Em reunião realizada nesta sexta-feira (11/11/16), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou parecer que não autoriza processo judicial contra o governador Fernando Pimentel. O pedido de autorização veio do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por meio de ofício que trata da admissão da acusação contra o governador Fernando Pimentel em ação penal naquela corte.
A aprovação do parecer, de autoria do deputado Rogério Correia (PT), aconteceu após cinco horas e meia de debates entre parlamentares da oposição e da bancada governista. Foram rejeitados requerimentos da oposição para votação nominal, retirada do ofício da pauta e adiamento de votação. A cada requerimento votado, a oposição se valeu das regras regimentais para se pronunciar, prolongando a reunião.
Coube ao deputado Bonifácio Mourão (PSDB) iniciar o processo de obstrução conduzido pela bancada de oposição. O deputado argumentou que impedir a abertura de processo judicial contra o governador é um desrespeito ao artigo 92 da Constituição Estadual, que, em sua interpretação, não prevê necessidade de autorização legislativa para admissão de denúncia contra o chefe do Executivo em caso de crime comum.
Mourão lembrou que, em toda a história brasileira, apenas o Estado de Rondônia autorizou processo contra o governador, mesmo assim porque ele estava rompido com os parlamentares. “Isso é a consagração da impunidade para o governador”, afirmou o deputado oposicionista. Logo em seguida, suas palavras foram endossadas pelo deputado Felipe Attiê (PTB), que classificou de “pizza” o rito adotado pela ALMG para votar o ofício do STJ.
O líder do Governo, deputado Durval Ângelo (PT), afirmou que o comportamento da oposição sugere que ela procura prolongar o processo de votação do ofício do STJ a fim de desgastar Pimentel. Ele argumentou que o rito de votação da matéria foi definido pela Mesa da Assembleia, onde a oposição está representada, e foi aprovado por unanimidade.