29/02/2020 às 12h06min - Atualizada em 29/02/2020 às 12h06min

Pré-candidato a prefeito Rodrigo Pimentel concede entrevista exclusiva ao jornal Leopoldinense

Conteúdo está sendo publicado simultaneamente nas versões online e impresso que pode ser adquirido nas bancas de jornais.

Luiz Otávio Meneghite
Rodrigo Junqueira Reis Pimentel
Debater os problemas do município e apontar soluções para os mesmos foi o foco da entrevista com o pré-candidato a prefeito de Leopoldina, Rodrigo Junqueira Reis Pimentel, 37 anos, nascido em Leopoldina, filho da ex-professora Vania Junqueira Reis Pimentel e do criador de frangos aposentado Marcos Aurélio Alvarenga Pimentel (Pachá). Casado com Cecília Fontes de Matos Pimentel e pai do pequeno Matheus, Rodrigo viveu toda sua infância e juventude em sua terra natal. Na vida adulta iniciou seus estudos em Leopoldina e posteriormente formou-se e especializou-se em Direito na cidade de Belo Horizonte. Em 2010 optou por regressar à cidade que tanto ama para abrir seu próprio escritório de advocacia e constituir sua família. Desde 2011 faz parte do seleto corpo docente das Faculdades Doctum de Leopoldina, instituição onde passou a exercer, desde maio de 2019, a desafiadora função de Diretor Geral. Na política, o neto do ex-prefeito Wilson Pimentel, foi vereador na legislatura 2013/2016, tendo seu trabalho de oposição crítica reconhecido pela população. Nas eleições de 2016 compôs como vice-prefeito na chapa encabeçada pelo então vice Breno Coli, perdendo uma acirrada disputa com o prefeito reeleito José Roberto. Atualmente presidindo o Partido Verde de Leopoldina, Rodrigo coloca seu nome à disposição para a pré-candidatura à Prefeitura Municipal, abrindo o diálogo com a população, lideranças e partidos políticos que pretendem apoiá-lo nessa jornada.
 
A entrevista foi feita a partir de questionamentos sobre alguns problemas do município, enviados diariamente ao jornal Leopoldinense pelos leitores, via facebook principalmente. Assim, os diretores do jornal acreditam estar verdadeiramente, contribuindo para o debate democrático. “Temos a convicção de que não basta se candidatar e pedir votos; é preciso mostrar ideias, apontar soluções e sustentar suas opiniões perante o eleitorado. Eis uma boa chance para falar diretamente com o eleitor e, talvez, conseguir bons votos”.
 
JL -Fale um pouco sobre sua trajetória pessoal como político e sua experiência como gestor público.
 
Rodrigo Pimentel: Disputei minha primeira eleição política em 2012, quando fui eleito vereador para a legislatura 2013/2016. Durante os quatro anos que estive na Câmara Municipal, exerci a vereança com muita independência e responsabilidade que me foram confiadas pela população leopoldinense. Em 2016, almejando uma mudança na administração municipal, aceitei o convite e compus como vice-prefeito na chapa encabeçada pelo então vice Breno Coli. Infelizmente perdemos uma eleição por pouquíssimos votos. Desde 2017 não exerço mais mandato público, dedicando-me integralmente às minhas atividades privadas, como advogado, professor e diretor na Doctum. Nunca atuei como gestor no setor público, somente como gestor do meu próprio escritório de advocacia, que esse mês completa 10 anos de muito sucesso, o que muito me orgulha. E, principalmente, desde o ano passado, assumi uma importante e difícil missão de gerir duas unidades de ensino superior, à frente da Direção Geral das Faculdades Doctum de Leopoldina e Cataguases. Penso que posso ser útil e contribuir agora como gestor na área pública, por isso coloco meu nome à disposição.
 
JL -Por que e para que o senhor pretende candidatar-se a prefeito de Leopoldina? Cite bons motivos para o eleitor votar no seu nome.  Qual é seu principal lema de campanha e por quê?
 
Rodrigo Pimentel: Como disse anteriormente, creio que posso ser útil e ajudar Leopoldina a sair dessa difícil situação em que se encontra, com a economia estagnada e a população com acesso restrito e deficitário aos serviços públicos. Sou bastante responsável e comprometido com as coisas que me proponho a fazer. Quero muito trabalhar e ajudar a população que muito precisa. Pretendo, ao final do mandato, sair com o reconhecimento da população, o que muito me honraria. Meu principal lema de campanha é a inovação, com força e coragem. Temos que ter coragem para fazer as coisas acontecerem.Temos que buscar as nossas próprias soluções e não apenas achar que essas cairão dos céus ou dos governos estadual e federal. Para isso temos que ter forças para lutar os bons combates, sempre guardando a fé e os princípios éticos e morais.
 
