Robertson argumenta que Sergio Moro perdeu a imparcialidade para julgar o ex-presidente, entre outras razões porque o juiz atua como verdadeiro acusador, ao lado dos promotores. Isso contraria princípios universais do direito.
A petição foi apresentada hoje (quinta, 28) na sede do Comitê da ONU em Genebra (Suíça), pelos advogados Geoffrey Robertson e Cristiano Zanin.
Vídeo: Ricardo Stuckert
LEGENDA DOS DIREITOS HUMANOS
Geoffrey Robertson nasceu na Austrália em 1946 e reside em Londres, onde foi juiz por 17 anos e hoje e é um renomado advogado especializado em direitos humanos em cortes internacionais.
Ele já advogou para Julian Assange, fundador do Wikileaks, e para o escritor Salman Rushdie. Também representou a ONG Human Rihgts Watch contra o general chileno Augusto Pinochet. Atuou como juiz de apelações da ONU e foi membro do Conselho de Justiça das Nações Unidas entre 2008 e 2012.
Robertson atuou em muitos casos que estabeleceram importantes marcos na corte europeia de Direitos Humanos, inclusive no caso Hauschildt X Dinamarca, de 1998, no qual a corte europeia estabeleceu regras objetivas, a partir dos atos de magistrados, para determinar se um juiz é ou não é imparcial em relação ao acusado.
É fundador e um dos sócios do escritório Doughty Street, o maior da Europa especializado em Direitos Humanos, e professor visitante na Queen Mary College e no New College of Humanities.
Escreveu vários livros, entre eles Crimes against Humanity (The Struggle for Global Justice); The Tyrannicide Brief: The Story of the Man who sent Charles I to the Scaffold; An Inconvenient Genocide: Who Now Remembers The Armenians, e o livro de memórias The Justice Game.