06/09/2016 às 08h25min - Atualizada em 06/09/2016 às 08h25min

Parlamento Jovem chega ao final consolidado como projeto de transformação

Edição de 2016 traz resultados concretos nos municípios; participantes vão debater educação política no ano que vem.

Instalação do Parlamento Jovem em Leopoldina
Chegou ao final no dia 26 de agosto, em Belo Horizonte, a edição 2016 do Parlamento Jovem de Minas Gerais, com a realização da plenária estadual na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que resultou em ações concretas nos municípios, promoveu maior integração entre os participantes e fortaleceu a atuação regional.

De Leopoldina estiveram presentes as alunas Paola Cristina Silvestre de Assis, da Escola Estadual Emílio Ramos Pinto, Victória Macedo Ávila, do Cefet, Camila Ferreira Vieira de Rezende,do Colégio Equipe, representando todos  os alunos que participaram do Parlamento Jovem sem direito a voto e Valéria Équi Benatti Bartoli, representando a Câmara Municipal de Leopoldina.

Um documento final de alta qualidade, que reflete o esforço de formação dos estudantes. Assim foi avaliado o Parlamento Jovem de Minas, que teve o seu lançamento oficial em Leopoldina feito pelo presidente da Câmara Municipal de Leopoldina, vereador Ivan Martins Nogueira no dia 29 de março, às 19:00 horas, no Salão Nobre Antonio Sérgio Lima Freire(Serginho do Rock), ocasião em que foi feita uma palestra com o sociólogo Claudinei Santos Lima. O evento teve como parceiros institucionais a Assembléia Legislativa de Minas Gerais, a Escola do Legislativo, o Instituto de Ciências Sociais da PUC Minas, a Superintendência Regional de Ensino de Leopoldina e a própria Câmara Municipal de Leopoldina.

Victória Macedo Ávila, do Cefet Leopoldina, ao microfone no encerramento em Belo Horizonte
Representaram Leopoldina este ano do Parlamento Jovem alunos das escolas: Colégio Equipe de Leopoldina, Colégio Imaculada Conceição, Escola Estadual Emilio Ramos Pinto (Anexo), Escola Estadual Luiz Salgado Lima, Escola Estadual Marco Aurélio Monteiro de Barros (Providência), Escola Estadual Sebastião Silva Coutinho (Polivalente), Escola Estadual Professor Botelho Reis(Ginásio) e Cefet - Centro Federal de Educação Tecnológica.


O que é o Parlamento Jovem

O projeto visa à formação política e cidadã de alunos dos ensinos médio e superior e é desenvolvido em parceria com a PUC Minas e com câmaras municipais. Nessa 13º edição, o PJ Minas teve a participação de 43 municípios, nove a mais que no ano anterior, e discutiu a mobilidade urbana.

O documento final aprovado na plenária trouxe 12 sugestões de ações para os subtemas Mobilidade: participação e controle social, Trânsito e transporte, e Mobilidade e infraestrutura. O trabalho começou no ano passado, com a escolha do tema, e se desenvolveu ao longo de 2016, com etapas nos municípios e nos 12 polos regionais. Para além da formação dos estudantes, ações práticas foram tomadas nos municípios. Fernanda Freitas, da coordenação do projeto pela Escola do Legislativo da ALMG, cita experiências como uma mostra de maquetes com soluções para problemas de mobilidade, blitz educativa – com fotos de infrações de trânsito apresentadas aos infratores – e até mesmo a vivência do uso de cadeira de rodas por alunos sem deficiência. “A metodologia do projeto inclui o diagnóstico local, e os participantes têm que ir para a rua e também analisar as leis do município”, afirma.

A coordenadora do Polo Sul de Minas II, Cristiane Bindewald, de São Sebastião do Paraíso, também aponta ações desenvolvidas no município para o tema, segundo ela, “inicialmente assustador”. “Os estudantes se uniram ao movimento de mulheres e pediram o desembarque noturno seguro (no ponto mais próximo à residência do usuário). Isso virou lei e foi estendido a idosos e pessoas com deficiência”, aponta Cristiane. Ela também cita mudanças de comportamento no trânsito, além da criação da Comissão de Participação Popular na câmara local, por sugestão dos estudantes.

