17/04/2017 às 19h46min - Atualizada em 17/04/2017 às 19h46min

Cubanos do Programa Mais Médicos podem deixar Leopoldina

Os médicos cubanos Lázara Milagros Velasco Gomes, Marlene Muniz Tamaio e Oleski Savala, atendem ao Programa Saúde da Família em Leopoldina

Luiz Otávio Meneghite
Os médicos cubanos Lázara Milagros Velasco Gomes, Marlene Muniz Tamaio e Oleski Savala. ( Foto: Kalon Moraes)
A Secretária Municipal de Saúde, Lúcia Helena Fernandes da Gama, confirmou ao jornal Leopoldinense que os três médicos cubanos integrantes do ‘Programa Mais Médicos’, que trabalham em Leopoldina podem deixar a cidade a partir do mês de maio.

São duas mulheres e um homem, Lázara Milagros Velasco Gomes, Marlene Muniz Tamaio e Oleski Savala, que estão lotados em unidades básicas de saúde do Programa Saúde da Família. O jornal Leopoldinense apurou que todos os três já participaram de outras missões voluntárias em países como Venezuela e Angola. Em Leopoldina, os médicos cubanos não ocupam lugares de médicos brasileiros e suprem vagas onde se tinha encontrado dificuldade de permanência de profissionais locais.

Segundo a Secretária Municipal de Saúde de Leopoldina, Lúcia Helena Fernandes da Gama, as primeiras informações que ela recebeu dão conta de que a médica LázaraMilagrosVelascos Gomes pode deixar Leopoldina no próximo mês de maio e o médico OleskiSavala no mês de junho. A Secretária não mencionou a médica Marlene Muniz Tamaio, mas o jornal Leopoldinense apurou que ela deve permanecer no Brasil uma vez que teria contraído matrimônio com um brasileiro em Leopoldina.

A saída dos médicos cubanos já estaria prevista para após três anos da chegada deles a Leopoldina, segundo o acordo firmado entre Cuba e o Brasil, quando eles seriam substituídos por outros profissionais. A chegada dos cubanos a Leopoldina ocorreu em 22 de abril de 2014.

Cuba cancelou a vinda de outros médicos

Cuba cancelou o envio de 710 médicos para o Brasil, previsto para este mês. A suspensão se deu, conforme ofício enviado ao governo brasileiro, devido ao possível descumprimento de termos do acordo de cooperação. Em nota enviada à imprensa, o Ministério da Saúde diz que poderá enviar a Cuba uma delegação brasileira para esclarecer os questionamentos do governo cubano.

O Brasil recebeu na última quinta-feira, 13 de abril, por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a solicitação de uma reunião de representantes brasileiros e cubanos para tratar do programa Mais Médicos.

Segundo o governo cubano, o cancelamento do envio se deu pelo aumento de ações judiciais impetradas por médicos cubanos vinculados ao programa e sua contratação direta pelo Ministério da Saúde, determinada por liminares. Essa situação, segundo o texto do ofício, não estaria em conformidade com o acordo firmado.

Cubanos no Mais Médicos

Quando o Mais Médicos foi lançado, em 2013, a maciça presença de médicos cubanos foi duramente criticada pelas entidades médicas brasileiras. Um dos motivos foi o fato de estes profissionais não terem registro nos conselhos regionais de medicina do Brasil. Além disso, os vencimentos deles são pagos ao governo cubano, que repassa ao profissional um valor menor do que o recebido por outros participantes do programa.

Porém, apesar de os editais do programa sempre priorizarem a contratação de brasileiros, a maior parte das vagas, muitas localizadas em áreas carentes e de difícil acesso, como Distritos Sanitários Indígenas, não atraía o interesse de profissionais brasileiros. Desde 2015, o governo tem apostado em novas estratégias para que os brasileiros participem do Mais Médicos.

Em janeiro deste ano, pela primeira vez, além da reposição de rotina, foram disponibilizadas vagas antes ocupadas por profissionais cubanos, que vieram ao Brasil por uma cooperação intermediada pela Opas. Segundo balanço do início deste ano, das 18.240 vagas do programa, 62,6% são ocupadas por cooperados cubanos, 29% por brasileiros formados no Brasil e 8,4% estrangeiros e brasileiros formados no exterior.

A meta do governo federal é substituir 4 mil médicos cooperados por brasileiros em três anos e, assim, reduzir de 11,4 mil para 7,4 mil participantes cubanos. A expectativa é chegar a 7,8 mil brasileiros no Mais Médicos, representando mais de 40% do total de profissionais.

Os médicos cubanos em Leopoldina

Na ocasião da chegada dos médicos cubanos a Leopoldina no dia 22 de abril de 2014, a secretária Lúcia Gama contou ao jornal Leopoldinense que, o que ouviu dos três médicos durante a viagem para Leopoldina, a deixou entusiasmada. “É tudo o que sonhei para o Programa Saúde da Família em Leopoldina. Acredito, disse Lúcia, que a maior parte dos nossos problemas no setor serão resolvidos com esses profissionais

Na mesma ocasião, o Prefeito José Roberto também falou da chegada dos médicos cubanos: “É com grande satisfação que recebemos os três médicos, dentro do programa do Governo Federal e vamos dar toda assistência necessária, para o bom desempenho destes profissionais, priorizando cada vez mais, uma saúde melhor para os leopoldinenses”, finalizou.

O jornal Leopoldinense apurou que em todas as Unidades Básicas de Saúde de Leopoldina atendidas pelos médicos cubanos, o resultado é satisfatório e aprovado pelas comunidades onde eles atuam e é grande a expectativa sobre a substituição desses profissionais.


Fontes: Ministério da Saúde, Arquivo do jornal Leopoldinense e jornal O Estado de São Paulo
 


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