JL –Quais os problemas que ainda temos no setor de Saúde e o que pretende fazer para melhorar a situação? O que o senhor tem planejado para a Casa de Caridade Leopoldinense?
 
Rodrigo Pimentel: Tanto no meu escritório, quanto na faculdade, tenho clientes e alunos de todos os cantos do município. O que mais ouço é a falta de atendimento médico, exames e intervenções (sejam cirúrgicas ou medicamentosas). A população quer o básico, o essencial. Quer o atendimento médico, com o diagnóstico e o tratamento para a cura, seja esta por remédio ou cirurgia. O povo não quer um hospital novo ou mais um posto de saúde, quer que esses funcionem. Prometer um hospital novo, acho uma enganação com a população, sobretudo, diante da nossa atual realidade. A Casa de Caridade de Leopoldina tem que ser valorizada e prestigiada pela nossa administração municipal. É lá que todo mundo recorre na necessidade. Podemos pensar e planejar uma parceria com a CCL que vá além do pronto-socorro, porque não? Acho que ali reside uma grande oportunidade de resolvermos os problemas da nossa população, principalmente no que tange às cirurgias. Tem que manter um bom diálogo e relacionamento com a administração, provedoria e corpo clínico. Todos querem uma população mais saudável e feliz, penso que todos podem dar uma parcela de contribuição.
 
JL –Quais políticas de emprego e renda pretende implantar no município para alavancar a economia local? O senhor tem alguma proposta para atrair novas empresas para a cidade?
 
Rodrigo Pimentel: A primeira coisa que precisamos ter em mente ao se falar em atração de investimentos e novas empresas é confiança. Qualquer investidor que seja, precisa de confiança. O risco é inerente ao negócio, mas podendo oferecer segurança nas relações entre setores privado e público, reduzir as burocracias desnecessárias, fomentar um espaço de abertura e diálogo, respeitando sempre os princípios que regem a administração pública, creio que deixaremos o campo pronto e fértil para o bom plantio. E podemos plantar muita coisa boa. Leopoldina forma mão-de-obra qualificada, mas não há demanda em nosso mercado (ou já estão saturados em alguns setores). Temos que pensar em novas tecnologias e pensar num futuro em longo prazo. Apostaria na área de TI, que é o futuro da economia e das nossas relações sociais. Precisamos planejar e criar um polo nessa área, apoiando a criação de startups, fintechs, empresas de TI, em parcerias com as faculdades e órgãos da sociedade civil (como o CEFET, a ACIL, entre outros). Estou convencido de que esse é o futuro, e se sairmos na frente, beberemos água limpa.
 
JL -Como ajudar o pequeno agricultor e que propostas o senhor tem para o homem do campo?
 
Rodrigo Pimentel: O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Se tem uma coisa que é perene é a necessidade de se produzir alimentos para consumo das famílias. Logo, em tese, sabendo da necessidade dessa demanda contínua (e, ainda, crescente no mundo), bastaria se planejar para tal. Mas isso não ocorre em nossa cidade. Veja bem, vou pegar o meu exemplo pessoal. Só na minha família, tive um avô materno que foi um grande produtor de leite, um avô paterno que foi um grande produtor de arroz e meu pai foi um grande criador de frangos. Hoje ninguém da família mexe com isso, porque? Muito em razão da falta de incentivo e planejamento para que essas matrizes fossem mantidas e ampliadas em Leopoldina. Hoje a nossa cidade é conhecida pelo “já foi”, “já teve”. A verdade é que não há qualquer política pública para essa área. Deixa-se o produtor (seja ele pequeno ou não) à sua própria sorte. O mínimo que a administração poderia oferecer é a manutenção das estradas rurais, a contratação de um técnico para, em conjunto com outros órgãos (como a Emater e faculdades), dar assistência ao pequeno produtor, se pensar na criação de um Ceasa (aproveitandoa nossa logística privilegiada), fomentar e estimular a criação de gado leiteiro e de corte, estreitar as relações com a Coopleste e buscar recursos junto aos governos estadual e federal nas demandas que fogem à nossa capacidade financeira.
 
