15/10/2016 às 07h14min - Atualizada em 15/10/2016 às 07h14min

Leopoldina promoveu seu 2º Giroleite Sem Fronteiras

Evento contou com a participação do Secretário Estadual de Agricultura

Paulo Cruz Martins Junqueira (Foto: Kalon Moraes)

Pelo segundo ano consecutivo foi realizado nesta sexta-feira, 14 de outubro, em Leopoldina, o Encontro Técnico Giroleite Sem Fronteiras, uma promoção da Associação dos Criadores de Girolando Sem Fronteiras. O evento que foi muito prestigiado pelos produtores rurais e agropecuaristas da região desde sua primeira edição, foi realizado, no salão nobre Presidente Ronaldo Junqueira Reis, na sede da Cooperativa Leste, e contou com produtores e agropecuarista de várias cidades da região como Palma, Mar de Espanha, Cataguases, Muriaé, Astolfo Dutra, Além Paraíba, Juiz de Fora, Matias Barbosa, Volta Grande entre outras.

Além de contar com o apoio da Coopleste, o 2º Giroleite Sem Fronteiras, contou também, com as importantes parcerias da ACIL, Associação do Girolando, Sindicato Rural, Prefeitura, SENAR, Câmara Municipal, REAL H, IMA, EMATER, Mouragro, MSD Saúde Animal, EMBRAPA, SEMBRA, Alta Genetics, Ouro Fino, Hotel Minas Tower, entre outros colaboradores.

O evento que teve sua abertura as 08:00 horas, com um delicioso "leite" da manhã, contou também com a presença do Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, o agropecuarista João Cruz, que falou sobre facilitar a vida do produtor rural.   "Estamos trabalhando para facilitar a vida do produtor rural do nosso estado, nossa intenção é promover a desburocratização de serviços como; requerimentos e licenciamentos ambientais junto aos órgãos responsáveis, entre outros serviços como a emissão de GTA, que poderão ser feitos através da internet, no sistema on-line. Com certeza, além de adiantar a vida de todos, vai alterar a economia, pois será sem custo para o produtor. Outra boa notícia que o secretário João Cruz foi mensageiro é em relação a Mega Leite: o evento continuará a ser realizado na Capital Mineira, tanto em 2017, quanto em 2018", frisou João Cruz.

A mesa principal foi composta por Paulo Cruz Martins Junqueira, do Girolando Sem Fronteiras, Secretário de Estado, João Cruz, Secretário de Desenvolvimento do Município, Valter Matos, Vereador Jaques Villela, Presidente da Associação Comercial –ACIL, Luiz Claudio de Bastos Moura, o Diretor Regional da EMATER Paulinho Carvalho e Djanir Baquero, do Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável. O encontro aconteceu durante todo o dia, com palestras, debates, entre outros assuntos e trocas de ideias. Assuntos relevantes no dia a dia da propriedade e do produtor rural, como o Controle do carrapato e sua negativa influência na produtividade leiteira, Homeopatia, uma nova ferramenta para o Campo, Estratégias de aumento da produtividade, entre outras importantes evoluções que foram demonstradas durante toda esta sexta feira.

Em conversa com o produtor rural, criador de girolando e membro da Associação do Girolando Sem Fronteiras, Paulo Cruz Martins Junqueira, ele revelou a importância da criação no município de Leopoldina, da Associação do Girolando Sem Fronteiras. Veja abaixo um bate papo com o criador de girolando.  

Como surgiu a ideia de promover esse evento, e qual foi a necessidade de se promover este encontro pela primeira vez?

-A ideia de Encontros Técnicos veio porque sempre participo de eventos assim em outras regiões de Minas e do país e senti que poderíamos trazer para cá este modelo de disseminação do conhecimento. Nossa região carece de informações, pois temos muitos pequenos criadores que não tem condições de sair de suas propriedades atrás deste conhecimento técnico, de novidades, de informações que facilitam o trato diário da criação. Então, consideramos necessário iniciar este trabalho aqui.

Criar a Associação dos Criadores de Girolando em Leopoldina ajudou a impulsionar a raça no meio rural?

-Com certeza. Iniciamos a menos de dois anos com 16 associados de quatro cidades e, hoje, estamos com 33 associados de 11 cidades, além de integrarmos um grupo regional da Zona da Mata, o Circuito Fest Milk.

Além desse encontro, o que a Associação do Sem Fronteiras tem feito para democratizar essa raça produtiva entre os pequenos produtores?