Jovens são protagonistas das mudanças

A formação e o empoderamento dos alunos, propiciados pelo PJ Minas, é outro destaque positivo. Victória Macedo Ávila, 17 anos, estudante de Leopoldina (Zona da Mata), também tem esse sentimento. “Fui coordenadora no município e relatora na regional. Pude mostrar meu potencial, ganhei voz e segurança”. Para Victória, o PJ Minas mostra uma “visão real” da política, que vai além, por exemplo, do que é visto na TV. “Percebi que ser político não é fácil, mas que a vontade de fazer e o caráter superam a questão partidária”, aponta.

Propostas refletem qualidade da formação

O interesse dos jovens pelo PJ Minas se traduziu também na participação nos cursos on-line, que tiveram mais de 3 mil inscritos nesta edição. Pela primeira vez, quatro cursos a distância foram obrigatórios para quem quisesse participar da plenária estadual. Essa formação fez a diferença, na visão de Karina Junqueira, da coordenação do projeto pela PUC Minas. “O documento final deste ano é um dos melhores, em conteúdo e em redação. O resultado dos cursos está na qualidade desse documento”, afirma. Karina cita propostas que envolvem temas difíceis como as parcerias público-privadas (PPPs) e a legislação sobre inclusão de pessoas com deficiência. “O texto mostra que eles se prepararam, estudaram e sabem o que defendem”, completa.

A coordenadora do Polo Norte e Jequitinhonha, Cristiane Nunes, vê o projeto se desdobrar, por exemplo, na criação de grêmios escolares e na transformação dos estudantes. Mas, ressalva que a obrigatoriedade dos cursos dificulta a participação de alunos da zona rural, onde o acesso à internet é mais difícil.Já Fernanda Freitas, da ELE, avalia que, neste ano, o processo de formação fez com que as informações chegassem de forma mais direta aos estudantes, até mesmo com a ajuda de infográficos e de entrevistas. “A autonomia dada aos coordenadores, para que se tornassem verdadeiramente gestores do projeto, também fez a diferença e ajudou a consolidar o modelo do projeto”, afirma. Ela cita ainda como pontos positivos o maior engajamento dos participantes com a sociedade, além do cumprimento do cronograma do projeto nas etapas municipais e regionais.

Educação política será tema em 2017

A edição do PJ Minas deste ano ainda será avaliada, mas os participantes já miram o tema de 2017, que será educação política. Em meio a discussões nacionais que envolvem, por exemplo, o projeto da “escola sem partido”, muitos aguardam uma edição polêmica e, consequentemente, rica. O tema foi eleito com 90 dos 110 votos. “São estudantes pedindo para aprender política na escola, como aprendem no Parlamento Jovem. Para eles, está claro que a educação é maior que os partidos”, opina Karina Junqueira, da PUC Minas.

Evolução – A gerente-geral da ELE, Ruth Schmitz, analisa que, pela primeira vez, o tema será mais amplo, filosófico, sem buscar resolver um problema específico. “Para mim, isso é uma evolução e aprofunda a dimensão conceitual do Parlamento Jovem, com um adensamento da reflexão política”, avalia. Ruth ressalta ainda que as conexões do projeto neste ano foram melhores, com grande apoio nas redes sociais.

O deputado Ulysses Gomes (PT), 1º-secretário da ALMG, também avalia que o PJ Minas se fortalece a cada ano. Ele representou o presidente Adalclever Lopes (PMDB) na plenária e comemorou a grande adesão dos estudantes e a priorização das propostas para a mobilidade urbana.“Isso demonstra a capacidade de inovação, decisão e a proatividade desses jovens que podem ser futuros agentes públicos. No ano que vem, vão se aprofundar na temática da educação política e se capacitarão ainda mais como cidadãos", prevê o parlamentar.

Fontes: Assembléia Legislativa de Minas Gerais e Câmara Municipal de Leopoldina, com fotos de Pollyanna Maliniak e Daniel Protzner


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