18/02/2016 às 08h15min - Atualizada em 18/02/2016 às 08h15min

Redução no número de professores prejudica APAE de Leopoldina

Comunidade escolar está aflita para que gestores estaduais se sensibilizem com o problema

João Gabriel Baia Meneghite
Enquanto os professores não são designados, profissionais da Secretaria de Assistência Social do município ajudam a ocupar o tempo ocioso dos alunos.
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Leopoldina está enfrentando um dilema que coloca em risco os trabalhos prestados a diversos assistidos.

Isso porque houve uma redução de mais de 60% dos professores que lecionavam na instituição. Em 2015 a APAE de Leopoldina tinha um total de dezoito professores, atualmente, apenas seis foram designados para a função de regente de turmas. 

Outros seis professores de regência de aulas, das áreas de português, matemática, geografia, história, artes e ciências devem ser designados, mas a indefinição tem deixado a comunidade escolar aflita.

Segundo a diretora Maria Célia Moraes Oliveira (Celinha), o número ideal de professores para atender a demanda seria de dezoito, o mesmo quantitativo do ano passado. Celinha explicou dois dilemas com os quais a instituição convive: o primeiro é que um aluno matriculado em outra unidade escolar, e que também é assistido pela APAE, não pode ser contabilizado como duas matrículas. Sendo assim, o quantitativo considerado pelo estado não está dentro da realidade da instituição, que mesmo assim, recebe de braços abertos os alunos.

Outra situação que aflige os alunos, pais, funcionários e colaboradores da APAE é a possibilidade do rompimento de vínculo da instituição com os alunos. Isto porque o seu percurso escolar é considerado pelo estado como encerrado após a sua formação no EJA – Educação de Jovens e Adultos.

Resumindo, a unidade atende um número de alunos superior ao que é considerado pelo Estado, acarretando na designação insuficiente de professores. A descentralização de recursos financeiros para a merenda escolar também fica prejudicada.

O jornal Leopoldinense entrou em contato com o Diretor Educacional da Superintendência Regional de Ensino de Leopoldina, professor Sidilúcio Ribeiro Senra, que estava viajando a serviço para Belo Horizonte. Em rápida conversa com nossa reportagem ele se demonstrou aberto ao diálogo, mas disse não ter conhecimento de recente demanda da APAE neste sentido.

Ele comentou sobre um acordo entre a Federação das Apaes do Estado de Minas Gerais e Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais com objetivo de discutir a parceria junto à Secretaria e as Apaes Mineiras sobre a cessão de profissionais às entidades. (clique aqui e veja na íntegra).

O documento prevê para o ano de 2017 a formação de um grupo composto por profissionais da Federação das Apaes de Minas Gerais, Secretaria do Estado de Educação, dentre outras entidades também parceiras do Estado, para melhor debater a respeito dos parâmetros da parceria firmada.

Para Antônio Oilian de Souza, pai de uma aluna, a apreensão é muito grande: “Esperamos uma ação mais efetiva do Estado para atender os anseios da APAE-LEOPOLDINA”, comentou.

A Diretora Maria Célia Moraes Oliveira disse à nossa reportagem que a solução para os problemas seria a aprovação do Plano de Atendimento que prevê um Projeto Educacional Especializado, contemplando a designação de mais professores, além de verbas específicas para o projeto.

Outro projeto inovador foi elaborado pela diretora da unidade de Leopoldina. O ‘EDUCAÇÃO PARA A VIDA’ que  visa melhorar a qualidade de vida desses alunos, buscando a independência dos mesmos. Com um modelo de uma casa, o aluno aprende a gerir a sua própria vida. São ministradas aulas de educação física, cultura, lazer, artesanatos, entre outros como a qualificação profissional.

O projeto já deu frutos e inseriu treze jovens no mercado de trabalho. No entanto, para o seu pleno funcionamento é preciso de apoio para prosseguimento. O Projeto foi protocolado no dia 18 de janeiro na Superintendência de Ensino e se aprovado junto com o projeto de Atendimento Educacional Especializado, seria uma salvação para a APAE de Leopoldina, afirmou a diretora.

O Ensino Médio e EJA – Educação de Jovens e Adultos para o ensino fundamental são custeados pelo Estado. Já a APAE mantém com os seus próprios recursos a educação infantil e de tempo integral, além do atendimento clínico que envolve médicos, terapeuta ocupacional, fisioterapia, psicólogo, fonoaudiólogo, assistência social e nutricionista.


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