Em discurso, Dilma disse que aceita discutir pactos que possam oferecer saídas para crise. "Eu quero um entendimento nacional, pois governo para todos. O pacto tem algumas condições: respeito ao voto, o fim das pautas bombas no Congresso, unidade pela aprovação de reformas, retomada do crescimento, preservação de todos os direitos conquistados e a necessária reforma política", afirmou.
Dilma destacou que nenhum pacto pode ser discutido se não respeitar os 54 milhões de brasileiros e brasileiras que votaram pela sua reeleição. "Devem ser respeitados os que não votaram em mim, mas participaram das eleições e acreditam nas regras da Democracia. Nenhum pacto sobreviverá se não tiver respeito pela Democracia", seguiu e completou: "muitos deles têm clareza da fragilidade do processo e defendem que eu renuncie. Não devo ser submetida a impeachment por um motivo muito simples: não cometi crime de responsabilidade", disse.
Dilma voltou a condenar o processo de impeachment como golpe, porque não há materialidade de crime por parte dela. "Tentar derrubar uma presidenta eleita sem que tenha cometido um crime de responsabilidade que justifique o impeachment é um insulto. É um insulto aos 110 milhões de brasileiras e brasileiros que reconhecem a eleição direta como maneira certa e legal", afirmou.
Dilma lembrou que não há na Constituição que o presidente da República pode sofrer impeachment porque o país passa por dificuldades na economia, ou porque sua popularidade está baixa. "Esta Lei Maior estabelece que um presidente da República, eleito pelo voto popular, governará desde a posse até o último dia do mandato", afirmou a presidente. "Uma lei não pode ser boa porque me beneficia, e se torna ruim porque beneficia o outro. Leis são a garantia de que podemos conviver em sociedade", acrescentou a presidente, aos gritos de "Dilma, guerreira da pátria brasileira".
"O preconceito, intolerância e violência não podem vencer! Queremos viver num país em q as diferenças são aceitas e direitos respeitados. O desprezo pelas diferenças está na origem do preconceito. O preconceito é o motivador da intolerância. A intolerância e o ódio não servem a um governo responsável. Tenho responsabilidade com o país e com a democracia. E intolerância e ódio não servem para um governo democrático", afirmou a presidente.