10/04/2017 às 09h39min - Atualizada em 12/04/2017 às 07h04min

Projeto de alunos do Cefet faz com que movimento dos olhos operem dispositivos eletrônicos

A criação de uma interface traduz o movimento ocular em informação útil para um programa de computador.

Assessoria de Comunicação do CEFET
Uma câmera realiza a captura da imagem do olho do usuário e, utilizando técnicas de visão computacional e de inteligência artificial, é capaz de determinar a direção na qual o usuário está olhando e, com isso, ele poderá operar uma série de aparelhos eletrônicos a partir de um menu. O que parece uma cena de série de ficção científica, na verdade, é um projeto desenvolvido por professores e alunos do CEFET-MG em Leopoldina.
 
O trabalho, intitulado “Interface homem-máquina através do movimento dos olhos”, consiste na criação de uma interface capaz de traduzir o movimento ocular em informação útil para um programa de computador, que permite a tomada de atitudes por pessoas com deficiência motora de acordo com a informação recebida pela interface, ou seja, a pessoa torna-se capaz de operar, apenas com o movimento dos olhos, uma série de dispositivos eletrônicos.

Desenvolvido entre 2014 e 2016 pelos estudantes Gabriel Machado, Larissa Ferreira e Thaís Marins, do curso técnico em Informática Industrial, com a coordenação dos professores Jerônimo Penha e Maicon Stihler, o projeto foi pensado como uma alternativa mais acessiva de controle de dispositivos eletrônicos. Após algumas tentativas com outros métodos, ficou decidido que o mais viável seria determinando a direção do olhar do usuário, pois isso permitira seu uso por quase todas as pessoas, independente de sua limitação física.

Segundo o coordenador do trabalho, prof. Jerônimo, existe uma grande quantidade de dispositivos eletrônicos no mercado, mas poucos são acessíveis a uma parcela da população que tem necessidades especiais. “Assim, desenvolver uma tecnologia capaz de tornar a comunicação entre o homem e estes dispositivos mais simples e intuitiva pode ser considerado algo de grande importância para o aumento da acessibilidade no mundo contemporâneo”, complementa.

Ainda de acordo com o professor, a pesquisa apresenta um viés teórico-prático, uma vez que já existe um protótipo em funcionamento, capaz de definir posições simples dos olhos de uma pessoa, como cima, baixo, esquerda e direita. “Além de se tratar do desenvolvimento de uma interface e de um sistema para realizar a detecção da direção do olhar em tempo real, o projeto também representa a possibilidade de criação de uma série de aplicações práticas em conjunto, tais como automação residencial e uso do computador”, finaliza. 

A interface já foi apresentada na Feira Estadual de Ciência e Tecnologia 2016 (FECETE), ficando em primeiro lugar da categoria de Engenharias, além de conquistar o destaque em Iniciação Científica (ABRIC) e o destaque em Criatividade e Inovação (Sanders Medical). Também foi indicada a participar da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), maior evento nacional de estímulo ao jovem cientista, que aconteceu, neste ano, entre os dias 21 e 23 de março, na USP.


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