JL –O que o senhor pretende fazer com os lixões a céu aberto em alguns pontos da cidade, os chamados ‘Bota Fora’? O senhor pretende melhorar a coleta de lixo na cidade?
 
Rodrigo Pimentel: Quanto aos “bota-fora” isso se resolve com fiscalização e punição, simples assim. Tem que ter coragem de fazer, doa a quem doer. Quanto à coleta de lixos na cidade temos que melhorar muito. Estamos no século passado. Acredito que a coleta seletiva, neste momento, ainda seria uma utopia para Leopoldina. Mas porque não se começar a pensar nisso e planejar para as próximas administrações? Se isso tivesse sido pensado e planejado no passado, talvez hoje a nossa realidade não seria essa (assim como a nossa cidade, frisa-se). Quanto à coleta domiciliar, tem que se estabelecer um cronograma, designando datas e horários, para que a população saiba ao certo a hora da coleta e se programe para isso, evitando mau cheiro e deixando a cidade mais limpa e bonita. Isso é também uma questão de saúde e cuidado com o meio ambiente no qual estamos inseridos. Temos que respeitar e atender as políticas municipais e federais nesse sentido, que já possuem muitas leis. Quanto ao aterro sanitário, que foi um grande avanço na política municipal de resíduos sólidos, temos que analisar o contrato vigente e verificar até que ponto compensa para o município a manutenção do mesmo ou se pensar a ideia de um consórcio público com outros municípios.
 
JL -O que será feito para resolver o problema do esgoto que está poluindo nossos córregos?
 
Rodrigo Pimentel: Há muito tempo venho batendo nessa tecla, inclusive já tive oportunidade de escrever um artigo nesse sentido (aliás publicado neste Jornal Leopoldinense). O custo de investimento para o tratamento de esgoto é elevado e a municipalidade não dispõe desse recurso. Logo, essa é uma demanda que deve ser buscada junto ao Governo Federal, que inclusive já aportou verbas para as obras que vêm sendo realizadas em nosso município. Temos que concluir essa obra de tratamento de esgoto, seja com recursos federais ou através da Copasa. Teríamos que analisar o avançar das obras, os contratos e pensar a melhor saída para Leopoldina. O que não pode é continuar do mesmo jeito que está.
 
JL -Quais os planos para mudar a atual situação das estradas que ligam Leopoldina a Providência e da estrada que liga Leopoldina a Abaíba?
 
Rodrigo Pimentel: Verdade seja dita, e não adianta ficar aqui fazendo falsas promessas, é que o município não tem capacidade de investimento para pavimentar essas estradas. Até que venham recursos estaduais e federais nesse sentido (o que também acho muito difícil), a obrigação da administração é, ao menos, mantê-la em boas condições de tráfego. Prometer algo além disso, com todo respeito, seria demagogia barata.
 
JL -Qual a opinião do senhor sobre a implantação do estacionamento rotativo no centro da cidade?
 
Rodrigo Pimentel: Penso que deveria ser implantado o estacionamento rotativo apenas no microcentro da cidade, nas vias que envolvem o “miolo” da cidade, de molde a possibilitar o fácil acesso ao centro comercial e bancário. Entretanto, não acho razoável estender muito além disto. Deve ser feito um estudo para analisar as principais vias do entorno desse microcentro, para que o munícipe tenha facilidade de estacionar na região central, mas que também não haja abuso da municipalidade para cobrar muito dos cidadãos em vias que não necessitariam ser cobradas.
 
JL -Que providências serão tomadas para resolver o grande número de cães abandonados pela cidade?
 
Rodrigo Pimentel: Minha opinião é que o município transfira o canil municipal aos cuidados de uma ONG que se disponibilize a fazer esse trabalho, criando uma parceria e estabelecendo metas de castração e cuidados para os cães abandonados.
 
JL - Por que importantes espaços de lazer e turismo estão abandonados, como por exemplo, o Horto Florestal?
 
Rodrigo Pimentel: Simplesmente porque não há política pública para esses espaços e setor. Na minha administração, pretendo transformar o Horto Florestal numa espécie de Parque Municipal, assim como existe em grandes e médias cidades. Poderíamos criar uma área de lazer e esportes, bem como pensar na possibilidade e conveniência de uma concessão desse espaço para a iniciativa privada, com entrada e custos baixos. Ademais, outros espaços, como, por exemplo, o Morro do Cruzeiro, poderiam ser muito bem aproveitados com essa mesma política.
 
JL –Após anos de aprovada a Lei Municipal de Incentivo à Cultura Vitalino Duarte não foi regulamentada.  Está nos planos do senhor colocá-la em prática?
 
