23/12/2015 às 08h34min - Atualizada em 23/12/2015 às 08h34min

Câmara referenda nome de Mauro de Almeida Pereira ao Centro Cultural

Proposta foi de iniciativa do prefeito José Roberto de Oliveira em projeto de lei enviado à apreciação dos vereadores com aprovação unânime.

Luiz Otávio Meneghite
A Câmara Municipal de Leopoldina acaba de aprovar, por unanimidade, o projeto de lei de iniciativa do prefeito José Roberto de Oliveira, dando a denominação  de Mauro de Almeida Pereira, ao Centro Cultural a ser instalado no prédio público do antigo Fórum, localizado no centro de Leopoldina.


Depois de sua aprovação, o projeto foi encaminhado pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Ivan Martins Nogueira, para receber a sanção do prefeito José Roberto de Oliveira, transformando-se a partir de 16 de dezembro de 2015, na Lei nº 4.289, passando a ter validade após sua publicação na terça-feira, 22 de dezembro de 2015, na edição nº 1.649, do Diário Oficial dos Municípios Mineiros e no Portal do Município de Leopoldina.


Prefeito revelou homenagem durante lançamento de livros


O prefeito José Roberto ao lado de Maria José Bretas Pereira quando revelou a homenagem

Durante o lançamento dos livros "O Escrivão" e "Um Tabelião de muitos ofícios" , no dia 6 de novembro, na Casa de Leitura Lya Maria Muller Botelho, da escritora mineira Maria José Lara de Brettas Pereira, o prefeito José Roberto de Oliveira revelou  em seu discurso a sua intenção de homenagear a memória de Mauro de Almeida Pereira, dando seu nome ao antigo prédio do Fórum. Na ocasião ele lembrou não apenas a importância e a figura carismática do homenageado, mas da sua satisfação de ter apresentado à Câmara Municipal de Vereadores o nome de Mauro de Almeida Pereira para denominar o prédio do antigo Fórum, que em breve abrirá suas portas como mais um espaço dedicado à Cultura e à preservação da Memória Leopoldinense.

Um pouco da história de Mauro de Almeida Pereira

Nascido a 29 de dezembro de 1915 em Barbacena, faleceu a 21 de junho de 2001 em Leopoldina–MG, onde foi sepultado. Notário e genealogista, ele foi professor de Direito Usual e Práticas Jurídicas no curso para Contador, da Escola de Comércio Cel. Luiz Salgado Lima em Leopoldina. Colaborador dos jornais O Verbo e Voz da Cidade, de Recreio, e Gazeta, Ilustração e Encontro, de Leopoldina – sempre escrevendo artigos sobre a história desses municípios. É patrono da cadeira número 10 da Academia Leopoldinense de Letras e Artes. Associou-se ao Colégio Brasileiro de Genealogia. Autor de Os Almeidas, os Britos e os Netos em Leopoldina (1966 – Imprensa Oficial, de Belo Horizonte); Laços genealógicos (1971- edição particular); Notas Complementares – ao livro  “Os Almeidas…”(1972); Do Arraial do Feijão Cru ao Município e Comarca de Leopoldina (1984).

Mauro de Almeida Pereira, O “guardador” da história

Edson Gomes Santos
 
 ...“Seu” Mauro “Bretas”, meu pai pediu para o senhor reconhecer a firma dele neste documento.
Assim, passando-lhe o documento, recordo-me do meu primeiro contato pessoal com o Sr. Mauro de Almeida Pereira, casado com a Sra. Alzira Bretas, e pais de Luiz Celso e da (linda e simpática) Solange.
Antes, através do meu irmão mais velho, Reynaldo, contemporâneo do Luiz Celso, eu já ouvira na eletrola lá de casa algumas das óperas que tanto Sr. Mauro quanto Luiz Celso, A-D-O-R-A-V-A-M.   “O Barbeiro de Sevilha” é a que mais bem registrada ficou em minhas lembranças musicais.
Apesar da minha pouca idade, outras vezes voltei ao Cartório Bretas tanto para “mandados” de meu pai, quanto de vizinhos que os a mim solicitavam.
Numa dessas vezes deparei com Sr. Mauro examinando minuciosamente um daqueles grandes livros cartoriais e ante minha chegada, ele interrompe o exame para atender-me.
Atendido, comentei sobre as dimensões, peso do livro e a dificuldade de manuseio.
Ele, com todo aquele SEU SIMPÁTICO E LARGO SORRISO, prontamente respondeu-me “que o conteúdo daquele livro tinha registros da história leopoldinense” e, prontamente, convidou-me a também examiná-lo.
Abrindo aleatoriamente numa das páginas, começou a mostrar-me e “traduzir” para uma criança o que ali eram registrados: escrituras de propriedade, compra e venda de ESCRAVOS.
Após exames de algumas páginas e informações superficiais (entendíveis por uma criança), ele fecha o livro que examinávamos (e que ele me desculpe por minha então, infantil, pretensão) e, de frente para as estantes do Cartório, plenas e livros de registros diversos desde os anos de 1850, ele abre seus braços em 180 graus, e sentencia:
“Tudo que está registrado nestes livros é a História de Leopoldina, preservada para todas as gerações futuras.”
Aí entrou a observação de uma criança:
“Então, Seu Mauro, o senhor é o Guardador da História de Leopoldina?”
Sorrindo, ele me disse:
“Sim, com muita honra, sou um desses “guardadores da história”.


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