06/11/2015 às 16h48min - Atualizada em 06/11/2015 às 16h48min

Índice pluviométrico em Leopoldina é preocupante

População clama por chuvas para aliviar sensação térmica escaldante, ajudar a agricultura e aumentar níveis de captação de água.

João Gabriel B. Meneghite
Estação de captação de água da Copasa na Serra da Vileta. (Foto: João Gabriel B. Meneghite)

A Chácara do Desengano S/A, instituição que mantém em sua sede um pluviômetro, equipamento que mede a quantidade de água de chuva, divulgou o índice pluviométrico parcial do ano de 2015 (clique aqui para ver) que mostra resultados preocupantes ao longo deste ano. O período considerado "época das águas", registra um número insignificante em relação à média de resultados anteriores.

Em outubro deste ano apenas 26,6mm foram registrados, sendo 18 mm apurados em um dia de temporal, ocorrido em 04/10. Com o tempo seco e calor escaldante, os moradores de algumas regiões do município demonstram preocupação com as chuvas, que alivia a sensação térmica elevada, contribui para atividades ligadas ao campo e para o aumento dos níveis da Estação de Captação de Água em Leopoldina.

Em contato com o jornal Leopoldinense o diretor da Chácara do Desengano, Paulo Cruz Martins Junqueira, demonstrou preocupação com os resultados: "É triste a tabela de medição das chuvas deste ano. Continuamos esperando em Deus", comentou. 

Previsão do tempo para Leopoldina nos próximos dias

Paulo salientou que nos registros apurados há de se considerar que o pluviômetro está instalado apenas em um local, pois o município de Leopoldina tem uma área total de 942,7 km², sendo considerado um dos maiores territórios de Minas Gerais e, por isso, há situações em que em determinadas áreas chove mais do que em outras.

Em locais onde há grande número de árvores, como é o caso da região de acesso à parte alta do bairro Vale do Sol, próximo ao Horto Florestal, a sensação fresca encanta quem passa por ali.  O arquiteto e engenheiro ambiental Ricardo Gouveia Martins, que mora nas proximidades comentou que há anos cuida com recursos próprios daquela região, que proporciona uma temperatura mais agradável. 

Em outras localidades na zona rural de Leopoldina, o clima fresco agrada quem vive em regiões próximas a matas, nascentes e várzeas.

No entanto, as poucas chuvas preocupam o homem do campo, como explicou o presidente da Cooperativa Agropecuária da Região Leste de Minas Gerais, Pedro Augusto Junqueira Ferraz, que também demonstrou preocupação com os baixos índices pluviométricos nos últimos dois anos. “Estamos vivendo uma escassez de água no sudeste brasileiro. Produtores estão transportando água para os animais, fatos inéditos na Zona da Mata”, traçou um panorama preocupante o presidente da Coopleste de Leopoldina.

Para Pedro Augusto, todos precisam se conscientizar sobre o uso adequado da água, que tende a ser cada vez mais escassa. Ele ressaltou que conservação da natureza, das nascentes e do meio ambiente de forma geral deve ser algo a ser cultivado pelo homem, que deve procurar conviver harmonicamente com as coisas naturais.

À beira de uma crise hídrica (clique aqui para entender), a população de Leopoldina ainda desperdiça água. Várias denúncias dão conta de moradores em diversas regiões da cidade não respeitam a escassez desses recursos naturais, desperdiçando em demasia. Com o volume reduzido da Estação de Captação de Água de Leopoldina, abastecido pelo Rio Pirapetinga, o município de Leopoldina ainda não conta com legislação específica para punir pessoas que desperdiçam água. No entanto o vereador Ivan Nogueira afirmou que ainda nesta segunda-feira entrará com um Projeto de Lei na Câmara Municipal de Leopoldina que poderá multar pessoas que desperdiçam água. “Tínhamos este projeto em vista desde 2014 e agora nosso propósito ganhou força com este momento delicado”, comentou o vereador.


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