Rodrigo Pimentel: Fui um dos vereadores que aprovaram essa lei. Infelizmente, como inúmeras outras leis, essa não foi regulamentada e colocada em prática. A verdade é que não existe uma política pública definida na área da cultura, mas tão somente eventos isolados. Temos que trabalhar a cultura não como “custo” ou “despesa”, mas como investimento e verdadeira ferramenta de estimulação, preservação, criação e promoção das manifestações artísticas e culturais locais.
 
JL - Por que algumas praças em bairros estão abandonadas? Por que as calçadas e passeios das ruas da cidade não são cuidados? A prefeitura poderia fiscalizar essa parte?
 
Rodrigo Pimentel: Porque de uma forma geral a cidade está abandonada. Logo, esse é o “retrato” atual do nosso município. Uma das primeiras coisas que farei, se prefeito for, será a contratação temporária de trabalhadores para “limpar” a cidade. Colocar a limpeza em dia. Após, estabelecer um planejamento de cuidados periódicos, de molde a não ficar aguardando meses ou anos para uma limpeza de praças ou vias públicas. Cabe à prefeitura também fiscalizar, mas ela tem que ser a primeira a dar o exemplo.
 
JL - O senhor acha que a cidade de Leopoldina atualmente está carente de políticas públicas voltadas para a juventude e consequentemente para a inclusão social?
 
Rodrigo Pimentel: Sinceramente desconheço qualquer política pública nesse sentido. Na minha administração, trabalharei para reativar o Centro Social Urbano e disponibilizar aos jovens a formação de cursos técnicos para a vida profissional, além de incentivar práticas esportivas e culturais. Isso ajudaria a minorar os problemas sociais e a criminalidade.
 
JL - Quais os problemas que ainda temos no setor de Educação e o que o senhor pretende fazer para melhorar a situação?
 
Rodrigo Pimentel: Vamos investir forte na educação pública. Os resultados do nosso município no IDEB muito me entristecem. Temos condições de reverter esse quadro, investindo na capacitação e na valorização dos nossos professores, alicerces de toda e qualquer formação. A Doctum, instituição onde sou diretor, é um exemplo de que é possível obtermos resultados fantásticos de educação em nível nacional. Para se ter uma ideia, hoje temos avaliação 4 no MEC (num conceito até 5), tanto no IGC quanto no CPC, índice que cerca de apenas 18% das faculdades privadas do Brasil possuem. Isso é fruto de muito trabalho de equipe, com professores dedicados e comprometidos com a causa da educação. Costumo dizer que a Doctum é exemplo de Leopoldina que dá certo. Porque não fazermos isso em nossa cidade?
 
JL - O senhor já tem nomes em mente ou pelo menos uma ideia ou perfil de quem o senhor gostaria de ter em sua equipe de governo, caso eleito?
 
Rodrigo Pimentel: Sim. Pessoas qualificadas para exercer o cargo. Claro que a questão política é importante, mas é imprescindível que o gestor saiba “casar” esses critérios. Não terá espaço no meu secretariado quem não entende nada da sua área ou que está lá somente pra receber o salário no final do mês.
 
JL – Qual será a participação do vice-prefeito em seu governo?
 
Rodrigo Pimentel: Será fundamental. Penso que o vice deve ser um parceiro do prefeito, não somente na questão política, mas, sobretudo, na parte técnica, trabalhando em conjunto para o desenvolvimento do município.
 
JL - Qual a sua mensagem para nossos leitores, internautas e para o povo leopoldinense que acompanha esta entrevista como candidato a prefeito de Leopoldina através do Jornal Leopoldinense?
 
Rodrigo Pimentel: A vida nos requer coragem, em todos os momentos. Desde o nosso nascimento, lutamos e dedicamos grande parte do nosso tempo para superarmos obstáculos que ela nos apresenta. O que nos move é a vontade de fazermos sempre o melhor. Quero poder trabalhar para propiciar o melhor para os nossos cidadãos e um dia ser lembrado como um grande prefeito que ajudou Leopoldina. Tivemos várias oportunidades para respirar novos ares e mudanças, mas nunca tivemos um momento tão favorável para essa renovação. E esta requer coragem, o novo sempre traz receios. Analise a minha vida pregressa, as minhas raízes, meu histórico profissional e pessoal, e se acharem que devo merecer a confiança da população, estarei à postos para ajudar essa terra que tanto amo.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »