04/09/2016 às 13h44min - Atualizada em 04/09/2016 às 13h44min

Bancários podem entrar em greve nesta terça-feira, véspera de feriado

As agências bancárias da região podem amanhecer fechadas nesta terça-feira, véspera de feriado nacional

Os bancários de diversos estados recusaram em assembleia na noite da última quinta-feira, 1º de setembro, a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e decidiram entrar em greve nacional a partir do dia 6 de setembro. A informação foi divulgada nos sites da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e da Conderação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec). 
 
O presidente do Sindicato dos Bancários de Cataguases e Região, José Antônio Silva, confirmou ao jornalista Marcelo Lopes a tendência de greve da categoria e prometeu divulgar uma nota oficial a respeito da mobilização nas cidades controladas por aquela entidade nesta segunda-feira, 5.
 
A proposta da Fenaban foi apresentada no dia 29 e ofereceu aos bancários reajuste de 6,5% no salário e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil, além de participação nos lucros e resultados (PLR). Segundo a Contraf, a proposta da entidade patronal não cobre a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano, e representa perdas de 2,8% para a categoria.
 
A Contraf pede, entre outras reivindicações, reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização.
 
A Fenaban foi procurada mas não foi encontrada para falar sobre a greve dos bancários. Em seu site, a entidade disse que a proposta enviada aos bancários "mostra o empenho dos bancos por uma negociação rápida e equilibrada, capaz de garantir a satisfação e o bem-estar dos empregados do setor em um momento de dificuldades e incertezas na economia brasileira."
 
Já a federação dos trabalhadores diz, também em seu site, que "o lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano".

Enquete do jornal Leopoldinense aponta que maioria dos leitores não aprova greve

Luiz Otávio Meneghite

Quase a totalidade das enquetes disponibilizadas pelo Jornal Leopoldinense Online, são sugeridas pelos nossos leitores através de contatos telefônicos, pessoais ou por e-mail. A que questionou se a greve em serviços públicos e bancos tem a aprovação dos leitores ficou disponível para votação de 17 a 24 de outubro de 2015, em plena greve dos bancários que chegou ao seu final com a maioria das reivindicações da categoria atendidas.

Os bancos, em sua maioria, vêm gradativamente diminuindo o número de funcionários, que estão sendo substituídos por máquinas, caixas eletrônicos e internet. A velocidade em que isto acontece é assustadora e chegará um dia que trabalharão nas agências bancárias apenas os funcionários encarregados de abastecer de dinheiro os caixas eletrônicos e outros serviços internos que não exige contato com o público. Este, por sua vez, vem cada vez mais utilizando cartões magnéticos e movimentação bancária online. Os donos dos bancos estão cada vez mais ricos.

Já os servidores públicos eram proibidos de promoverem greve até o ano de 2007, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a Lei de Greve do setor privado seria aplicada ao setor público, naquilo que coubesse, enquanto o Legislativo não normatizasse a matéria. A Constituição Federal garantiu o direito de greve ao servidor público, que até então era considerado um delito penal.

Em geral, o direito de greve é acionado quando patrão deixa de cumprir suas obrigações com o empregado. Durante a greve faz-se a interrupção do trabalho, em caráter temporário, até que as reivindicações sejam atendidas. Nem sempre se conquista o que é pleiteado.

Quando a greve é feita numa fábrica,  por exemplo, a perda da sociedade como um todo é pequena e o conflito fica limitado entre as partes patrão e empregado. Mas, quando a greve envolve serviços dos quais o público precisa, a coisa é diferente. Quem perde é o contribuinte, aquele que paga impostos, o verdadeiro patrão.

Fechar agências bancárias e repartições públicas onde os funcionários são pagos para prestar bons serviços ao público que paga impostos, taxas e tarifas sem perguntar a este mesmo público se ele aprova ou não, é temerário, pois pode amealhar antipatias para as respectivas categorias.

A enquete cujo resultado é mostrado no infográfico de João Gabriel Baia Meneghite, foi sugerida pelos nossos leitores, dos quais 118  responderam à questão em tela. É bom que reflitam sobre os números.


Fontes: Arquivo do jornal Leopoldinense, Site do Marcelo Lopes e Agência Brasil


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