29/10/2020 às 22h41min - Atualizada em 29/10/2020 às 22h41min

Américo Lobo

Participou da propaganda republicana e pela abolição da escravatura em Leopoldina

Américo Lobo Leite Pereira nasceu em Campanha (MG) no dia 28 de junho de 1841, filho de Joaquim Lobo Leite Pereira, professor e comendador, e de Ana Leopoldina Lopes de Araújo Leite Pereira. Seu irmão Francisco Lobo Leite Pereira foi ministro das Relações Exteriores de 1891 a 1892, ministro da Justiça e Negócios Interiores de 1892 a 1893 e senador por Minas Gerais de 1896 a 1898.

Cursou humanidades em Campanha e teve contato direto com o estudo da língua latina, o que o tornou familiar às Orações de Cícero, às Odes de Horácio, às Bucólicas, às Geórgicas e à Eneida de Virgílio. Logo após a conclusão do curso seguiu para São Paulo, onde fez os preparatórios e matriculou-se na Faculdade de Direito.

Como acadêmico colaborou ativamente na revista mensal Ensaio Filosófico Paulistano (1859-1860). Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais em 13 de dezembro de 1862, e em abril de 1863, quatro meses depois da formatura, foi nomeado juiz municipal e de órfãos de Pouso Alegre (MG).

Em 1864 casou-se com Manuela Urbana de Queirós Lobo e em 30 de setembro de 1865 foi removido para o termo de Rio Pardo. Filiando-se ao Partido Liberal do Império, em 1867 foi eleito deputado geral pelo 5º Distrito de Minas Gerais, iniciando assim sua atividade política.

Dissolvida a Câmara dos Deputados em 1868, desligou-se do Partido Liberal, voltou para Campanha e abriu banca de advogado.

Em 1870 transferiu-se para Leopoldina (MG), onde continuou na advocacia e se engajou na propaganda republicana e na luta pela abolição da escravatura.

Após a proclamação da República (15/11/1889), foi nomeado presidente do Paraná. Exerceu o cargo de 4 de março a 28 de julho de 1890, quando foi substituído pelo vice-presidente Joaquim Monteiro de Carvalho e Silva.

No dia 15 de setembro seguinte foi eleito senador por Minas Gerais ao Congresso Nacional Constituinte.

Assumindo sua cadeira em 15 de novembro, participou dos trabalhos de elaboração da primeira Constituição republicana do Brasil, promulgada em 24 de fevereiro de 1891, e da eleição, no dia seguinte, do marechal Deodoro da Fonseca para presidente da República. Iniciada a legislatura ordinária em junho de 1891, passou a ocupar uma cadeira no Senado e a integrar as comissões de Redação das Leis e de Comércio, Agricultura, Indústria e Artes. Foi ainda suplente da Mesa Diretora do Senado. Como seu mandato era de apenas três anos, deixou o Senado em dezembro de 1893. Nas eleições ano seguinte concorreu a um segundo mandato, mas não teve êxito, perdendo a eleição para Antônio Gonçalves Chaves.

Voltou então a exercer a advocacia. Ainda em 1894 foi nomeado pelo presidente Prudente de Morais (1894-1898) ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Tomou posse no dia 8 de dezembro do mesmo ano e permaneceu nessa Corte até morrer, em 1º de outubro de 1903.

Seu filho Estêvão Lobo Leite Pereira foi deputado federal por Minas Gerais de 1900 a 1905. Poeta e tradutor, escreveu sonetos e traduziu, em alexandrinos, a Evangelina, o Canto de Hiawatha e os Poemas da escravidão, de Longfellow; Tartufo, de Molière; O corvo, de Edgar Alan Poe; algumas bucólicas de Virgílio e poesias de autores franceses, ingleses, americanos e latinos. Publicou também as traduções Decisões constitucionais de Marshall, presidente do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América do Norte (1887) e Poemas norte-americanos de Henry W. Longfellow transladados para versos portugueses (1903).

Por sua atuação como poeta e cultor das línguas vivas e mortas, foi escolhido patrono da cadeira número 28 da Academia Mineira de Letras. Vanessa Lana
 
FONTES: STF, CASA CIVIL PR. Disponível em: . Acesso em: 6/11/2008; LEITE NETO, L. Catálogo biográfico (v. 1, p. 169/70/71); MONTEIRO, N. Dicionário; SENADO. Disponível em: . Acesso em: 5/11/2008.
 


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