-Fazer parte do Núcleo significa receber informações atualizadas de vários sites que tem como objetivo a disseminação da raça Girolando. Além disso, temos procurado trazer informações técnicas atualizadas e eu, particularmente, penso que o pequeno criador deve se agregar, se juntar, para ter uma força maior na atividade e na representatividade.

O que você acha que é preciso fazer para incentivar a criação do girolando, para aumentar a produtividade leiteira da região?

-Bem, esta resposta daria um livro. Assistência técnica profissional é fundamental, fazer parte de um grupo organizado como o Núcleo Sem Fronteiras ajuda muito, pois temos reuniões periódicas e estamos elaborando um planejamento para 2017 que vai trazer novidades amplas nesta questão. O Girolando é a raça natural para nossa região, em virtude das condições climáticas e geográficas.

Melhorando o rebanho leiteiro do município, você vê perspectivas de melhoras também  na economia local?

-Muito. Hoje, por exemplo, não temos nenhum trabalho com participação do poder público municipal neste segmento. Sei que o prefeito José Roberto, que é criador de Girolando, está prevendo para o orçamento de 2017 uma verba para desenvolvimento de programa de melhoria genética. Se conseguirmos agregar, e isso é muito importante, com planejamento e ação podemos melhorar muito a economia, pois só de leite em 2016, eu penso que teremos algo em torno R$ 80 milhões brutos. Sem investimentos públicos!!! Havendo a participação e o incentivo, com programas bem executados, esta produção pode crescer, no mínimo, 25 a 30% em dois anos...é muita coisa!

As Fazendas do BASA, localizada no município de Leopoldina, vem realizando um trabalho de melhoramento genético a partir do Gir leiteiro, você acha que esse já é um importante passo para a evolução do rebanho leiteiro da região? E também uma forma de nos tornar uma referência na reprodução de animais de alta lactação?

-A Fazendas do Basa já é um referencial para nós, para Minas Gerais e para o Brasil, Aliás, já extrapolou nossas divisas e tem trazido criadores de outros países a Leopoldina. E exportado matrizes espetaculares para a América Latina. Como é bom poder realizar sonhos, né...acho que o Evandro e toda sua competente equipe têm realizado os sonhos deles e de outros também.

O que você diria para o secretário de agricultura do município, em relação a esse trabalho de melhoramento genético, realizado aqui em Leopoldina?

-Eu digo sempre: precisamos de parceria com o poder público, um programa municipal. E vamos apresentar um modelo de sucesso, realizado em Rio Pomba, aqui pertinho, neste nosso 2º Encontro Técnico. E precisamos lutar por um curso superior para Leopoldina nesta área. Na minha opinião, o mais abrangente hoje é Zootecnia. Temos a fazenda da Epamig que sofre com falta de recursos. Penso, e já expus esta idéia ao Secretário de Agricultura de Minas Gerais, Dr. João Cruz Reis Filho, que acredito numa parceria da UEMG com a Epamig para viabilizar a implantação deste curso aqui. Precisamos do apoio de todos: criadores, cooperativas, vereadores, prefeito, deputados...precisamos conseguir isso! Seria uma mudança de paradigma, mas mudando com a perspectiva de trabalhar melhor o que é talento natural do nosso município.

Na sua opinião, qual o caminho para uma parceria com a Prefeitura, na produção desse Girolando Sem Fronteiras?

-É simples...um programa municipal, que envolva também as cooperativas, a Emater, o IMA, enfim, todos trabalhando juntos.Nosso objetivo está na disseminação e melhoria genética e de produção leiteira do Girolando, no entanto acredito que, além disso, devemos diversificar, olhando para a produção de frutas e seus subprodutos, capacitando pessoas e desenvolvendo o turismo rural, cujo potencial é imenso em Leopoldina, ou seja, agregando valor da porteira para dentro, criando emprego, renda e qualidade de vida. Mas, para isso, a área urbana também precisa estar preparada, valorizar os dons naturais do município, ter saneamento básico e, pensar, a médio e longo prazo no abastecimento de água e na qualidade de vida. Conheço muito bem o Brasil e alguns outros países e posso dizer que Leopoldina é uma jóia rara, um diamante que ainda tem muito a ser lapidado. Muitas cidades já se deixaram estragar. Aqui, ainda temos condições absolutas de manter a cidade como gosto de chamá-la: Princesa da Zona da Mata!






 


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