04/11/2016 às 21h30min - Atualizada em 04/11/2016 às 21h30min

Dilermando Cruz

Por Natânia Aparecida da Silva Nogueira
Academia Leopoldinense de Letras e Artes

Dilermando Martins da Costa Cruz nasceu em Leopoldina no ano de 1879. Localizado na Zona da Mata mineira, o município de Leopoldina havia conquistado um grande destaque na região e no Estado, graças à prosperidade proporcionada pela produção cafeeira. Tanto durante o império, quanto na Primeira República, Leopoldina acenava como um importante centro econômico.

Em Leopoldina, Dilermando foi introduzido nas primeiras letras e, mais tarde, foi enviado para a cidade de Ouro Preto, para estudar no Colégio Mineiro. De lá, foi transferido para Barbacena, prosseguindo os estudos no Ginásio Mineiro de Barbacena. Formou-se em Direito. Foi jornalista, advogado, delegado de polícia no Distrito Federal (1917), Curador de Massas Falidas no Rio de Janeiro (1926).

Fundou e dirigiu, em Leopoldina, o Jornal Folha do Leste, que circulou na cidade durante dois anos. Mudou para Juiz de Fora no início do século XX, onde fundou o jornal o Correio da Tarde, em 1906, do qual foi proprietário e diretor.

Participou de outro periódicos como a revista O Mensal, em Barbacena o Pharol, de Juiz de Fora. Escreveu para jornais importantes do Rio de Janeiro, como O País, a Gazeta de Notícias. Foi um dos primeiros a abrir espaço em suas colunas para a literatura.

Como poeta, publicou Primeiras Rimas (1896) e Diáfanas (1908). Em prosa, publicou as Palestras Literárias. Deixou um romance O Anacoreta, inédito. Mas foi em Bernardo Guimarães (1911), perfil bio-biblio-literário, sua obra mais citada e discutida no meio literário. Em sua segunda edição, publicada em 1914, Dilermando resgata o drama A Voz do Pajé, transcrito na íntegra.

Dilermando foi um dos fundadores da Academia Mineira de Letras, no ano de 1909, em Juiz de Fora. Pertenceu à primeira diretoria, eleita em 25 de dezembro daquele mesmo ano e presidida por Eduardo de Menezes, sendo escolhido membro da Comissão de Contas, da qual também faziam parte Estevam de Oliveira e Luiz de Oliveira.

Dilermando ocupava a cadeira número 15, cujo patrono era ninguém menos do que Bernardo Guimarães. Dilermando veio a falecer em 1935. Atualmente a cadeira é ocupada por Bonifácio José Tamm Andrada.


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