25/04/2020 às 13h15min - Atualizada em 25/04/2020 às 13h15min

Provedora da Casa de Caridade Leopoldinense divulga Carta Aberta às Autoridades

Documento conclama aos governos Federal, Estadual e Municipal a tomarem mais providências diante da necessidade de insumos e equipamentos para enfrentar o COVID 19

Vera Maria do Valle Pires, provedora da Casa de Caridade Leopoldinense
CARTA ABERTA DA CASA DE CARIDADE LEOPOLDINENSE

O sistema de saúde de Leopoldina  tem na Casa de Caridade Leopoldinense o seu maior pilar há mais de cem anos. São anos de prestação de serviços hospitalares e de saúde aos 51 mil leopoldinenses e a toda região (Argirita, Palma, Recreio e Laranjal). A grande maioria dessa população é composta por pessoas que necessitam exclusivamente dos serviços do SUS.

É notória a necessidade face a pandemia do COVID19 de que o hospital seja devidamente preparado com insumos, medicamentos, respiradores, EPIs e outros,  para que possa ter totais condições de atender todos os pacientes que necessitarem de internação.

Ademais, como é de conhecimento do Município, que inclusive já usou os dados em ação judicial, hoje a Casa de Caridade Leopoldinense possui 92 leitos, estando com uma taxa de ocupação de 70% . A taxa de ocupação de nosso CTI é de 116%, portanto apesar do reconhecido esforço do Prefeito Municipal e da Câmara de Vereadores que repassaram 431 mil reais para compra de respiradores é necessário que o hospital receba mais auxilio para que efetivamente esteja preparado.

Dentre a enorme problemática hospitalar para o enfrentamento do Covid-19, como o risco de superlotação da unidade com falta de leitos e insumos, merece destaque, em momentos como o atual, em que uma pandemia assola o Brasil e o mundo, a necessidade de um esforço maior dos Poderes Federal, Estadual e Municipal para que além dos respiradores a Casa de Caridade Leopoldinense possua os demais equipamentos e insumos necessários ao completo enfrentamento da doença.

A já conhecida precarização da saúde pública, com o desmantelamento de serviços, a superlotação das unidades de atendimento, escassez de profissionais, falta de materiais e medicamentos, ineficácia da assistência, descaso e desrespeito com o médico e com a sociedade, que vem ocorrendo no decorrer do tempo, nesse momento não pode ocorrer. O isolamento social sozinho não resolverá o combate a pandemia se o nosso hospital não tiver preparado para receber devidamente os pacientes com coronavírus.

Para evitar que tenhamos um quadro caótico e o agravamento dos problemas enfrentados pela Casa de Caridade Leopoldinense ao longo de  sua história, face a carência de recursos necessários, a Casa de Caridade Leopoldinense vem a público cobrar dos órgãos gestores da saúde ações imediatas e concretas para sanar as deficiências na unidade hospitalar filantrópica que possibilite a aquisição de medicamentos, insumos, EPIs e equipamentos.

Por fim,  esperamos uma resposta “urgente” dos gestores e contar com o apoio do Ministério Público e da sociedade leopoldinense para que juntos possamos continuar trabalhando e, principalmente, alcançando um resultado positivo com esse trabalho, garantindo aos médicos condições dignas de atender à população.  A saúde e o hospital não podem ser negligenciados.

                     Leopoldina, 25 de abril de 2020.

                          Vera Maria do Valle Pires
                                        Provedora

 


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