Depois de ser escolhido por Alckmin para ser o candidato tucano na disputa municipal em São Paulo, Doria provocou um racha na sigla e foi denunciado ao MP por Goldman e pelo senador José Aníbal (que no final do primeiro turno gravou depoimento em apoio ao candidato tucano) "por compra de votos" nas prévias tucanas. Como consequência da divisão interna, Andrea Matarazzo, um dos fundadores do PSDB, deixou a sigla, filiou-se ao PSD e disputou a eleição como vice na chapa da atual peemedebista Marta Suplicy.
A representação assinada por Goldman e Aníbal foi protocolada no MP no dia 29 de março. "Minha assinatura está lá e eu creio que houve mesmo este abuso", continuou o tucano. A entrevista foi concedida ao Estadão. Há alguns dias, em uma resposta a comentários dos leitores em seu blog pessoal, o ex-governador disse que não indicaria voto em Doria "de forma nenhuma" e falou ainda que ele era "uma desgraça para o partido".
2018
Goldman atribuiu a vitória de Doria a três fatores: o desejo majoritário do eleitorado em vencer o PT não apenas no maior colégio eleitoral do País, mas no Brasil inteiro; a aliança com um leque majoritário de partidos que garantiu ao empresário uma base de candidatos a vereador fazendo campanha em todos os cantos da cidade e um tempo maior de guia eleitoral no rádio e na TV; e o discurso de Doria, que vendeu a proposta do "não político" em um contexto de descrença na política por conta das descobertas de crimes de corrupção por parte da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).
Questionado se o apoio de Alckmin a Doria credencia o atual governador para ser o candidato da sigla à Presidência da República em 2018, Goldman disse: "Não vou minimizar o apoio de Alckmin, mas acredito que a vitória (de Doria) é resultado da soma desses fatores".
Para Goldman, São Paulo sempre tem um peso central na escolha do candidato ao Palácio do Planalto e, apesar de Alckmin "ser um nome sempre expressivo neste cenário", o vice-presidente do PSDB lembrou que o partido tem outros grandes nomes, como o do ministro das Relações Exteriores, José Serra, e do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).