03/11/2018 às 13h04min - Atualizada em 05/11/2018 às 13h04min

Com 18.404 votos recebidos em Leopoldina, Romeu Zema tem uma dívida com o município

Agora, eleito governador, chegou a hora dele consertar o que tanto criticou no Governo do Estado, que justificou a sua decisão de fechar o Centro de Distribuição de Leopoldina.

Edição> Luiz Otávio Meneghite
CD da Zema durou pouco tempo em funcionamento e está fechado (Foto: João Gabriel Baía Meneghite)
O Governador do Estado de Minas Gerais, eleito para o mandato 2019/2022, Romeu Zema (NOVO) que obteve 11.834 votos no primeiro turno em Leopoldina, o equivalente a 46,93% dos votos válidos, recebeu 18.404 votos no segundo turno, o equivalente a 75,39% dos votos válidos.Chegou a hora dos eleitores, através das autoridades municipais constituídas através do voto popular, cobrarem dele uma grande dívida contraída com o município de Leopoldina: a reativação do Centro de Distribuição fechado pouco tempo após sua inauguração deixando desempregadas cerca de 96 pessoas.

No dia 02 de outubro de 2015, o Jornal Leopoldinense noticiou com grande tristeza que o Grupo Zema, decidiu desativar o Centro de Distribuição (CD) em Leopoldina, que recebeu investimentos de R$ 25 milhões em sua construção. A matéria publicada mostrou que além dos impactos negativos provocados pela crise econômica e pelo aumento dos custos, a aprovação do Projeto de Lei 2.817/15, que reajustou a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação Serviços (ICMS) incidente sobre diversos produtos comercializados pelo grupo e sobre a energia elétrica, tornou inviável a manutenção da unidade em funcionamento.


Romeu Zema Neto
(Foto Paulo Filgueiras EMD.A.Press)

Veja o que disse Romeu Zema na ocasião do fechamento do CD de Leopoldina

Em entrevista concedida na ocasião à jornalista Michele Valverde, do Diário do Comércio, de Belo Horizonte, o empresário Romeu Zema justificou:“Estamos desativando o Centro de Distribuição de Leopoldina, que foi inaugurado recentemente. A empresa tem operado de forma sacrificada e com o aumento da carga tributária a situação ficou ainda mais difícil. No atual cenário, precisamos reduzir os custos de qualquer forma. E a notícia do aumento do ICMS não poderia ser pior, pois o impacto será nos custos com energia e nos produtos eletroeletrônicos, entre outros. Por isso, não descartamos novos ajustes. Nosso negócio foi profundamente impactado”, disse o presidente do grupo, Romeu Zema.

Segundo ele, a tendência é que, após a elevação do tributo, consumidores de muitos municípios onde a empresa atua migrem o consumo para cidades vizinhas. “Temos muitas lojas que estão perto da divisa com outros estados e o cliente terá mais facilidade para comprar em São Paulo, Espírito Santo e Bahia, por exemplo, onde existem cidades quase geminadas com Minas”, diz ele na ocasião.

Ainda conforme Romeu Zema, com o encerramento da atividade de distribuição em Leopoldina, o serviço seria concentrado na unidade de Araxá, onde também está instalada a sede da empresa. Ao todo, serão eliminados 90 empregos diretos e mais de 30 indiretos. O CD de Leopoldina era responsável pelo abastecimento de 106 lojas localizadas em Minas, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Romeu Zema, no entanto, não descartou a reabertura da unidade da Zona da Mata, o que seria avaliado nos próximos anos, caso ocorra a recuperação da economia brasileira e as condições de manter a empresa em Minas Gerais se tornem mais favoráveis. “Mudando o cenário econômico, nossa ideia é, no futuro, reabrir o CD. Não sabemos quando isso ocorrerá, porque já estamos registrando recuo nas vendas, teremos em 2016 uma olimpíada indigesta e o aumento do ICMS acabou sendo o estopim para o fechamento da unidade”, explicou o empresário.
 


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