espírito Santo e Bahia, por exemplo, onde existem cidades quase geminada s com Minas”, diz ele .

Ainda conforme Zema, com o encerramento da atividade de distribuição em Leopoldina, o serviço será concentrado na unidade de Araxá, onde também está instalada a sede da empresa. Ao todo, serão eliminados 90 empregos diretos e mais de 30 indiretos. O CD de Leopoldina era responsável pelo abastecimento de 106 lojas localizadas em Minas, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

“Para os funcionários de Leopoldina estamos oferecendo a recolocação na unidade de Araxá. Com o os trabalhos serão ampliados, vamos contratar cerca de 30 pessoas”, afirma o empresário.

Zema, no entanto, não descarta a reabertura da unidade da Zona da Mata, o que será avaliado nos próximos anos, caso ocorra a recuperação da economia brasileira e as condições de manter a empresa em Minas Gerais se tornem mais favoráveis. “Mudando o cenário econômico, nossa ideia é, no f uturo, reabrir o CD. Não sabemos quando isso ocorrerá, porque já estamos registrando recuo nas vendas, teremos em 2016 uma olimpíada indigesta e o aumento do ICMS acabou sendo o estopim para o fechamento da unidade, explica o empresário.

Com a queda de 8% nas vendas entre janeiro e setembro, o Grupo Zema também optou pelo fechamento de 12 lojas distribuídas por todo o Estado, que não estavam gerando re ntabilidade e sem perspec tiva de melhora. Somente no m ês passado, a comerc iali zação f oi 17% menor.

“Diante da atual situação econômica, o consumidor praticamente reduziu as compras em todos os ramos, principalmente de eletrodoméstico, vestuário e veículos. Até o momento, as vendas caíram 8% quando comparadas com igual período de 2014. O mais grave é quando comparamos setembro com igual mês do ano passado a queda chega a 17%. A situação está se deteriorando. Por isso, optamos pelo fechamento de algumas unidades. Em 2015, abrimos 29 lojas, mas não temos planos de inaugurações e, provavelmente, te remos mais lojas fechadas”, diz o empresário.

De acordo com Zema, a expectativa é encerrar este exercício com resultados equivalentes aos de 2013. “Nós estamos trabalhando e vamos ficar felizes se alcançarmos os resultados de 2013. Vale lembrar que estamos recuando dois anos em resultado se o que vendemos não equivale ao aumento dos custos que tivemos nesse período. A c ada dia fica mais difícil fechar a conta. Esperamos que o governo do Estado faça ajustes, como todos os empresários e a população estão fazendo. Assim como no governo federal, na esfera estadual o que vemos é apenas o inchaço no quadro de funcionários”, reclamou.


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