15/02/2020 às 12h08min - Atualizada em 15/02/2020 às 12h08min

Gilmar Ribeiro compõe samba para o Bão Igual Bosta

O músico leopoldinense radicado do Rio de Janeiro já tocou com grandes nomes do samba

Luciano Baía Meneghite
O músico e compositor leopoldinense Gilmar Ribeiro, depois de alguns anos sem participar do carnaval da cidade, em 2020 resolveu vir para Leopoldina e presentear o bloco caricato Bão Igual Bosta com um samba. A composição simples e de fácil assimilação foi gravada a poucos dias do carnaval, mas tem tudo para pegar.

 Confira:



   
Arranjo,direção musical,cavaco,técnico de gravação: Ricardo Tritany


Um pouco sobre Gilmar

Nascido a 04 de junho de 1962 em uma família com gosto pela música, Gilmar Ribeiro da Silva desde pequeno em Leopoldina tocava com conhecidos músicos do alto dos Pirineus, como Jorge Cego, Gilberto, Getulinho.

“Ficávamos na casa do Jorge tocando e as pessoas ouvindo e curtinho. Era legal essa época. Aí quando eu vim pro Rio a coisa ficou mais séria, mas esse tempo aí serviu de aprendizado e hoje eu tenho o Jorge como meu grande professor, pois aprendi a tocar pandeiro vendo ele tocar e achava super difícil, mas consegui aprender rápido num pandeiro velho de uma coroa.” Diz Gilmar.


Gilmar (pandeiro) e amigos em batucada na Praça do Urubu na década de 1980

A mudança para o Rio ocorreu em janeiro de 1980.  Seu primeiro grupo foi o Sambrincando e logo de cara foi fazer um show com o compositor Noca da Portela, que mais tarde descobriu se tratar de um conterrâneo. Na década de 1990, Junto com o jornalista Luiz Otávio Meneghite, hoje editor do Leopoldinense, Gilmar intermediou a vinda de Noca à Leopoldina, ocasião em que este foi homenageado com a Medalha do Mérito Leopoldinense por indicação dos vereadores Iolanda Canguçu e José Dimas de Souza. 


Na homenagem a Noca da Portela na Feira da Paz  (Jornal Equipe)

Desde sua ida para o Rio, Gilmar não parou mais com a música, fazendo parte de outros grupos, como o “Cabeça de Nêgo”. Com o ator escritor e produtor Haroldo Costa realizou apresentações para turistas em diversos hotéis, Morro da Urca e no navio Bateu Mourche, que naufragaria tempos depois.

 Mais tarde trouxe para o Rio o sobrinho Ricardinho e o amigo Luiz Silva “Dinho”.

“Eles tocaram comigo no grupo Roda de Bamba. Toquei na primeira gravação, fazendo parte da banda do disco que o Zeca Pagodinho fez, "Quintal do Zé", onde conheci todos os compositores dele e até hoje sou amigo de alguns.”  Conta Gilmar.


Com o sobrinho Ricardo e Dinho, num encontro com o saudoso Almir Guineto e Arlindo Cruz

“A música me levou a lugares que eu pensava que não conseguiria chegar. Em 2003 fiz uma viagem pra França, Bélgica e Holanda colocamos o nome do grupo de 'Água de Beber, sendo que na França fiz um workshop de samba em Lyon, foi um experiencia muito boa e fizemos várias apresentações por lá.” Afirma o músico.

Gilmar participou junto com Meco, irmão de Zeca Pagodinho do início do samba Renascença, hoje dos mais tradicionais do Rio, em que convidavam sambistas como Almir Guineto, Jorge Aragão, D. Ivone Lara, Arlindo Cruz, entre outros.

Durante seis anos tocou na feijoada do Salgueiro, acompanhando figuras como Alcione, Diogo Nogueira, Mumuzinho (Ainda iniciante), Mauro Diniz, Arlindo Cruz, Bebeto.

“Nesse trabalho no Salgueiro eu tocava com o grupo Terno de Cambraia. Sempre tive a sorte de tocar com músicos muito bons e isso me deu um grande aprendizado.” diz ele. 

Outro aprendizado que Gilmar diz ter tido foi tocar seresta e chorinho com músicos  mais velhos, conseguindo o respeito deles por tocar com educação.


Com os saudosos Nadinho da Ilha  e  D. Ivone Lara

 Hoje em dia, Gilmar toca com Naná no grupo Capim Guiné. Com apresentações no Rioscenarium, Sarau na Lapa e em festas de empresas, entre outros eventos. Apresenta-se também como freelance no grupo "Na linha do Mar", que admira muito.

 “Graças a Deus tenho uma história musical muito boa e por onde eu passei só deixei amigos e trouxe comigo aprendizado e o prazer de tocar alguns instrumentos. Pude também honrar nossa cidade com muita humildade, pois sempre fiz questão de falar que sou mineiro de Leopoldina. Finaliza Gilmar.




Grupo na Linha do Mar no restaurante Rayz em Ipanema

Com a mãe D. Andrelina e os irmãos, entre eles os também músicos/sambistas Dilson e Carlinhos


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